Produtores da Lista Trace/MS pedem valorização em carta ao governador

04 Feb 2011

Nesta quinta-feira (3) a médica veterinária Aline Rohr e a pecuarista Regina Eleusis estiveram em Maracaju, distante 160 quilômetros de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, para repassar uma carta ao governador André Puccinelli. O documento, escrito na última quarta-feira e entregue durante o encerramento da Showtec 2011, visa representar as necessidades dos 326 produtores integrantes da Lista Trace do MS, aptos à exportação de carne para a União Europeia.

 
Presentes na ocasião estavam, além do próprio governador, a Secretária de Produção do estado, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, funcionários do Ministério da Agricultura e outros políticos.
 
No texto, os pecuaristas pedem ao governo a valorização do seu trabalho, que atende dez requisitos da Iagro/MS (Agência Estadual de Defesa Sanitário Animal e Vegetal), visando a habilitação para vendas externas (Veja aqui quais são).
 
Leia abaixo na íntegra a carta elaborada pela comissão representante dos produtores rurais que integram a Lista Trace do estado.
 
"Ao
Exmo Senhor Governador Dr. André Puccinelli
 
            Vimos através desta representar os caros colegas produtores (as) de Mato Grosso do Sul que fazem parte da Lista TRACES (lista de propriedades aptas da exportação de carne para a União Européia - UE).
            Em dezembro de 2008 nosso estado conseguiu a tão esperada liberação para a exportação de carne para a UE onde, a partir daí, começaram as auditorias do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento - MAPA em parceria com a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal – IAGRO para a aprovação das propriedades que se encontram inscritas no SISBOV (Sistema Brasileiro de Identificação de Bovinos e Bubalinos). Foram dois anos de esforços de produtores e dos funcionários públicos federais e estaduais para hoje estarmos no estado do Mato Grosso do Sul com 326 propriedades aprovadas e aptas para a exportação para a UE.
            Pela União Européia ser um mercado diferenciado e com remunerações melhores pela carne brasileira essas propriedades aprovadas estavam recebendo um diferencial pelos abates em frigoríficos exportadores. Esse ágio foi caindo ao passar do tempo, sabemos que a oferta e o preço do dólar influenciaram nessa queda, porém em 2010 não houve mais nenhum pagamento pela carne exportada e além de tudo, na emissão da GTA (Guia de Trânsito Animal), o produtor não tinha mais a opção vender ou não seus animais para exportação, ou seja, o frigorífico poderia exportar o produto sem pagar absolutamente nada ao produtor. Vendo esta situação realizamos a primeira reunião dos produtores que compunham a Lista TRACES em agosto/2010 onde expusemos a situação e o que poderíamos fazer para adquirirmos novamente o nosso direito de venda. Em reuniões com MAPA, IAGRO, Produtores e com o apoio do Sindicato Rural de Campo Grande em outubro/2010 nosso direito foi conquistado novamente. Atualmente podemos decidir se as carnes oriundas de nossas propriedades aprovadas vão ou não para a exportação para a União Européia conforme o pagamento do ágio, tudo isso graças ao MAPA, IAGRO que nos foram tão prestativos e a persistência incansável dos produtores que ainda acreditam no sistema de rastreabilidade brasileira.
            O custo para manter uma propriedade nesse regime tão exigente de exportação para a Europa é alto, o que vem desestimulando os produtores de todo o Brasil a desistir desse trabalho tão importante para o país por não terem o retorno para que pelo menos as contas possam ser fechadas.
            Hoje os contratos de exportação de carne para a Europa são pequenos devido a crises de 2008 e também porque a maior porcentagem dos mesmos é direcionada para os estados de São Paulo e Goiás. A exemplo do estado do Mato Grosso do Sul, que foi parabenizado em todo o país, os estados de Goiás e Mato Grosso a partir dessa iniciativa pioneira também travaram suas vendas caso não haja o pagamento do ágio. Isso foi uma grande conquista para os produtores.
            Nosso estado tem um potencial excepcional de qualidade de carne, as propriedades estão cada vez mais tecnificadas, isto é, os investimentos aumentando em mão de obra qualificada, prestações de serviços de certificadoras credenciadas pelo MAPA, responsáveis técnicos garantindo a sanidade animal do nosso rebanho e acompanhando nossa produção, tudo isso para cumprir com êxito todas as exigências impostas pelo mercado internacional e além do mais muitos animais são identificados até os 10 meses de idade dando oportunidade de participação na Cota Hilton.
            Por todos os motivos apresentados, pela falta de estímulo que se encontram esses produtores, uma vez que seu trabalho não está sendo valorizado, vimos através desta pedir a ajuda de Vossa Senhoria no sentido de termos a oportunidade de explicarmos detalhadamente essa situação para que essas exportações continuem e cresçam gerando divisas para o Mato Grosso do Sul e para o Brasil.
            Contamos com a atenção de Vossa Senhoria, anciosos e esperançosos no aguardo de seu contato, para que juntos possamos nortear ações que possam fazer com que o Mato Grosso do Sul continue suas exportações sendo assim um exemplo para todo o Brasil.
 
Atenciosamente,
 
Presidente da Comissão dos Produtores da Lista Traces:
 
Regina Eleusis Silveira dos Santos
Produtora Rural
 
Comissão:
Abimael Lossavero
Produtor Rural
Aline Rohr
Médica Veterinária
Thiago Milan Leal
Médico Veterinário"

Fonte: da redação



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