Balanço do Mercado da Pecuária de Corte: Aumento do abate de vacas preocupa setor
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apresentou na semana passada, os dados de abates de bovinos em todo o país.
A apuração destes números, especificamente os abates por categoria, é o destaque do Balanço do Mercado de Pecuária de Corte da Rural Centro.
Além dos números do IBGE, a Rural Centro mostra um estudo sobre a diferença entre os preços do boi e da vaca gorda em Cuiabá/MT, em março de 2011 em relação aos anos anteriores e um resumo dos números das exportações de carne bovina in natura.
A equipe de jornalismo da Rural Centro optou por iniciar esta série de estudos, que se estenderá nas próximas semanas, com Cuiabá por ser a capital que registrou em 2011 o maior volume de abates, um total de 4,2 milhões de cabeças.
Utilize o sumário abaixo e entre especificamente na informação desejada.
Lembrando que o foco deste material é levar ao produtor informações para o desenvolvimento do seu negócio e as principais notícias dos últimos dias.
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IBGE
Preço Físico
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Em 2011, os abates de bovinos no Brasil acumularam 28,8 milhões de cabeças, sendo que deste total 59,8% foram machos (boi gordo e novilho), um total de 17,2 milhões de cabeças e 40,2% foram fêmeas (vaca gorda e novilhas), 11,6 milhões de unidades.
A representatividade desta categoria é preocupante para o setor, considerando que o resultado só fica abaixo dos patamares de 2005, 2006 e 2007 (participação de 42,2%, 45,7% e 43%, respectivamente), anos em que o país registrou redução no rebanho bovino, com um maior descarte de fêmeas, ocasionado pelos preços baixos do período, em que para sobreviver o produtor necessitou abater em maior quantidade.
O total de fêmeas abatido em 2011 (11,6 milhões) aumentou 9,5% em relação a 2010 (10,6 milhões), 10,3% em relação a 2009 (10,5 milhões) e 3,3% em relação a 2008 (11,2 milhões).
Em sentido inverso, a participação de machos no abate total está registrando queda ano após ano, terminando 2011 com a menor marca desde 2006.
O total de machos abatidos em 2011 (17,2 milhões) diminuiu 7,9% em relação a 2010 (18,7 milhões), 2% em relação a 2009 (17,6 milhões) e 1,5% em relação a 2008 (17,5 milhões).
Foram 17,2 milhões de machos abatidos, apresentando queda de 7,9% frente 2010, de 18,7 milhões de animais, 2% a menos que os 17,6 milhões de machos abatidos em 2009 e 1,5% inferior aos bois e novilhos abatidos em 2008 (17,5 milhões de cabeças).
Pela importância desses dados, semana que vem a Rural Centro apresentará os números por região e por estado, sempre analisando historicamente as informações. Não perca
ESTUDO RURAL CENTRO – PREÇO FÍSICO
Os preços do boi em Cuiabá/MT estão novamente se aproximando das cotações da vaca gorda. Em março de 2012, a distância entre ambas categorias atingiu 8,5%, aproximadamente 2 pontos percentuais a menos que no mesmo período de 2011, quando entre o boi gordo e a vaca gorda havia uma diferença de 10,4%.
Em março de 2012, o preço médio do boi gordo nesta praça produtora atingiu R$ 78,6/@, contra R$ 85,3/@, referente às negociações a prazo. Em março de 2011, enquanto a vaca estava sendo negociada a R$ 86, o macho era vendido a R$ 94,9/@.
A diferença atual também está abaixo dos números de 2008, considerando que neste período o boi gordo estava cotado a R$ 67,1/@ e a fêmea a R$ 59,9/@, ou seja, com diferença de 12,1%.
É importante destacar que o distanciamento visto em 2012 supera a diferença de 7,1% vista em 2010 (boi a R4 72,7/@; vaca a R$ 67,9/@) e de 2009 (R$ 69 – boi; R$ 64,4/@ - vaca). Observe o gráfico ao lado.
É importante lembrar que em fevereiro deste ano, os frigoríficos exportadores não conseguiram embarcar um volume positivo de carne bovina in natura a outros países, acumulando 55 mil toneladas, o menor patamar desde 2002.
Com este resultado, no primeiro bimestre as exportações da matéria-prima somaram 117,4 mil toneladas líquidas, o menor resultado visto desde 2004, 1% a menos que as 118,7 mil toneladas vendidas nos dois primeiros meses de 2011 e quase 17% a menos que as 141 mil toneladas embarcadas entre jan/fev de 2010.
Apesar desta queda nas vendas internacionais, os frigoríficos brasileiros que operam no Brasil negociaram cada tonelada de carne bovina a uma média recorde de US$ 4.870, com alta de 0,5% em relação à média de 2011 (US$ 4.845/t) e 36% a mais que a média praticada há dois anos (US$ 3.581/t).
Com isso, os resultados da receita não foram piores, acumulando 571,8 milhões de dólares, o terceiro maior nível de todos os tempos, não ultrapassando apenas o faturamento anotado entre jan/fev de 2011, de 575,3 milhões de dólares e de 2008, de 619 milhões de dólares.
No período analisado, os russos mantiveram a liderança como principais compradores de carne bovina do Brasil, com um total de 31,4 mil toneladas líquidas. Na segunda posição, os egípcios adquiriam 18,1 mil toneladas de carne bovina do Brasil.
A China, a partir da unidade administrativa Hong Kong, está na terceira posição, com 16,3 mil toneladas e os venezuelanos, com total de 15 mil toneladas e se firmando cada vez mais como importante comprador da carne brasileira, ocupam o quarto lugar.
São Paulo continua sendo o Estado com maior volume de exportação do país, com 35 mil toneladas, volume muito abaixo dos anos anteriores. Em sentido contrário, os goianos estão exportando cada vez mais, em 2012 um total de 20,5 mil toneladas.
O Estado de Mato Grosso conseguiu embarcar em 2012 18,1 mil toneladas de carne bovina in natura e os sul-mato-grossenses, em quarto lugar, se destacam com vendas de 15,6 mil toneladas.
Atenção: Dados das exportações de março serão apresentados ainda hoje. A Rural Centro os publicará em breve, aguarde!
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