Sindi cresce no Brasil graças aos números convincentes de produção

Não é de hoje que pista de julgamento em exposições agropecuárias serve para balizar o trabalho de seleção. Também não é recente que apenas a beleza das vitrines não convencem. O que o produtor quer é prova, ciência, baixo custo e lucro seguro. Alguns números que vimos do Sindi no Dia de Campo das Fazendas Reunidas Castilho, em Novo Horizonte/SP, no final de semana, chamam atenção.

O Sindi é das mais antigas raças zebuínas. Há 5 mil anos, esse bovino vermelho foi reconhecido no Paquistão e de lá pra cá sua seleção foi natural. Tinha importância fundamental na alimentação da população local e sobrevivia com poucos recursos naturais para se nutrir. Há milênios, come pouco, converte mais. Em carne e leite, com naturalidade.

O Sindi vem mostrando números convincentes, desde que Adaldio Castilho, titular do Sindi Castilho, resolveu reapresentar a raça ao Brasil levando um casal de bezerros para a abertura oficial da Expozebu 2005. Até então, ficara de 25 anos no ostracismo, com pequeno rebanho no Nordeste e outro em Novo Horizonte, já que a família de Adaldio participou da última importação de 1962 – a primeira fora em 1936. 

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Depois que o Sindi voltou ao solo sagrado do Zebu, em Uberaba, a raça cresceu, méritos de sua habilidade natural. Na pista, todos deixaram de se referir ao Sindi como os “vermelhinhos” do Zebu. Principalmente porque os animais Sindi de dupla aptidão confirmam que tamanho não é documento.

O veredicto veio na palestra do consultor Fernando Nemi Costa no Dia de Campo. Segundo seus estudos, nos cinco abates técnicos realizados de 2006 até este mês de fevereiro em frigoríficos diferentes, tendo por média a mensuração de 25 bovinos cruzados (Sindi x Nelore) entre 90 e 100 dias de cocho simples, a idade média de abate caiu de 30/36 meses para 20/24 meses, o peso do primeiro não variou muito do último (584 kg para 539 kg na fazenda) e o rendimento de carcaça é que chama atenção: nunca baixou de 58,2% de média, com pico acima de 59% (a média nacional não chega a 54%), e peso final médio superior a 22@. Um resultado fantástico.

Nas contas do consultor, o custo por arroba é muito menor, porque o Sindi foi quem menos ingeriu no comparativo com outras raças, até resultar em mais carne e, abatido mais cedo, com mais qualidade em todos os quesitos comercialmente importantes. Para se ter uma ideia, a peça de traseiro do Sindi de 24 meses após a desossa rendeu 80% de carne de primeira. É tudo o que o frigorífico quer. Mais carne para vender. E para fechar os números de Nemi Costa, um boi com rendimento de carcaça perto de 53%, após todas as contas, dá R$ 62,00 de lucro, contra R$ 262,00 de um que rende 58%, no caso do Sindi. A diferença é muito grande. É por isso que cada vez mais gente está aderindo ao Sindi para, por exemplo, suprir a demanda nacional de 2 milhões de touros para cobrir a vacada a campo com tudo o que um bom touro precisa ter.

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O leite começou a ser manejado melhor há pouco tempo, para que o controle leiteiro da ABCZ possa fortalecer a dupla aptidão da raça sindi. Quem vive perto de laticínio, ordenha vacas a pasto com produção de até 20 quilos sem grande esforço. Quem não precisa, desmama bezerros pesados para que virem grandes melhoradores rapidamente. Adaldio sempre disse que você compra o Sindi para carne e leva o leite de brinde. E vice-versa. É das poucas situações em que você trabalha com vermelho no campo para viver no azul no banco.

Em foco

* Outra raça vermelha, cada dia mais presente no Brasil, será tema em breve da coluna. O Senepol tem uma demana tão forte que tudo o que é produzido com a responsabilidade que o mercado reconhece, vai embora e sai dando resultado no campo. Neste 2013, os eventos da raça vão crescer, inclusive os leilões.

* Voltando ao petróleo e às comparações que indicam um futuro nebuloso para a Petrobras tão comentado pelos especialistas, a China está perto de dobrar sua produção exterior, podendo alcançar em dois anos 3 milhões de barris/dia. Investiu corretamente US$ 35 bilhões na compra de concorrentes e agora pode fazer frente a países que são membros da Opep.

* Agroceres/Multimix organiza nos dias 21 e 22 deste mês de março o IV Seminário Confinatto, marcado para acontecer no Parque de Exposições Fernando Costa, em Uberaba/MG. O amigo Lourival Borges confirmou a presença de palestrantes importantes. Mais informações e inscrições pelo www.tinyurl.com/seminarioconfinatto. Lembre-se: quanto mais informação a respeito, melhor.

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