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Apresentação
1. Introdução
2. Aspectos botânicos de Ochroma pyramidale “Pau de balsa”
3. Uso e utilidades
4. Condições edafoclimáticas
  4.1 Clima e altitude
  4.2 Solo
  4.3 Relevo
5. Escolha e preparo da área para plantio
6. Implantação do viveiro
  6.1 Coleta dos frutos, beneficiamento e superação de dormência
  6.2 Produção de mudas
  6.3Tratamentos fitossánitarios
7. Plantio e Replantio
  7.1 Espaçamentos
  7.2 Preparo e demarcação de área
  7.3 Correção  do solo e adubação
  7.4 Principais cuidados
8. Manutenção do povoamento
9. Produção
10. Custos de formação, manutenção e exploração
11. Comercialização e rentabilidade
13. Equipe de elaboração
14. Equipe de colaboradores
15. Coordenação dos trabalhos
16. Lista de participantes
17. Anexos
  Tabelas
  Tabela 1. Controle químico das principais doenças que ocorrem no viveiro de pau de balsa
  Tabela 2. Estimativas da quantidade de insumos, materiais, equipamentos e coeficientes técnicos para a produção de 14.400 mudas, segundo esquema de produção
  Tabela 3. Estimativas da quantidade de insumos, materiais, equipamentos e coeficientes técnicos para a  implantação de um hectare do Pau de Balsa no espaçamento 2 m x 3 m.
  Tabela 4. Estimativas da quantidade de insumos, materiais, equipamentos e coeficientes técnicos para atividade de replantio (2º ano) e manutenção do 2º ao 5º ano de um hectare do pau de balsa no espaçamento de 2 m x 3 m

Apresentação
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural do Estado de Mato Grosso, como um dos órgãos responsáveis pela implementação das políticas públicas voltadas para o fortalecimento do agronegócio, apresenta nessa publicação as diretrizes técnicas de mais uma importante cadeia produtiva. Trata-se da cultura do pau de balsa, que certamente irá contribuir tanto sócio, como econômico e ambientalmente com o desenvolvimento do Estado. Cultura essa, que certamente contribuirá com a oportunidade do tão sonhado desenvolvimento sustentável.

Presente em outros estados como atividade produtiva de importante valor, o pau de balsa agora entra na pauta das discussões também em Mato Grosso. Por ser uma atividade produtiva rentável também em outros países, beneficiará, inclusive, famílias de pequenos e médios produtores já que se trata de uma cultura florestal de tempo de resposta menor que as demais.

Nesse contexto, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural, por meio do Fundo de Desenvolvimento Florestal do Estado do Mato Grosso (MT-FLORESTA), traz informações acerca da atual situação da cultura do pau de balsa no Estado, com avaliações precisas feitas por uma equipe técnica que se dedicou nos seus estudos por um bom espaço de tempo. A partir daí, de posse de dados qualitativos sobre esses plantios florestais, bem como bases tecnológicas para sua implementação, o pau de balsa passa a ser mais uma atividade produtiva a trazer emprego e renda para o homem do campo mato-grossense. 

Neldo Egon Weirich
Secretário de Estado de Desenvolvimento Rural (Seder-MT)

 

1. Introdução
O pau de balsa, espécie Ochroma pyramidale (Cav.ex Lam) Urban.,família Bombacaceae, da classe das angiosperma é também conhecido pelos nomes de pau-balsa, balsa, pata de lebre ou pau de jangada, balsa (Português); balso, corcho, guano, lano, palo de balsa, topa (Espanhol); bois flot,coton fleurs,ouattier (Francês); balsa wood, bobwood corkwood(Inglês), korkholz (Alemão); entre outras denominações (Rizzini e Mors,1976; Loureiro et al., 1979; Lamprecht, 1990; Francis 1991; Agrosoft, 2000; Lorenzi, 2002; IUNC, 2006).

Sua área de dispersão cobre a extensão compreendida entre o sul do México até a Bolívia, incluindo Cuba, Antilhas, Venezuela, Colômbia, Peru e Brasil onde ocorre nas zonas baixas e nos vales entre montanhas (Hueck, 1972; Betancourt Barroso, 1987; Bisse, 1998; Lamprecht, 1990; Francis, 1991). A área de ocorrência natural do pau de balsa está entre as latitudes de 22º N até próximo de 15º S.

No Brasil, ocorre na Amazônia ocidental, no Amazonas, Acre e Pará, onde acompanha a mata de galeria ou cresce em clareiras, associada à vegetação secundária, e também em bosques pluviais.

