07 Nov 2021

O agro vem ocupando espaços inusitados na capital de Goiás, graças ao trabalho de jovens que atuam no setor e buscam alcançar um público fora da porteira. Um dos mais recentes e impactantes projetos foi executado em uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis. O terreno vazio e inutilizado no fundo da cooperativa ganhou uma horta, um galinheiro e até um tanque para o cultivo de peixes.

O trabalho é fruto do esforço de 17 jovens, filhos e netos de produtores rurais, em parceria com o Senar. Eles se reuniram para realizar o sonho de Dulce Vale, presidente da Cooper Rama. Há dois anos, a cooperativa mudou de sede e, como havia espaço de sobra no novo endereço, Dulce pensou em construir uma horta. O problema era o conhecimento técnico. Foi quando os voluntários do programa Faeg Jovem, da Federação da Agricultura de Goiás, decidiram assumir o desafio.

“O maior trabalho foi o de modelar. Batemos cabeça até chegar a um plano ideal. Agora, estamos montando a horta com caixas de leite. Plantamos diversos produtos, como cebolinha, por exemplo, e o pessoal leva para casa. Nosso objetivo é facilitar e incentivar a produção agrícola dentro dos grandes centros urbanos”, diz Wander Aguiar Neto, de 22 anos, líder do grupo, que também já entregou uma horta em uma escola municipal de Goiânia.

Todos os materiais usados na construção do projeto foram doados por membros ou conhecidos do grupo, incluindo mudas, galinhas, caixa d'água para o cultivo de peixes e alevinos. O Senar forneceu a assistência técnica para o preparo do solo e indicação de insumos para prevenir as plantas de pragas e doenças. “Nós decidimos o que plantar, onde e como adubar. Montamos um cercado, construímos ninhos para as galinhas e agora o pessoal tem ovos todos os dias do galinheiro, além de colherem a própria salada”, conta Neto, que cursa direito, mas tem raízes familiares na pecuária.

A horta urbana beneficia 38 catadores e suas famílias. Após a implementação do sistema, os cooperados passaram a almoçar na empresa com os alimentos cultivados no próprio local. Aos finais de semana, eles ainda podem levar os produtos da horta para consumir em casa. Dulce, presidente da cooperativa, exalta a qualidade alimentar que o projeto levou às famílias de seus cooperados. "Eles se beneficiam diariamente do tanque de peixes. Com a água, irrigamos a horta de alface, couve, tomate, rabanete, cenoura, beterraba e outras hortaliças. Também construímos uma composteira", diz.

Com o sucesso do projeto, Dulce pretende ampliar o trabalho em todas as frentes, desde a plantação de mais hortaliças até o pleno funcionamento do tanque de peixes, conta ela, animada. "Todo o ciclo se fecha na própria cooperativa. Temos um benefício imenso na parte alimentícia e econômica. São pequenos detalhes que nós fazemos, enriquecemos e temos uma melhora significativa para a cooperativa e seus cooperados."

 

Fonte: Revista Globo Rural



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