Balanço do Mercado do Milho: Preço à vista sobe pelo terceiro dia seguido
O preço à vista do milho ao longo do mês de julho, mais o fechamento da Bolsa de Chicago e BM&FBovespa e as previsõas climáticas - estes são os destaques do Balanço do Mercado de milho apresentado nesta terça-feira.
Veja também as últimas informações sobre a safra brasileira de milho disponibilizadas pelo USDA, pela Conab e pelo IBGE e o resultado histórico das exportações em junho e no primeiro semestre.
O objetivo do Balanço é mostrar em apenas uma página as principais informações e notícias apresentadas nos últimos dias e assim auxiliar o produtor nas negociações diárias.
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Preço do milho – mercado físico
Informações do Indicador Cepea mostram que nesta última segunda-feira (23), o preço à vista do milho atingiu a marca dos R$ 31,96 a saca, sendo esta a terceira alta consecutiva, anotando alta de 2,5% em relação ao dia anterior, quando o produtor de milho conseguia negociar a saca de milho a R$ 31,48 e, mais expressivamente, contabilizando valorização de 32% em relação ao começo de julho, quando a saca do grão era vendida a R$ 24,15.
Nesta terça-feira (23), o pregão da BM&FBovespa fechou o dia com aumentos significativos entre 3,3% e 5,1%, com o vencimento set/12 cotado a R$ 33,2/sc.
A Bolsa paulista refletiu os resultados da Bolsa de Chicago que finalizou os trabalhos de ontem com altas entre 0,6% e 1,3%, com o mais curto prazo a US$ 8,14/bushel.
A previsão para esta terça-feira é de tempo bom no Sudeste e de instabilidade no Sul, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Nas demais regiões do País, o tempo continua seco e com temperaturas elevadas principalmente no Norte e Nordeste.
O tempo segue ensolarado no Sudeste, que tem céu parcialmente nublado a claro com névoa úmida em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
No Sul, o tempo fica instável e com temperaturas amenas. No Centro-Oeste, o céu fica parcialmente nublado a nublado com chuvas isoladas no Mato Grosso.
Saiba Mais: http://www.ruralcentro.com.br/noticias/58776/terca-feira-sera-de-chuva-no-nordeste
Os números apresentados há pouco pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), no relatório Supply Demand, são animadores para o mercado do milho no Brasil. Se por um lado o USDA manteve a projeção da produção brasileira em 65 milhões de toneladas métricas, por outro reduziu a produção mundial e a dos Estados Unidos (maior produtor de milho do mundo) em relação ao levantamento anterior.
Segundo os técnicos americanos, a produção mundial de milho deve atingir 905,23 milhões de toneladas, 4,7% a menos que o previsto anteriormente (949,93 milhões de toneladas). O volume previsto agora ultrapassa em 3,6% a colheita estimada para a atual temporada (873,7 milhões/t) e é 9,2% maior que as 829,12 milhões de toneladas colhidas em 2010/11.
A previsão da produção americana caiu 12% entre os dois últimos levantamentos, saindo de 375,68 para 329,45 milhões de toneladas.
Os chineses, segundo maior produtor, devem produzir 195 milhões de toneladas e o ressaltando que o Brasil, em terceiro lugar, pode colocar no mercado 67 milhões de toneladas.
Atenção: Dois pontos devem ser tomados em consideração sobre o mercado do milho, o primeiro é que grande parte da produção americana de milho é destinada ao biocombustível e o segundo é que a China produz insuficientemente para suprir a demanda interna (prevista em 201 milhões de toneladas), abrindo aí uma lacuna para o Brasil ocupar o abastecimento de outros países.
Apesar da exportação de milho do Brasil não ter atingido resultado satisfatório no primeiro semestre, segundo dados da Secex, cada tonelada de milho foi exportada a um recorde de 295 dólares.
Muito próximo de alcançar a produção da primeira safra, técnicos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) acreditam que a produção de milho safrinha deve atingir 34,6 milhões de toneladas na safra 2011/12, 61% a mais que na temporada anterior (21,5 milhões de toneladas). Além disso, o volume de milho safrinha está apenas 1% abaixo das 34,9 milhões de toneladas de milho produzidas na primeira safra.