No estado de Mato Grosso, a área plantada vem sendo ampliada com experiências bem sucedidas, como por exemplo, nas empresas: Teca do Brasil (Nossa Senhora do Livramento), Noroeste Laminadora (Feliz Natal), Zanini (Sinop), Pro Natura (Juruena) e EMPAER-MT.


2. Aspectos botânicos de Ochroma pyramidale (pau de balsa)
O pau de balsa é uma espécie arbórea que atinge de 18 a 24 m de altura e diâmetro à altura do peito (DAP) até 50 cm, com um tronco de 8 a 10 m livre de ramos, com copa ampla e pouco ramificada (Lamprecht,1990). Em condições naturais raramente apresenta tronco com mais de 40 cm de diâmetro e algumas plantas apresentam deformações a base do tronco (sapopema). Em condições ideais pode alcançar até 30 m de altura e DAP até 90 cm. Possui casca lisa com algumas cicatrizes lineares de cor clara, casca interna creme amarelada, às vezes rosada com brilho e textura acetinados. A madeira vai do branco ao creme levemente rosado nas partes centrais do tronco. Sua casca é mosqueada de branco a pardo. Folhas - simples, sub-íntegras ou denteadas, angulosas ou lobadas, palmatinérveas; nervuras impressas nas páginas inferiores que é totalmente coberto por indumento de pelos estrelados, ferrugíneos; pecíolos longos com 30 a 40 cm, cilindros, igualmente pilosos. Flores brancas, grandes com 25 cm de comprimento, fortemente pedicelados. Frutos cápsula oblongo cinco angulosos, compridos e delgado, fornecendo painas (Loureiro, 1979) As sementes medem até 4mm de comprimento e 1,5 mm de diâmetro, com uma extremidade pontiaguda e são envolvidas por um tufo de pluma marrom clara a cinza, que facilita a sua disseminação.

Nas condições edafoclimáticas do Estado, o pau de balsa floresce de fevereiro a maio e a polinização é feita por morcegos. Suas flores também são visitadas por abelhas que coletam o néctar. Já os frutos, amadurecem de agosto a novembro.


3. Uso e utilidades
A madeira do pau de balsa é de baixa densidade, mas de grande resistência às tensões. É macia e fácil de trabalhar. Pelas suas características, é ideal para construção naval (revestimentos de iates e etc.), aérea e civil (isolante térmico e acústico) . Ainda é utilizada na construção de maquetes, caixas leves,artesanato, pranchas de windsurfe, aeromodelismo e pode substituir a cortiça, em seu diversos usos. É igualmente apropriada para a fabricação de papel e celulose e laminados; suas fibras são longas e produzem um tipo de celulose de alta qualidade com um grau de rendimento entre 45 e 50%, que quando crua é muito fácil de branquear.

A pluma que envolve as sementes é utilizada para encher almofadas e travesseiros, salva-vidas, flutuadores e chapéus de feltro. Não apodrece facilmente, sendo preferida em relação ao “kapok” derivados de Ceiba spp. As suas folhas podem ser utilizadas como fitoterápicos.

Essa espécie pode ser utilizada em sistema agroflorestais para sombreamentos, para cerca viva e como ornamentação de praças e jardins públicos além de possuir importância econômica e social. É também utilizada em plantios mistos destinados à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente, devido ao seu rápido crescimento e tolerância à luminosidade direta (Lorenzi, 1992).

4. Condições edafoclimáticas
O pau de balsa é uma espécie rústica e de boa adaptabilidade. No estado de Mato Grosso e em várias outras regiões do Brasil são encontrados sítios com ótimas condições de desenvolvimento para o plantio.

4.1 Clima e altitude
O clima mais indicado é o tropical úmido, com estações seca e chuvosa bem definidas. A precipitação mínima tolerada é em torno de 1500 mm, exceto próximo às margens dos cursos de água. O pau de balsa não é resistente a geadas (Francis, 1991). O seu cultivo é indicado para locais entre 100 e 900 m de altitude, com temperatura média anual de 22°C a 27°C, e precipitação média anual de 1200 mm a 2000 mm, com até  quatro meses de seca (Lamprecht,1990; Francis, 1991; Agrosoft, 2000). Em locais de estação seca prolongada requer acesso ao lençol freático ou irrigação complementar (Agrosoft, 2000).

