Há pelo menos uma década a pecuária de corte segue sendo pressionada pelo avanço de outras atividades agrícolas, como o cultivo de grãos, silvicultura e cana-de-açúcar. Uma das consequências deste processo foi o aumento das áreas integradas com agricultura, que diversifica a atividade, melhora a rentabilidade por hectare e ainda paga os custos da reforma de pastagem. Mas não é sempre que a ILP feita no modelo mais comum resolve o problema das propriedades. Este é o caso da Agropecuária Meira Fernandes, de Mato Grosso do Sul, cuja história será contada durante o CONFINAR 2014.

A Meira Fernandes é composta de duas propriedades, localizadas em Sidrolândia (Fazenda Imbira) e Jardim (Meira do Sul), cidades que ficam a aproximadamente 70 km e 240 km de Campo Grande, respectivamente. O administrador agrícola e gerente agropecuário Rogério Galetti será o responsável pela apresentação do caso durante o simpósio, que acontece dias 6 e 7 de maio no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, na capital sul-mato-grossense. O destaque será o sistema diferenciado de integração da agricultura com a pecuária, que foi moldado para atender as características das fazendas.

A decisão ocorreu por conta de fatores econômicos e técnicos. Em termos de rentabilidade, além de a terra em Sidrolândia ser cara, exigindo maior retorno sobre o patrimônio, a safrinha de grãos compensa mais do que uma safrinha de carne, conforme avalia Galetti. Outro motivo é que o solo da fazenda, composto 60% por argila , facilita a compactação superficial causada pelo pisoteio do gado, diminuindo a germinação da soja. Neste tipo de solo é necessária a utilização de “botinha” nas plantadeiras, que acaba formando um espaço vazio entre os torrões de terra e as sementes, que apodrecem antes de brotar. “Quando esperávamos uma população de 12 plantas por metro quadrado, tínhamos oito. Isso fez com que desistíssemos da volta da pecuária sobre áreas de lavoura”, explica o gerente agropecuário.

O projeto agora é intensificar as atividades separadamente nas duas fazendas, sem deixar de aproveitar a produção agrícola para dar suporte à pecuária. Na Meira do Sul, a pecuária de cria, recria e engorda se transformará em cria e engorda em confinamento, aumentando o número de matrizes e focando no boi de ciclo curto de até 15 meses. “A fazenda de agricultura vai ser fornecedora da fazenda de pecuária, enviando milho e demais resíduos do secador que ainda vamos instalar. Assim, conseguiremos fazer ração mais barata para tratar o bezerro ainda no pé da vaca. Depois, trazemos o bezerro de Jardim para Sidrolândia, onde terminamos no cocho com 14 a 15 meses”, detalha Galetti.

Enquanto isso, em Sidrolândia, o cultivo de grãos será rotacionado com aveia para feno, alfafa e até produção de tifton para volumoso, ajudando na alimentação do gado e quebrando o ciclo das pragas da agricultura. “Nesse caminho em que estamos, com a agricultura pressionando o boi, acredito que a pecuária entrará em um momento positivo. Nós projetamos que os custos da fazenda com a criação de gado serão supridos pelo próprio aumento de produção de arroba por hectare”, prevê o administrador agrícola.

A apresentação de Rogério Galetti está marcada para as 17h do primeiro dia do CONFINAR 2014, 6 de maio. O simpósio começa no dia 6, às 07h, com o credenciamento e entrega de materiais. Para as 08h está programada a cerimônia de abertura. Às 08h30, a palestra “Os desafios da sucessão familiar na atividade rural”, a ser feita por Eduardo Riedel, presidente da Famasul e vice-presidente da CNA, abre a grade do evento.

O simpósio CONFINAR está em sua terceira edição e é feito em parceria entre Rural Centro e Beef Tec. As inscrições estão abertas e seguem com descontos para profissionais e estudantes por tempo limitado. Reserve a sua vaga pelo link abaixo:

+ CONFINAR 2014: inscrições com descontos

+ CONFINAR 2014: programação

+ Fazenda Campanário: sucesso na integração lavoura-pecuária

+ Sistema de integração produz até 25 @/ha/ano



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