21 Oct 2010

O plano agrícola e pecuário para 2010/2011, anunciado em junho deste ano pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), prevê disponibilizar R$116 bilhões para o custeio da produção nacional. 

Desse montante, o Banco do Brasil será responsável por R$42 bilhões, quantia 20,7% maior que o volume da safra anterior. Destes, R$31,9 bilhões serão destinados à produção empresarial e R$10 bilhões financiarão a agricultura familiar.

“É feita uma reunião entre o Ministério (da Agricultura), federações responsáveis e demais instituições antes do anúncio do plano safra. Assim é decidido o valor oferecido do crédito rural para a temporada”, explica o gerente de agronegócio do BB no Mato Grosso do Sul, Loureno Budke.

Ele explica que, caso haja maior demanda por recursos, é possível que os valores sejam alterados ao longo da safra. “Cerca de 65% dos depósitos em poupança vão direto para o crédito agrícola. Quando se trata de depósitos à vista, creio que em torno de 25% deles também têm o mesmo destino. Então, se existe a necessidade e crédito disponível, é possível liberar recursos”, afirma Budke.

Linhas de crédito
O dinheiro ofertado pelo Banco do Brasil é dividido para a agricultura e para a pecuária. Dentro das linhas de crédito para a agricultura, estão:

Agricultura
- Linha de Custeio Agrícola: destinado ao atendimento das despesas normais do ciclo produtivo de lavouras periódicas, da entressafra de lavouras permanentes ou da extração de produtos vegetais espontâneos ou cultivados, tais como insumos, tratos culturais, despesas com colheita e com o beneficiamento ou industrialização do produto financiado.

- custeio agrícola com recursos controlados (fonte MCR 6.2 – Obrigatório e MCR 6.4 - Poupança-Ouro Equalizável): é o custeio tradicional, com encargos de 6,75 % a.a. e prazo de uma safra. O valor dos financiamentos para cada beneficiário, não acumulativo, em cada safra e em todo o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) depende do tipo da lavoura.

- custeio agrícola com recursos não controlados: linha complementar aos recursos controlados, dispensando a contratação de mitigadores de risco. Inexiste obrigatoriedade de pagamento direto ao fornecedor. O prazo pode variar até 540 dias e os encargos financeiros são bastante competitivos em relação aos praticados no mercado. Não há teto pré-determinado para a linha, ficando o valor do financiamento sujeito ao limite de crédito do produtor rural. É uma linha complementar, podendo ser contratadas com as demais operações de custeio. Vigência da linha até 31/12/2010.

- custeio agrícola com recursos do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste): obedece aos mesmos tetos e prazos da linha com recursos controlados (item I). Pode ser contratada simultaneamente com as demais fontes de recursos (controlados e não controlados). Os encargos financeiros oscilam entre 5,50 % a.a. .e 8,50 % a.a. de acordo com o porte do produtor. Há um desconto de 15% sobre os juros caso o financiamento seja pago até o vencimento, o que reduz os encargos financeiros para 4,67 % a.a. (no mínimo) e 7,23% a.a. (no máximo). O trâmite da carta-consulta foi simplificado para maior agilidade da linha de crédito. Vigência da linha até 31/12/2010.

Pecuária
- custeio pecuário com recursos controlados (MCR): destinado a financiar as despesas com o ciclo produtivo. Obedece ao teto de R$ 275 mil por safra/ano em todo o SFN. Encargos financeiros de 6,7% a.a. e prazo de um ano.

- custeio retenção de matrizes e crias (recursos controlados): tem o objetivo de reter os animais para permitir um melhor manejo/retenção do rebanho. É concedido mediante a comprovação do rebanho e da infra-estrutura para o adequado manejo dos animais. Não há necessidade de comprovação de despesas de gastos com a manutenção dos bovinos. Sua vantagem é que dispensa orçamento, plano simples, projeto e a simplificação do fluxo operacional.

- custeio retenção de animais (recursos do banco): destinados a retenção de animais, possui fluxo simplificado sem necessidade de orçamento, plano simples, projeto e capacidade de pagamento. O teto fica limitado às margens do limite do produtor, não havendo teto pré-determinado. As taxas estão bastante competitivas em relação ao mercado. É uma linha destinada a complementar às demais. Período de contratação: até 31/12/2010.

- custeio pecuário FCO: tem o objetivo de custear os dispêndios com a exploração do ciclo produtivo dos animais, ou seja, gastos com vacinas, sal mineral, ração, etc.. O teto de R$ 275 mil pode ser contratado independentemente de o produtor ter utilizado outras fontes de recursos. Os encargos financeiros oscilam entre 5,50 % a.a. .e 8,50 % a.a. de acordo com o porte do pecuarista. Há um desconto de 15% sobre os juros caso o financiamento seja pago até o vencimento. Logo, após a incidência do rebate acima, as taxas liquidas ficam reduzidas a 4,67 % a.a. (no mínimo) e 7,23% a.a. (no máximo). O prazo é de 01 (um) ano. O trâmite da carta-consulta foi simplificado para maior agilidade da linha de crédito. Período de contratação: 31/12/2010.

Fonte: Rural Centro



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