4.2. Solo
O crescimento ideal da espécie só ocorre em solos profundos, férteis, úmidos, com boa drenagem, e bem aerados. O pau de balsa prefere solos de reação neutra até alcalina. Não tolera solos encharcados ou com alta salinidade. As condições edáficas para o cultivo do pau de balsa devem apresentar, preferencialmente, as seguintes características:
• Solos de textura média (16% a 35% de argila), e boa fertilidade;
• Profundidade efetiva superior a 1,20 m, boa drenagem, pH superior a 5,0 com ausência de alumínio trocável, saturação de bases acima de 35% e capacidade de troca catiônica superior a quatro cmolc/dm3.

4.3 Relevo
Devem-se evitar os terrenos de maior declividade por estarem mais sujeitos à erosão. Se for o caso de utilizá-los, recomenda-se a construção de terraços e o estabelecimento das linhas de plantio em curva-de-nível. O estabelecimento de plantas de cobertura nos terraços pode diminuir o escorrimento superficial das águas.

5. Escolha e preparo de área para plantio
E aconselhável observar a infra-estrutura da propriedade em relação à disponibilidade de água e máquinas e equipamentos e ainda, as condições das estradas principais e secundárias para o transporte da madeira.

As operações de limpeza de área, destocamento e enleiramento, gradagem e correção da acidez do solo estão diretamente correlacionadas ao tipo de vegetação, que determinará a forma de como serão realizadas essas operações. Deve ser dada atenção especial à época de sua realização, porque quando efetivado a partir do começo do período chuvoso, além de mais cara, às vezes, é praticamente impossível de ser realizada. O preparo de área mal feito implicará em grandes prejuízos futuramente, pois, essas falhas não poderão ser reparadas.

6. Implantação do viveiro
O viveiro deve ser implantado objetivando a produção de mudas de boa qualidade fisiológica e de acordo com as normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A construção do viveiro deve estar concluída antes da coleta ou aquisição da semente. A escolha da área para o viveiro deve ser realizada na observância dos seguintes critérios:
• Solo não sujeito a encharcamento;
• solo com textura média (16% a 35% de argila) e profundo;
• declividade do terreno (no máximo 3%);
• proximidade de fonte de água;
• proximidade do local definitivo (viveiros  grandes); e,
• disposição dos canteiros (ventos, sistema de irrigação).

6.1. Coleta dos frutos, beneficiamento de sementes e superação de dormência
Os frutos devem ser colhidos fechados, preferencialmente pela manhã assim que se observar o início da deiscência; devem então ser colocados sobre lona, a pleno sol, para completar a secagem. Se a pluma não for utilizada, recomenda-se queimar a mesma sobre uma peneira de malha maior que 5 mm, estando esta sobre um recipiente com um pouco de água, onde cairão as sementes que poderão ser semeadas diretamente, com uma germinação superior a 70%.

A quantidade de semente por fruto é de 326 a 950. As sementes são pequenas e envolvidas pela pluma que se expande com a abertura do fruto. Um quilograma de sementes possui entre 70 a 100 mil. Quando for utilizada a pluma, a extração da semente deverá ser manual, batendo-se nas plumas dentro de um saco com uma vara de bambu, ou de forma mecanizada usando uma roçadeira elétrica numa sala fechada.

A superação da dormência das sementes de pau de balsa é realizada por meio da deposição em água fervente por 30 a 40 segundos, desligar o fogo e descansar por 15 minutos. Outra maneira para favorecer o processo germinativo e a aplicação de um banho em água fervente por 2 a 3 minutos; ou banho em água quente por 20 minutos.

6.2 Produção de mudas
Para as condições edafoclimáticas do Estado e considerando os entraves para a aquisição de sementes em relação à procedência, é recomendável a formação de mudas em sacolas plásticas.

Uma muda com bom padrão de qualidade, além do aspecto retilíneo, deve apresentar as seguintes características:
• Altura média de 10 cm e diâmetro do colo de 0,8 cm de circunferência;
• raiz pivotante com abundância de raízes secundárias e comprimento aproximado de 8 cm;
• ausência de patógenos e pragas; e,
• idade de formação máxima de 4 meses.
A produção de mudas do pau de balsa não deve ser feita com raízes nuas porque essa espécie não tolera poda de raízes. A produção de mudas é realizada em embalagens de dimensões 10 cm x 20 cm e espessura de 0,08 mm. Para viveiros, cujo processo de enchimento das sacolas plásticas for utilizar como substrato o terriço do local, este deve ser adubado de acordo com os resultados da análise do solo, desinfestado de plantas invasoras e a área deve ser preparada em sulcos.
A semeadura deve ser feita em sementeira com substrato contendo pó de serra e terra preta, na proporção de 3:1, para facilitar o descarte de plântulas indesejáveis. A profundidade de semeadura deve ser de 5 mm a 8 mm.

