Feijão: prato tradicional pode servir até como veneno para ratos
por Gabriela Borsari / Rural Centro
O feijão, um dos alimentos mais tradicionais e consumidos no Brasil, possui características que poucos sabem e ainda promete ter um ano de 2015 bem atípico. Aumento de oferta e área plantada e volatilidade dos preços farão o feijão ter momentos distintos durante as três safras do ano.
Na primeira, haverá aumento de área plantada e produção, em razão de fatores como o reajuste do preço mínimo. Já na segunda safra, a oferta do grão deve diminuir em regiões tradicionais, mas deve se recuperar na Região Nordeste, onde houve seca. E, por fim, a terceira safra deve sentir os reflexos do vazio sanitário dos principais estados produtores, por conta da incidência da mosca branca, o que pode provocar uma reação dos preços.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o mercado de feijão na safra 2014/2015 tem como base a área estimada para o plantio da 1ª safra, que deve totalizar 1,17 milhão de hectares, incremento de 3,6% em relação à safra anterior.
Esse aumento se deve principalmente aos valores praticados no mercado e ao incentivo do Governo Federal, que reajustou os preços mínimos, tanto do feijão comum cores, quanto do feijão preto, que passaram a valer R$ 95,00/saca e R$ 105,00/saca, respectivamente.
As Regiões Sul e Sudeste e os estados de Goiás, Bahia e Piauí concentram a área plantada com feijão de 1ª safra. A produção deverá apresentar acréscimo de 291,2 mil toneladas em relação à safra anterior, que foi de 1.25 milhão de toneladas, com destaque para o cultivo do feijão preto.
A Região Nordeste deve recuperar a sua área plantada na 2ª safra, em decorrência da seca ocorrida em 2013 que dificultou o plantio e o replantio. Nos estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo, deve haver redução de área em função da incidência da mosca branca. Em Mato Grosso, a ampliação da área deverá ser de aproximadamente 72,2 mil hectares, enquanto no Paraná as perspectivas de cultivo deverão ser de aproximadamente 30,1 mil hectares.
No segundo semestre de 2015 está prevista a colheita da 3ª safra com início pelo Nordeste, e depois em Goiás, no Distrito Federal e em Minas Gerais. De acordo com a Conab, a produção total de feijão deve ser pelo menos 10% maior que na safra passada.
Curiosidades
Independente do comportamento do mercado do feijão em 2015, ele sempre estará na mesa dos brasileiros. O feijão mais popular do Brasil e que mais acompanha o arroz nas refeições é o carioquinha. O curioso é que ele está longe de ser o mais popular do Rio de Janeiro. Os cariocas preferem o feijão preto. O grão recebeu esse nome por causa das listras, que lembram o calçadão de Ipanema.
O fradão é o preferido dos paraenses, já no Ceará, o mais popular é o feijão-de-corda. Os mineiros gostam do Jalo e, os gaúchos, do preto. Na Bahia, o fradinho é o popular e no Centro-Oeste, o rosinha, já o branco reina em Santa Catarina.
Há até doce de feijão, mas isso é uma especialidade japonesa. Eles fazem o doce com uma variedade de feijão chamada azuki. No Japão até existe um refrigerante produzido a partir desse feijão.
Os maiores produtores mundiais de feijão são, pela ordem: Brasil, Índia, China, Myanmar e México.
Há várias técnicas de conservação do feijão. Antigamente ele era misturado a terra de cupinzeiros, talvez por causa da liga que essa terra contém, para não dar caruncho.
Seguem dicas de culinária de feijão
- Para o feijão ficar macio, sempre o cozinhe lentamente com água fria e vá adicionando aos poucos;
- Somente o tempere com sal, quando estiver totalmente cozido;
-Caso o feijão fique salgado, coloque algumas folhas de couve ou rodelas de batata cruas para cozinhar com ele.
Versatilidade
Segundo algumas pesquisas, o feijão cru foi descoberto como um veneno natural que possui substâncias (como antitripsina, lectina, etc) que inibem o crescimento destes roedores. Essas substâncias ajudam a inibir as proteases, causando a diminuição das atividades das enzimas digestivas. Isso influi nutricionalmente no desenvolvimento dos ratos. Depois de terem comido muito, eles dormem, e é aí que a antitripsina a lectina agem, fazendo com que o organismo desses bichos não absorvam o feijão (cru), causando envenenamento natural por fermentação matando-os em até três dias. O cozimento completo do feijão inativa esses inibidores e promove um efeito benéfico à digestão.
Modo De Fazer:
200 gr de feijão cru e 200 gr de qualquer achocolatado. Bata em um liquidificador o feijão cru sem lavar até se transformar em uma farofa, misture ao achocolatado e em montinhos coloque onde os ratos transitam e em locais como atrás de fogões, em dispensas e etc.
OBS: Esta receita é natural e não afetará seus animais de estimação.