Estação de monta: touro nelore pode cobrir até 100 vacas

16 Sep 2011

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais iniciou há alguns anos um estudo de avaliação da fertilidade dos touros nelore e concluiu que um só macho pode cobrir, sem desgaste, 40, 60, 80 e até 100 vacas em uma mesma estação de monta. Isso significa que os touros podem ser mais bem aproveitados, com conseqüente economia para os criadores.

Esse estudo - que na verdade foi a tese de mestrado da médica veterinária Eliane Vianna da Costa e Silva, que atualmente trabalha na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - deu origem a vários trabalhos práticos, conforme noticiou, no dia 1° de fevereiro de 1995, o Suplemento Agrícola do jornal O Estado de S. Paulo. Em 1991, foi aplicado em Alcobaça, no sul da Bahia, onde um touro conseguiu cobrir 60 vacas, proporcionando um lucro líquido calculado em US$ 15 por bezerro nascido.

No momento, vem sendo aplicado nas fazendas Bodoquena (dos grupos Ometto, Bradesco e Votorantim) e Nhumirim (do Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal, subordinado à Embrapa), ambas em Mato Grosso do Sul. Nessa região, em condições normais, um touro é aproveitado para no máximo doze vacas em cada estação de monta, que dura 90 dias, com início em janeiro e final em março. O trabalho realizado pela pesquisadora na Fazenda Bodoquena começou com dois grupos, um com um touro para 40 vacas, o outro com um touro para 60 vacas. Os resultados foram animadores. No estudo em que foram colocadas 60 vacas para cada touro, 92,29% das vacas ficaram prenhes. E, no estudo em que foram colocadas 40 vacas para cada touro, 68,6% das vacas ficaram prenhas.

Estudos prosseguem
A pesquisadora Eliane Costa e Silva continua desenvolvendo seus estudos, buscando observar a atividade sexual dos touros e verificar se é possível aumentar ainda mais a relação touro x vaca. Segundo as conclusões preliminares já disponíveis, os bovinos apresentam comportamento gregário, isto é, não há por parte do macho a tendência de monopolizar fêmeas, separando-as só para ele. Com isso, seria possível colocar juntos um número maior de fêmeas e mais de um touro e, assim, obter resultados superiores aos já conseguidos.

Regime de pasto
No Pantanal, os animais envolvidos no estudo são mantidos em regime de pasto (sendo submetidos ainda a mineralização e manejo sanitário), com 0,68 animal por hectare no grupo de um touro por 40 vacas e 0,61 animais no grupo de um touro por 60 vacas. Isso significa que a pressão de pastejo é baixa. Essa baixa densidade ainda está permitindo que os pesquisadores observem como o touro tem capacidade de localizar a fêmea no cio em áreas extensas.

Todos esses estudos devem representar um importante avanço para a pecuária de corte brasileira, possibilitando que os criadores obtenham maior rendimento a custos mais baixos.

Fonte: Revista Coopercitrus



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