A irrigação das mudas deve ser realizada diariamente nos horários de menor insolação. O excesso de umidade nas mudas pode favorecer a infestação de doenças no viveiro.

Em condições normais, a germinação inicia-se entre 5 e 10 dias após a semeadura, quando a radícula emerge pelo pólo germinativo e atinge em média 2 cm de comprimento. Nesse estádio, as plântulas apresentam dois pares de folhas esverdeadas e podem ser repicadas. A operação de repicagem deve ser realizada em horários com temperaturas mais baixas e de maior umidade relativa; as plântulas que apres

O tempo máximo de permanência das mudas em viveiros é de 4 meses, não sendo recomendável a utilização destas após esse período, pois, ocorre o crescimento de raízes no solo. Nesse caso, a remoção da muda causa danos nas raízes prejudicando a sua qualidade fisiológica.

O enviveiramento das mudas pode ser feito a céu aberto, em blocos com 12 fileiras de 300 mudas, cuja largura é 1 m e o comprimento 25 m, totalizando 3600 mudas. Nesse arranjo tem-se um conjunto de 4 blocos espaçados de 0,60 m, utilizando uma área total de 145 m2 (5,80 m x 25 m). Para viveiros de médio e grande porte, recomenda-se um espaçamento de 3,20 m entre os conjuntos de blocos  para facilitar o acesso de máquinas, equipamentos e instalação do conjunto de irrigação, quando for o caso.

Para a formação de um hectare de pau de balsa, adotando o espaçamento 2 m x 3 m são necessárias 1666 mudas. Para isto, recomenda-se adquirir 18 g a 22 g de sementes para o enviveiramento de 1.833 a 2.122 mudas.

Tecnicamente, são admissíveis no manejo do viveiro os seguintes percentuais de perdas:
•  sementeira - até 10%;
•  manutenção (doenças, pragas, repicagem) – até 5%;
•  antes do plantio definitivo (seleção de mudas) – até 3%; e,
•  no plantio definitivo (mortalidade) – até 7%.
Para o enchimento de uma sacola com as dimensões de 10 cm x 20 cm é necessário 0,0031 m3 de substrato, e este deve ser adubado como orientado anteriormente.
A produção das mudas pode ser realizada também em tubetes de 300 ml. Nesse processo, as mudas são mantidas durante um curto período inicial sob sombreamento com telas de poliolefinas (sombrites 50%).

6.3 Tratamentos fitossanitários
As plantas de pau de balsa não apresentam problemas de ordem econômica em relação à ocorrência de pragas e doenças nas condições edafoclimáticas do Estado. Entretanto, na fase de viveiros podem aparecer doenças ocasionadas pelos fungos fusarium spp (fusariose) e colletotrichum spp (antracnose), cujo controle pode ser feito mediante constatação da incidência por um profissional qualificado, aplicando os produtos sugeridos na Tabela 1.

Tabela 1. Controle químico das principais doenças que ocorrem no viveiro de pau de balsa

Doenças              Fungicida (P.A.)              Dosagem          

Fusariose                    Captan                           2 g/l

Antracnose                Mancozeb                         2 g/l

                                                                    Carbendazin                    1,2 ml/l

Em relação ao controle de pragas, na fase de viveiro pode ocorrer infestação de lagartas, gafanhotos e percevejos. Nesse caso, aplicar produtos à base de deltrametrina.

7. Plantio e replantio
A formação de povoamentos com o pau de balsa deve ser realizada no período de novembro a janeiro, época de maior concentração das chuvas. As covas poderão ser abertas manual ou mecanicamente, devendo ter uma dimensão compatível com o tipo de muda utilizada.

7.1 Espaçamentos
Os espaçamentos recomendados para o pau de balsa são de 3 m x 2 m ou 3 m x 3 m. Para outros objetivos, como por exemplo, a produção de sementes, Loureiro et al. (1979) relatam que podem ser adotados espaçamentos de 5 m x 5 m ou 7 m x7 m.

7.2 Preparo e demarcação de área
A limpeza do terreno deve ser feita de maneira a evitar o processo de compactação do solo. Essa operação é realizada  pela remoção da vegetação secundária, restos de culturas ou pastagem, conforme o tipo de cobertura vegetal. Em seguida, o solo poderá ser preparado de modo convencional com arado e grade. Solos mais argilosos ou compactados podem necessitar de subsolagem.

