Agronegócio é a força da economia paranaense
26 Jun 2022
O agronegócio é o motor da economia brasileira. Isso não sou eu que estou dizendo; são os números. Em 2021, em plena crise de Covid-19, o setor alcançou participação de 27,4% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, de acordo com cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Trata-se de um crescimento de 8,36% e do maior resultado registrado desde 2004.
No mesmo período, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) atingiu R$ 1,129 trilhão, 10,1% acima do valor registrado em 2020 (R$ 1,025 trilhão). Ainda, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o agronegócio abriu 150 mil vagas de trabalho no país só no ano passado.
E se o agro move a economia do Brasil, é com tranquilidade que podemos afirmar que o Paraná é uma de suas principais engrenagens, sendo a produção rural e a agropecuária responsáveis por mais de 30% do PIB do estado, conforme estudos do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Além disso, cinco cidades do estado estão entre as mais ricas do agronegócio brasileiro: Guarapuava (maior produtora nacional de cevada), Cascavel (líder estadual na soja), Tibagi (capital nacional do trigo), Toledo (destaque na produção pecuária e de pescados) e Castrolanda (referência nacional na produção de leite).
Com tradição no campo, o agro paranaense também é impulsionado pelo forte cooperativismo estadual, que, segundo informações do Sistema Ocepar, remonta à primeira metade do século 19, com a chegada do primeiro grupo de imigrantes alemães ao estado, na região onde hoje é a cidade de Rio Negro, no Sudeste. Já no início da década de 50, os holandeses chegaram à região dos Campos Gerais e, com o passar dos anos, as cooperativas de colonização se expandiram pelo território paranaense e o movimento passou a englobar também produtores de madeira e erva-mate. Mas foi a partir da década de 1970, o cooperativismo paranaense ganhou proporções maiores, com projetos de integração e apoio de instituições financeiras.
No fim de 2021, eram 2,7 milhões de cooperados de organizações registradas também junto ao Sistema Ocepar, que no ano movimentaram R$ 152,5 bilhões, um avanço de 31,8% em comparação com 2020. Além disso, 11 cooperativas paranaenses constavam da lista das 100 maiores empresas do agronegócio do Brasil divulgada pela Forbes no início de 2022. Nossas cooperativas são, portanto, gigantes em seus campos de atuação.
Mas ainda que os produtores rurais do estado sejam fortes e resilientes – e eu sei muito bem disso, porque venho de uma família deles –, para que o agro paranaense possa seguir se desenvolvendo, investimentos e apoio do poder público são fundamentais. É preciso cuidar não somente dos grandes centros, mas também das cidades que muitas vezes são relegadas a segundo plano. Não há, afinal, cidade sem o campo; são espaços que se retroalimentam. É essencial que olhemos, da mesma forma, para ambos.
Fundamental, por conseguinte, que recursos sejam destinados para a agricultura e pecuária do estado, para que sejam convertidos em insumos e aquisição de equipamentos e tecnologia, a fim de incrementar a produção, otimizar o trabalho e impactar positivamente a comunidade onde a propriedade ou a cooperativa estão inseridas.
Nesse cenário, mostra-se essencial que haja uma atuação próxima das lideranças nacionais junto às lideranças locais, pois o municipalismo exerce papel crucial na redução das desigualdades regionais e no desenvolvimento econômico de todo o país, sem exceção, sem priorizar determinados lugares em detrimento de outros. O Paraná tem cerca de 11,6 milhões de habitantes, distribuídos em 399 municípios. Como alguém que nasceu e cresceu no estado, posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que já passou da hora de todos os políticos da nossa terra olharem com cuidado para cada um de nossos municípios.
Fonte: O Presente Rural