29 Dec 2011

O milho é a cultura mais prejudicada pela seca que atinge o Sul do país. O governo do Rio Grande do Sul estima que as perdas nas lavouras vão passar de R$ 1 bilhão.

O norte gaúcho é a região mais atingida. A chuva que caiu no último final de semana pode diminuir as perdas na lavoura de soja, mas o mesmo não deve acontecer com o milho.

"A esperança é na soja. O que tinha que estragar, estragou no milho. Já tivemos uma perda de mais ou menos 35% a 40% com a lavoura", conta o produtor rural Lauro Ridel.

A Emater acompanha a decepção dos produtores. Depois de uma grande safra, eles viram as expectativas começarem a diminuir em outubro, quando a falta de umidade já prejudicava as lavouras.

"Nós temos um problema que é a época crítica da cultura, o florescimento e o enchimento do grão. Quando o milho chega neste período, precisa de mais água. E isso não está acontecendo nas principais regiões produtoras do Estado. A chuva tem sido muito insuficiente em relação à necessidade das plantas", explica o engenheiro agrônomo da Emater, Dulphe Pinheiro Machado.

De acordo com a Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro), mais de 40% das áreas plantadas com milho foram atingidas no Rio Grande do Sul. Em alguns locais, onde a estiagem é mais crítica, 80% das lavouras foram perdidas.

"A produção esperada era de 5,8 milhões de toneladas. Poderemos ter uma perda direta, só de receita bruta, de R$ 1,2 a R$ 1,3 bilhão. Isso sem considerar a necessidade de importação que nós teremos, de buscar em outras regiões do país, ou mesmo de fora, para abastecer o mercado interno gaúcho", afirma o economista da Fecoagro, Tarcísio Minetto.

Ele reforça também os gastos com os serviços, com frete e com o ICMS.

"Devem ser mais de R$ 100 milhões ou R$ 200 milhões só no ponto de vista tributário e de frete. Tem também os serviços adjacentes que envolvem o efeito multiplicador com a quebra da safra", conclui.

 

Fonte: Rural BR



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