Definido o espaçamento e estando a área preparada, as operações de piqueteamento e coveamento ou subsolagem (caso o solo esteja compactado) devem ser realizadas antes da retirada e transporte das mudas do viveiro para o local definitivo, a fim de evitar atrasos no plantio. A exposição das mudas ao sol por muito tempo pode elevar o índice de mortalidade no campo.

Recomenda-se o alinhamento das entrelinhas e linhas de plantio para facilitar os tratamentos fitossanitários e as operações futuras de desbaste, corte e transporte da madeira.

7.3 Correção do solo e adubação
A correção e adubação devem ser feitas com base na interpretação da análise de solo.

7.4 Principais Cuidados
Além dos cuidados recomendados anteriormente, é oportuno mencionar:
•?Evitar o corte do sistema radicular para ajustar as mudas na cova;
•?não plantar  em covas encharcadas por água;
• evitar o destorroamento do substrato no ato do plantio e replantio;
• repor o terriço junto à muda para evitar bolsões de ar no fundo da cova;
• proceder a catação e descarte dos restos de embalagens, destinando-as para locais adequados;  e,
• o replantio deve ser feito entre três a quatro semanas após o plantio, logo após uma vistoria para levantamento do índice de mortalidade no campo.

8. Manutenção do povoamento
O pau de balsa é uma espécie de rápido crescimento e ciclo curto, por essa razão é fundamental realizar as práticas silviculturais a fim de se obter produção de madeira de qualidade.

No primeiro ano, os cuidados pós-plantio incluem a capina manual em forma de coroa, em círculo, com cerca de 1 m de diâmetro em torno da muda, sendo que essa prática pode ser implementada nas linhas, caso não seja adotada nenhuma técnica de cobertura vegetal ou adubação verde. A capina mecanizada também pode ser realizada de acordo com os cuidados mencionados. A aplicação de herbicida não é aconselhável, entretanto, mediante critérios técnicos e controle da deriva do produto, essa prática pode ser empregada.

Ao final do período chuvoso deverá ser efetuada a limpeza dos aceiros internos (5 m) e externos (20 m), para evitar o risco de incêndios nos talhões ou no povoamento.
A técnica de silvicultura preventiva é uma opção interessante para áreas de maior risco com incêndios. Além da vistoria para avaliação do índice de pegamento no campo, é ainda necessário o planejamento e a execução de vistorias periódicas para avaliar problemas de origem biótica (cipós, trepadeiras, formigas cortadeiras, cupins, outros insetos, doenças e ainda danos por animais, etc.), ou de origem abiótica (ventos fortes, chuvas intensas, deficiência nutricional, erosões, etc.).

É oportuno lembrar aos silvicultores que os galhos do pau de balsa se quebram com facilidade. Após a vistoria, devem ser planejadas e executadas as práticas silviculturais para tratar as árvores afetadas mediante orientação técnica capacitada.

A alta taxa de crescimento do pau de balsa se destaca entre as espécies madeireiras e tem a capacidade de concentrar no fuste a maior parte da energia assimilada para a produção de madeira, devido a predominância de poucos galhos e de folhas simples, grandes e com pecíolos em forma de ramos. Dessa forma, a maturação econômica e física da espécie ocorre em idade bastante precoce, com o maior rendimento e o melhor produto entre 5 e 8 anos de idade. As árvores com 7 a 8 anos começam a desenvolver um cerne saturado de água e a partir dos 12 a 15 anos se deterioram rapidamente, sendo poucas aquelas que atingem 20 anos de idade.

A desbrota é uma técnica que se realiza a partir do primeiro  ano. Consiste na retirada precoce das brotações e aplicação de produtos de ação protetora, de modo a evitar a formação inicial dos galhos e a respectiva copa, em alturas mais baixas no fuste. Para a realização dessa prática é recomendável a orientação de um técnico para evitar outros danos ou prejuízos.

Na condução dos povoamentos, os desbastes procuram adequar a densidade dos plantios em função do desenvolvimento das árvores, possibilitando a oferta de nutrientes, água e luz, de modo a evitar uma diminuição na taxa de crescimento.

O primeiro desbaste deve ser feito levando-se em consideração o espaçamento inicial e a qualidade do sítio. Os desbastes seguintes, além destes fatores, dependerão também da intensidade dos desbastes anteriores.

9. Produção
Entende-se por produção o volume de madeira de valor comercial colhido nos desbastes e no corte final de um reflorestamento. A produção de qualquer espécie florestal é variável em função de suas características genéticas, das características bióticas e abióticas do sítio em que for plantada, e também do manejo silvic



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