Filme “o Nó” trouxe à tona a realidade da introdução da vassoura de bruxa na região cacaueira da Bahia
20 Apr 2012
A exibição do documentário “O Nó: Ato Humano deliberado” de Dílson Araújo na última quarta-feira, 18, no auditório do Sistema FAEB e SENAR, trouxe a indignação e a reflexão sobre a introdução humana da praga “Vassoura de Bruxa” na Região Cacaueira. A história retrata de forma clara, direta e dolorosa, através de depoimentos reais, a introdução e disseminação do fungo da vassoura de bruxa na região cacaueira.
A plateia, com produtores rurais, formadores de opinião e interessados no assunto, lotou o auditório da FAEB e do SENAR, que ficou perplexa com as fortes imagens que a cada minuto eram mostradas na tela. Como consequência dos atos praticados por esses indivíduos, vidas foram destruídas. Ao ver suas plantações completamente arrasadas pelo fungo, a dor, a tristeza e a desilusão tomaram conta dos produtores de cacau. Mais de 250 mil pessoas ficaram desempregadas e toda sociedade e o comércio da região cacaueira foram diretamente atingidos pelo ato.
“A proposta do filme é provocar para que os produtores de cacau se unam e a região cacaueira se entenda no sentido de buscar um meio de desatar esse nó que gerou suicídios, desespero, desemprego”, explicou o diretor. O documentário de uma hora e oito minutos começou a ser produzido por Dilson Araújo, em 2009, e contou com a participação e apoio de vários produtores, colaboradores e entidades, como o Grupo Pensar Cacau, presidido por Águido Muniz Neto. “Comecei a me interessar pelo assunto, pesquisei tudo sobre a introdução da doença vassoura de bruxa e quando constatei que realmente era um crime, me senti atingido e enganado por fazer parte da região cacaueira. A partir dai, fiquei muito abalado com a repercussão que essa doença causou à sociedade, ao comércio e outros segmentos que dependiam da cultura do cacau para sobreviver”, declarou Dilson.
O presidente da Associação dos Produtores de Cacau – APC, Guilherme Galvão, pediu o apoio de todas as entidades e produtores para colaborar financeiramente com a execução de um plano de divulgação, visando, exclusivamente, multiplicar e difundir as imagens do documentário para servir de prova nos processos judiciais que estão na justiça. Ele também frisou a necessidade urgente desse filme ser entregue à presidente da república, às autoridades, juízes e pessoas influentes, que possam decisivamente resolver esse assunto que ao longo dos anos vem reforçando a indignação dos cacauicultores baianos.
O filme ainda vai ser exibido em outros municípios baianos e o presidente do Instituto Pensar Cacau, Águido Muniz, informou que está sendo elaborada uma segunda agenda com novos roteiros de exibições para toda a Região Cacaueira.
Fonte: Ascom Faeb