Como criar ostras

16 Jul 2011
Atividade produtiva, mas pouco explorada no Brasil, a criação de ostras pode ser rentável para produtores do litoral que pretendem se dedicar ao manejo do molusco. O material é de fácil obtenção, as instalações podem ter custo baixo, quando bem pesquisadas antes da aquisição, e há sementes de ostras baratas disponíveis em institutos de pesquisa e ensino, como ocorre com a Universidade Federal de Santa Catarina. O cultivo do molusco é uma alternativa à pesca artesanal, com oportunidades para atingir escala industrial.
Com 8,4 mil quilômetros de costa marítima, o litoral brasileiro oferece grande potencial para o desenvolvimento de ostras em cativeiro. Mas o método de criação e as espécies cultivadas apresentam diferenças entre as regiões, sendo o estado de Santa Catarina o responsável por cerca de 90% da produção nacional de moluscos (o que inclui ostras, mexilhões e vieiras).
Protegida por uma concha que se abre em duas partes, a ostra pertence à família Ostreidae. Habitante de águas marinhas costeiras e rasas, ou relativamente salgadas, tem alto valor nutritivo, por conter fósforo, cálcio, ferro, iodo, glicogênio e vitaminas A, B1, B2, C e D. A ostra ainda conta com alta concentração de proteínas, contribuindo para manter os sentidos aguçados, e tem bom teor de zinco, substância importante na produção de sêmen nos homens. Daí a fama de estimulante sexual da iguaria.
Com baixo nível de gordura, as ostras conquistaram espaço na gastronomia mundial oferecendo sabores de acordo com o local de desenvolvimento. São suaves e levemente doces quando coletadas do fundo de manguezais e de gosto mais acentuado aquelas oriundas do mar, por causa da salinidade. O consumo de ostra também é estimulado para combater anemias e para a recomposição nutricional em casos de tuberculose, osteoporose e inapetência. No varejo, são encontradas ostras refrigeradas, congeladas, defumadas ou em pratos prontos.
Embora seja conhecida desde o Império Romano, a ostreicultura, ou ostricultura, chegou ao Brasil somente no século XX. Há registros da atividade aqui a partir de 1934, porém, a comercialização de ostras ganhou força apenas no início dos anos 1970, sobretudo nas regiões Sudeste e Sul. Em Santa Catarina, o cultivo comercial começou em 1988. Com estudos realizados nas últimas décadas, foram desenvolvidas técnicas de manejo adequadas para cada região.
Onde adquirir: sementes de ostra-japonesa podem ser obtidas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tel. (48) 3721-9000; e na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), tel. 0800-7231300, falecom@univali.br. Ambas as instituições também fornecem ostra nativa a partir de reprodução em laboratório
Mais informações: www.cedap.epagri.sc.gov.br; Melhoras Práticas para Produção de Ostras de Florianópolis, Programa de Certificação da Qualidade das Ostras da Grande Florianópolis; Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro (Redetec), Cecília Chicoski da Silva e Jefferson Chicoski da Silva
Fonte: Globo Rural