Balanço do Mercado da Soja:USDA reconhece efeitos da seca e reduz safra p/ 251,5 milhões/t
Um pequeno resumo das informações do USDA - este é o destaque do Balanço do Mercado da Soja desta segunda-feira.
A edição de hoje também traz as últimas informações da Conab, do IBGE e da Secex e um pequeno estudo sobre o desempenho do preço do grão, segundo o Indicador Cepea, nos primeiros quinze dias de julho, além da previsão climática e fechamento da BMF&Bovespa.
Lembrando que o balanço do mercado da soja elaborado pela Rural Centro apresenta as principais informações do setor. A ideia é que o produtor encontre em apenas uma página tudo o que é importante para o desenvolvimento do seu negócio e as principais notícias dos últimos dias.
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As informações disponibilizadas no relatório Supply Demand elaborado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostram que a produção mundial de soja da temporada 2011/12 deve totalizar 251,5 milhões de toneladas métricas.
Volume muito inferior ao que já estava previsto no relatório anterior, de 257 milhões de toneladas métricas.
Além disso, a disponibilidade de soja no mercado na atual temporada é menor que os números contabilizados na safra 2010/11, de 264,2 milhões de toneladas e na safra 2009/11 quando o mundo colheu 260,9 milhões de toneladas de soja.
O USDA manteve a projeção de produção dos Estados Unidos em 83,2 milhões de toneladas métricas, o maior produtor mundial da commodity.
Em segundo lugar, os brasileiros devem produzir 72 milhões de toneladas métricas na safra 2011/12 (atenção: A Conab projeta uma produção muito inferior a esta, de 69,2 milhões/t).
Na terceira posição, com total de 48 milhões de toneladas, está a Argentina.
Veja abaixo o quadro de oferta e demanda de soja em todo o mundo:
As últimas informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que a estimativa de produção da soja brasileira da safra 2011/12 caiu 11,9%, um total de 66,3 milhões de toneladas na atual temporada comparadas às 75,3 mil/ton da safra 2010/2011.
Além disso, a produtividade também apresentou queda, de 14,8%, atingindo 2.655 quilos de soja por hectare nesta safra, contra 3.115 quilos da safra anterior.
Segundo a apuração da Rural Centro, a região que apresentou uma baixa mais representativa foi o Sul, devido à estiagem prolongada. A produção é de 18,5 milhões de toneladas, 34,9% menor que a safra passada, que atingiu 28,3 mil/ton. O estado que sofreu mais com a seca foi o Rio Grande do Sul, aonde foram produzidas 6,5 mil/ton de soja, 43,8% a menos frente aos 11,6 mil/ton da safra 2010/11. A produtividade ficou em 1.555 kg/ha no Estado, 45,3% a menos que a safra passada (2.845 kg/ha).
Em outras regiões, estados como o Mato Grosso do Sul e Bahia também apresentaram queda. A produção sul-mato-grossense é de 4,6 milhões de toneladas frente aos 5,1 mil/ton da safra anterior, apresentando variação negativa de 10,5%. No estado baiano foi produzida 3,1 mil/ton de soja, uma queda 9,3% (3,5 mil/ton). A produtividade ficou em 2.550 kg/ha em MS, 13,2% a menos frente aos 2.937 kg/ha da safra anterior, e 2.860 quilos na Bahia, apresentado queda 14,9% (3.360 kg/ha).
Em sentido totalmente inverso, o destaque da safra 2011/12 foi o Piauí, que apresentou um aumento de 11,1% na produção de soja, passando de 1,1 para 1,2 milhões de toneladas produzidas.
O estado nordestino apresentou queda na produtividade que foi compensada pelo aumento na área plantada. Foram produzidos 2.842 quilos de soja por hectare, 4,7% a menos contra os 2.983 quilos da outra safra, e a área aumentou 16,6 %, passando de 383,6 para 447,3 mil/ha.
Atenção: o Brasil também apresentou um aumento na área cultivada do grão, que passou de 24,1 para 25 mil/ha (3,4% maior).
Com essa queda na produção e com a demanda aquecida, tanto no mercado interno, como no mercado externo, a tendência é de preços positivos daqui pra frente.
Reavaliações no mês de junho confirmam o efeito da seca na produção deste grão. Com grandes reduções no Sul do país, de 37,1% comparada com a produção da safra passada, a redução na produção nacional de soja do país se aproximou de 10.000.00 de toneladas, mesmo com um aumento médio de 3,5% na área colhida dos Estados.
Mato Grosso e Goiás aumentaram suas produções, frente à safra anterior, motivados principalmente pelos aumentos nas respectivas áreas cultivadas.
Na Região Nordeste do Brasil o Estado da Bahia, embora tenha aumentado a área de plantio (+ 68.445 ha), em relação a safra anterior, reduziu sua produção 1,9%, também influenciada pela seca.
Dados apresentados há pouco pela Secex (Secretaria Comércio Exterior) mostram que em junho deste ano as exportações brasileiras de soja somaram 4,841 milhões de toneladas líquidas, volume que é muito inferior às 7,285 milhões de toneladas vendidas em maio de 2012, mas que supera as 4,554 milhões de toneladas de soja exportadas em junho de 2011.
A receita das exportações de soja atingiu 2,6 bilhões de dólares abaixo dos 3,8 bilhões de dólares anotados em maio de 2012, porém um pouco acima dos 2,232 bilhões vistos em jun/11.
No primeiro semestre, 23,4 milhões de toneladas de soja foram embarcadas ao exterior, o maior resultado visto até o momento para este intervalo, superando em 29% o total vendido nos seis primeiros meses de 2011 (18 milhões de toneladas de soja) e 26,4% a mais que o resultado apresentado entre jan/jun de 2010 (18,5 milhões/t).
Com isso, o faturamento das exportações ficou em 12 bilhões de dólares, também o maior resultado de toda a história.
Preço da soja no mercado físico
Dados do Cepea mostram que, a segunda semana de julho foi marcada por valorizações seguidas, saindo de RR4 74,34 para R$ 74,87/sc, alcançando R$ 75,01 e atingindo R$ 75,77 a saca na última sexta-feira (13).
Veja o resultado histórico dos preços da soja: http://www.ruralcentro.com.br/cotacoes/102/soja-a-vista-cepea
A previsão para esta segunda-feira é de temperaturas baixas no Sul e Sudeste, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste seguem com tempo instável e abafado.
No Sudeste, a semana começa com tempo parcialmente nublado a nublado com nevoeiro em Minas Gerais. Enquanto isso, no Sul, a segunda-feira será de temperaturas baixas com céu parcialmente nublado a nublado com pancadas de chuva no Paraná.
No Nordeste, o tempo fica parcialmente nublado com chuva isolada no Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. No Norte, o tempo fica encoberto a nublado com pancadas de chuva no Amazonas e Roraima.
Veja a previsão completa: http://www.ruralcentro.com.br/noticias/58720/semana-comeca-com-previsao-de-frio-no-sul-e-sudeste
Nesta segunda-feira (16), o pregão na BM&FBovespa finalizou com altas entre 0,9% e 1,6%, com o mais curto prazo valendo R$ 37,4 a saca.
Enquanto isso, a Bolsa de Chicago encerrou o pregão com valorizações entre 1,5% e 1,5%, com o mais curto prazo valendo US$ 16,4 bushel.
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