Produtor de Sucesso: Uso de biodigestores na suinocultura
02 Dec 2011
O Produtor de Sucesso desta semana é o suinocultor do Estado do Mato Grosso do Sul e presidente da Asumas (Associação Sul-mato-grossense de Suinocultura), Arão Moraes.
Moraes explica que iniciou a atividade da suinocultura com o intuito de agregar valor aos grãos que eram produzidos no Estado.
A criação de suínos começou com um rebanho de dez matrizes e apenas um reprodutor. O começo foi assim mesmo reduzido porque o produtor queria primeiro verificar se as condições climáticas eram favoráveis. O temor era que as temperaturas altas e o inverno ameno prejudicassem a reprodução.
Mas o que aconteceu foi justamente o contrário. Os leitões se mostraram adeptos ao calor da região e, de dez fêmeas, o rebanho passou pra 50 matrizes, depois para 300, aumentando gradativamente até chegar a mil fêmeas.
Alcançando este patamar, surgiu um fator limitante para o crescimento da produção de Moraes, que era a alta concentração de dejeto suíno, cujo custo operacional para aproveitamento deste era muito oneroso.
A saída foi vender créditos de carbono e operacionalizar biodigestores para fazer a reciclagem dos dejetos suínos e assim apr
oveitar o gás metano para formação de energia elétrica, assim como utilização nas motobombas.
Enquanto isso, a parte líquida restante era utilizada como biofertilizante na agricultura e na pecuária.
Com isso, o fator limitante passou a ser um ativo financeiro da propriedade. Das mil matrizes, Moraes passou a ter 1,5 mil fêmeas, depois 2,2 mil unidades e agora vai fechar o ano de 2011 com 3 mil matrizes e um plantel estático de aproximadamente 34 mil cabeças.
A conclusão da história de vida de Arão é que para o produtor aumentar o seu efetivo é importante subir degrau por degrau, ter calma e planejamento para obter sucesso no empreendimento.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) mostram que Mato Grosso do Sul iniciou a criação de suínos em 1978, com um pequeno efetivo de 545 mil cabeças, mas o rebanho, ao invés de aumentar no decorrer dos anos, foi reduzindo, passando para 426 mil unidades em 1980.
A atividade começou mesmo a ganhar força no Estado em 1998 com 613,5 mil suínos, subindo para 739,5 mil animais em 2001.
Em 2010, o efetivo suíno no MS ultrapassou 1 milhão de cabeças, a maior quantidade de toda a história, levando a praça produtora a ocupar a 13ª posição no ranking nacional, respondendo por 2,8% do total registrado no Brasil no ano passado, de quase 39 milhões de suínos.
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Fonte: Ana Brito / Rural Centro