A partir de hoje, a Rural Centro apresentará um balanço geral semanalmente sobre as principais informações do setor, com comentários de especialistas a respeito dos temas destacados.


A ideia é que o produtor encontre em apenas uma página tudo o que é importante para o desenvolvimento do seu negócio e as principais notícias dos últimos dias.


PREÇO FÍSICO

Com o mercado chegando ao fim da entressafra, com a demanda internacional e interna totalmente aquecida, os preços da arroba do boi gordo voltam a reagir, é o que afirma o analista do setor de bovinocultura de corte do IMEA (Instituto Mato Grossense de Economia Aplicada), Daniel Latorraca.

Em outubro deste ano, a cotação anotou uma média de R$ 87,50/@ no Estado de Mato Grosso, nas negociações à vista e livre de Funrural, com leve valorização de 0,6% em relação ao mesmo período do ano passado, mas muito longe dos patamares que eram esperados pelo mercado.

Por que com o setor tão aquecido e com uma redução na oferta de matéria-prima registrada justamente nesta época de entressafra, os preços do boi gordo não alcançam os números do ano passado ou não registram forte incremento?

Daniel explica que são diversos os motivos que impedem a forte valorização do boi gordo. Para começar, o setor esperava que em 2011 os valores da commodity mantivessem os níveis elevados do ano passado, quando o boi gordo no Mato Grosso atingiu o pico de R$ 110/@.

Com isto, os produtores começaram a confinar mais, exemplo disto é que entre 2010 e 2011 o confinamento nesta praça produtora aumentou 34%, o que representa que atualmente há 798 mil cabeças confinadas no Estado.

Foi este aumento de oferta que ocasionou a diminuição da expectativa de uma nova escalada de preços no decorrer do ano.

Daniel explica que para os próximos dias, a tendência é de novas valorizações, caso o cenário da última semana de outubro e primeira semana de novembro se repita, podendo haver um aumento até significativo, atingindo no MT, por exemplo, a marca dos R$ 95 e R$ 96/@. Números, porém, ainda muito distante dos vistos em 2010.

DICA AOS PRODUTORES

A principal instrução é: mantenham as vendas escalonadas, não é conveniente jogar todo o estoque no mercado, nem segurar os animais no campo, na tentativa de acertar toda a produção no pico de preço. A ideia é ir acompanhando o mercado, esperando fazer uma média boa de preços.

CUSTO DE PRODUÇÃO

Este tema ainda tira o sono dos criadores de gado. Em plena fase de campanha de vacinação, o poder aquisitivo na compra da dose da vacina vem diminuindo, especialmente no Estado do Mato Grosso, hoje um produtor local consegue comprar 56,4 doses na venda de cada arroba do boi gordo, considerando o boi gordo a R$ 85,97/@ (set/11) e a dose a R$ 1,53.

Em 2010, esta relação de troca era de 68 doses compradas, enquanto que em 2009 era de quase 55 doses (lembrando que este ano o mundo inteiro passada por uma crise econômica global) e em 2008 o poder aquisitivo era de quase 80 doses.

Portanto, em menos de 4 anos, o poder de compra do produtor mato-grossense caiu 30%.

Já o preço do bezerro de até 12 meses registra no início de novembro uma média de R$ 663,33/cabeça, de acordo com os números do IMEA, contabilizando uma alta de 1% em relação à cotação praticada dia 20 de outubro, de R$ 656,67 e um pouco abaixo do valor anotado no início do ano, de R$ 666,67/cab.

EXPORTAÇÃO

As últimas informações disponibilizadas pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostram que em outubro deste ano, as exportações brasileiras de carne bovina in natura somaram 74,7 mil toneladas líquidas, rendendo às empresas exportadoras uma receita de 393,4 milhões de dólares.

Resultado muito próximo ao total visto no mês anterior, quando foram enviadas ao exterior 74,2 mil toneladas de carne bovina in natura, sendo que naquele período o faturamento alcançou 277,7 milhões de dólares.

Já em relação ao mesmo período do ano passado, os números de outubro não foram bons, uma vez que as vendas externas daquela época somaram 76,4 mil toneladas líquidas, resultando em uma receita de 293,3 milhões de dólares.

Evidentemente, as exportações ainda sofrem os efeitos do embargo russo, explica Daniel Latorraca. Na praça mato-grossense as vendas para aquele país ainda não foram liberadas e quem anda segurando o mercado ainda é o Oriente Médio, em especial o Irã e também a Venezuela.

REBANHO BOVINO

É válido lembrar que no último relatório apresentado pelo IBGE (Índice Brasileiro de Geografia e Estatísticas) foi confirmado que em 2010 o rebanho nacional atingiu 209,5 milhões de cabeças de gado, com aumento pouco significativo em relação a 2009, de apenas 2%, alta longe de suprir a necessidade do mercado, diante do crescimento demográfico mundial.

Lembrando que o município com o maior efetivo de bovino no Brasil é São Felix do Xingu, no Pará, com um pouco mais de 2 milhões de cabeças, 5,8% a mais que o efetivo de 2009, de 1,912 milhão.

Mato Grosso continua sendo o Estado com o maior rebanho do país, com total de 1,93 milhão de unidades. Enquanto a região com maior efetivo continua sendo o Centro-Oeste (72 milhões de cabeças).

 

Veja as principais notícias dos últimos dias:

Rússia volta a comprar carne do Paraguai
Preço do boi gordo seguirá firme, dizem confinadores
MS: Passo a passo da declaração de vacinação contra aftosa via internet
 



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