Todas as regiões, com exceção do Nordeste, amplamente prejudicado pela seca prolongada, devem ampliar a produção de milho safrinha ultrapassando a casa dos 60%.
Destaque para o Mato Grosso, cuja estimativa é colher 12,6 milhões de toneladas de milho, apenas na segunda safra, 74,4% a mais que as 7,3 milhões de toneladas colhidas na safra anterior.
A Conab destaca que os números mostram que a segunda safra de milho no Brasil vem mudando o paradigma da lavoura no cenário produtivo nacional, onde se destaca o fato de que a segunda safra de milho assumirá cada vez mais a importância até então reservada à safra de verão.
Veja abaixo os últimos dados apresentados pelo IBGE:
Para junho, a produção nacional de milho em grão está prevista em 69.057.729 toneladas, 0,8% maior que a de maio, com redução de 0,9% para a 1ª safra e aumento de 2,5% para a 2ª, que continua a ser a maior entre as duas. A produção, recorde, para as duas safras do produto, supera em 22,7% o total produzido em 2011 e a área plantada é 11,6% maior. Os números refletem os bons preços do produto no mercado.
Como a 1ª safra de milho já está em processo final de colheita, praticamente não houve variações neste período de avaliação. A pequena variação negativa na produção se deve, principalmente, aos estados da Região Norte e Nordeste, que apresentaram decréscimo na produção em 7,8% e 5,9%, respectivamente, no mês de junho.
A 2ª safra de milho em grão encontra-se ainda no início de colheita. Esperam-se aumentos na produção (prevista em 35.275.962 toneladas) e no rendimento médio: de 2,5% e de 4,6%, respectivamente. Entretanto, houve diminuição das áreas plantada e colhida, de 2,0%. A Região Nordeste continuou influenciando a estimativa de queda na safra, devido à seca. As previsões de plantio para esta região diminuíram 32,1% em áreas a serem plantadas e colhidas e 10,7% em produção, principalmente devido à redução da perspectiva de produção e área de plantio na Bahia (26,1% e 47,1%, respectivamente).
A Região Centro Oeste, maior produtora do milho na 2ª safra, com 62,9% da produção nacional, apresentou variação positiva de 3,7% na produção, de 2,5% no rendimento médio e 1,3% na área plantada e área a ser colhida. Mato Grosso do Sul foi o principal responsável por estes números, com aumentos de produção (16,0%), rendimento (12,8%) e área (2,8%). Na Região Sul, o Paraná, segundo maior produtor, com 29,3% da produção nacional, estimou aumento da produção de 0,9% para o mês de junho. Devido aos bons preços que estão sendo praticados para o milho, os produtores investiram mais em tecnologia (semente, fertilizante, insumos), com reflexos positivos, sobretudo, no rendimento; as condições climáticas favoráveis geram também boas expectativas de produção.
As exportações brasileiras de milho caíram significamente entre maio e junho deste ano, com o volume saindo de 165,7 mil toneladas para 134,9 mil toneladas, enquanto a receita passou de 45,6 milhões de dólares para 35,2 milhões de dólares.
Ainda assim os resultados estão acima dos patamares de 2011, quando o país conseguiu desembarcar 11,8 mil toneladas, com aquisição de 5,9 milhões de dólares.
Segundo as últimas informações da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), no primeiro semestre deste ano, as vendas internacionais do grão acumularam 1,681 milhão de toneladas, o menor volume desde 2006, 40% a menos que em 2011 (2,798 milhões de toneladas) e 18,8% abaixo do volume exportado nos seis primeiros meses de 2010 (2,072 milhões de toneladas).
O faturamento dos embarques internacionais somou 496 milhões de dólares, com perda de 32% frente a receita de 2011, quando a receita totalizou US$ 733 milhões.
Apesar do resultado negativo, cada tonelada de milho foi exportada a um recorde de 295 dólares.
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