A hora da verdade: Os 7 indicadores que “escancaram” os resultados da fazenda
Convivemos diariamente com as seguintes questões: “estou indo bem ou indo mal", ou melhor, "aonde minha fazenda vai bem e aonde ela vai mal?". Quando apresentamos o grande volume de informações que devem ser monitoradas em uma fazenda, para que a resposta seja a mais completa possível, vêm a réplica: “mas... o que realmente importa?”. Pensando numa resposta objetiva, didática e sobretudo aplicável, elaboramos os sete indicadores que mostram de forma mais ampla e conclusiva o desempenho da empresa pecuária.
1 - LOTAÇÃO e GANHO MÉDIO DIÁRIO: A lotação mede a carga animal que a fazenda manteve por unidade de área (ha ou Alq.) durante o ano deve ser avaliada em cabeças e UA’s (450 kg de PV). Sabemos projetos com lotação média inferior a 1,2 UA/ha/ano apresentam média/baixa ou baixa capacidade de geração de lucro. Por outro lado, de nada vale termos lotação se o ganho individual dos animais foi baixo. Como o propósito da exploração pecuária é a produção de peso vivo e consequentemente a carne, seja na cria ou na engorda, o foco no ganho diário é determinante. Entendemos que o ganho global dos animais deva superar 0,4kg/cab/dia.
2 - TAXA DE DESMAME: É o mais importante indicador da cria. Representa o total de animais desmamados em relação às vacas expostas em reprodução dentro de determinado período. A taxa de desmame é um poderoso indicador do desempenho reprodutivo devido contemplar os índices de fertilidade, perda pré-parto e a mortalidade de bezerro. O valor de mínimo para de taxa de desmame ser considera média/boa é de a 75%. Lembramos que o peso dos bezerros ao desmame complementa a análise.
3 - TAXA DE DESFRUTE: A taxa de desfrute mede a capacidade que o rebanho teve para gerar excedente, ou seja, representa a produção (em arroba, quilos, ou cabeças) que teve em um ano em relação ao rebanho inicial. Quanto maior a taxa de desfrute, maior a produção interna do rebanho. Em sistemas de recria/engorda o desfrute deve superar 50%, no ciclo completo 40%.
4 - REFERENCIAMENTO DA EQUIPE: A resposta para a pergunta "Minha equipe é grande ou pequena, devo contratar ou demitir?". Antes de responder, sempre perguntamos se o serviço está em dia? Evidente que além desta resposta, outros indicadores auxiliam na análise. Dentre estes destacamos as relações cabeça/funcionário e funcionário hectare. Por outro lado, podemos dizer que os dois índices mais conclusivos são o percentual que a folha representa sobre o faturamento e o faturamento por funcionário/ano. Salário em relação a região, motivação e comprometimento devem completar a análise.
5 - PRODUÇÃO DE ARROBA/HA/ANO: Mede a produção em kg de carcaça convertido em @ (15 kg de peso morto) por hectare de pasto. Tem íntima relação com o faturamento da empresa. É o indicador produtivo que mais merece atenção por sofrer influência da lotação do ganho diário, das taxas reprodutivas e mortalidade. A média brasileira não chega a 3@. Acreditamos que o alvo das empresas agropecuárias deva superar 10@/ha/ano.
6 - DESEMBOLSO POR CABEÇA POR MÊS: Produzir muito, gastando ainda mais não pode ser a combinação. Diante disto o monitoramento sistemático dos valores de desembolso por cabeça por mês deve ser efetuado. Este valor mede o total de dinheiro gasto na fazenda em relação ao rebanho médio. Sempre avaliados mês a mês com acúmulos trimestrais e anual. Lembramos que os valores de investimento na compra de gado não devem compor a soma das despesas, apenas os custeios somados aos investimentos produtivos. O desembolso/cabeça/mês deve ser inferior a R$ 20,00/cabeça/mês. Destes R$ 20,00, a maior parte deve ser investimentos e manutenção de pastagem, seguidos pelos insumos do rebanho e mão de obra. Não podemos deixar de destacar que quanto menor os índices do rebanho, menor poderá ser o desembolso.
7 - LUCRO POR HECATRE POR ANO: É o mais importante de todos, afinal é o que sempre perseguimos. Infelizmente a definição que Lucro é uma fantasia contábil e que a matemática é mágica faz com que muitos nem tentem calcular ou desistam na primeira dificuldade. De posse disto e focando na solução, a Terra Desenvolvimento, através de uma ampla conferência entre técnicos da produção, contabilidade e clientes, elaborou o método chamado BPC (balanço produtivo de caixa). Este balanço mostra a capacidade que a fazenda teve para gerar recursos “extraíveis”, ou seja, resultado de caixa que chamamos, neste momento, de lucro operacional.
Fórmulas:
Lotação (UA’s/Ha)= Rebanho Médio (UA) ÷ Área de Pastagem (ha)
GMD (kg/cab/dia) = [peso final (kg) – peso inicial (kg)] ÷ período entre pesagens (dias)
Referenciamento de Equipe:
a) Folha sobre o faturamento: Valor folha de pagto (R$) ÷ Faturamento (R$) x 100
b) Faturamento por funcionário por ano: Total de Receita ÷ total de funcionários
Taxa de desfrute Safra 2009/2010 = [Peso total do rebanho (@) em julho 2010 - Peso total do rebanho (@) em junho 2009 - Peso total comprado (@) no período jul/09 a jun/10 + Peso total vendido (@) no período jul/09 a jun/10] ÷ Peso total do rebanho em junho 2009 (@) x 100]
Produção de @/ha/ano = [Peso total do rebanho (@) em julho 2010 - Peso total do rebanho (@) em junho 2009 - Peso total comprado (@) no período jul/09 a jun/10 + Peso total vendido (@) no período jul/09 a jun/10] ÷ área de pastagem (ha)/
Desembolso/cabeça/mês = Total de desembolso/mês em R$ ÷ rebanho médio do mês (cabeças)
Lucro/ha/ano = [Total Geral de receitas (R$) – Total geral despesas (R$) + Variação do rebanho* (R$)] ÷ área de pasto (ha)]
*aumento ou diminuição do rebanho.