Amendoim: exportações do grão estão em alta, mas do óleo registram queda em 2016, afirma IEA
07 Apr 2017
Em 2016, as exportações brasileiras de amendoim em grão somaram 106 mil toneladas, 9% superior aos volumes registrados em 2015, atingindo US$ 120 milhões, montante 7% superior ao alcançado no ano anterior. Embora o amendoim responda por menos de 1% das exportações do agronegócio paulista, o Estado de São Paulo detém praticamente a totalidade da produção e da comercialização brasileira do produto, informa a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA).
Os países europeus estão entre os principais consumidores, porém, observam-se mudanças nos destinos, afirma Renata Martins Sampaio, pesquisadora da Secretaria de Agricultura que atua no IEA. “A Holanda e seu entreposto comercial representava mais de 30% das exportações do amendoim em grão, de 2012 a 2014; nos dois anos seguintes, 2015 e 2016, respondeu por pouco mais de 15% do total exportado. No entanto, a Rússia, em 2016, representou 29% das exportações brasileiras, bem acima dos 12% registrados em 2012”, ressaltou.
Nesse universo, outro país que merece destaque é a Argélia, que no período de 2012 a 2016 foi o destino, em média, de 18% do total anual exportado. Da mesma forma, cabe ressaltar o movimento de diversificação de destinos do produto, especialmente nos anos 2015 e 2016, quando entram em cena países como Vietnã e África do Sul.
Em sentido contrário aos grãos, o óleo bruto de amendoim registrou queda de 22% nos volumes exportados e de 15% quando considerados os valores, em 2016. O resultado de retração traz na sua dinâmica uma melhor relação entre valores e volumes quando comparados os totais alcançados em 2014 e 2015, distantes, porém, do período de cotações mais favoráveis vivenciadas nos anos de 2013 e 2014, impulsionadas pela demanda em contraponto à retração de oferta. Em 2013, foram exportadas 63 mil toneladas e US$ 101 milhões e, em 2016, esses totais somaram 45 mil toneladas e US$ 62 milhões.
As exportações brasileiras de óleo bruto de amendoim têm como destino principal China e Itália. Nos últimos três anos, de 2014 a 2016, a China consumiu em torno de 3 milhões de toneladas de óleo de amendoim ao ano, desse montante 130 mil toneladas, em média, foram importadas anualmente. O Brasil respondeu por 19% desse volume, em 2016, sendo que a China respondeu por 56% das exportações brasileiras do óleo.
“No período de 2012 a 2016, o Brasil exportou mais de 130 mil toneladas de óleo de amendoim para a Itália, sendo destaque o ano de 2013, com 33 mil toneladas. Nos dois últimos anos, porém, observa-se retração nas exportações para este país, alcançando em 2016 pouco mais de 13 mil toneladas”, afirmou a pesquisadora.
O cenário indica a expansão das exportações de amendoim em grão pautadas em condições que apontam para o aumento do número de países importadores e retração dos valores das cotações praticadas. Para o óleo de amendoim, os destinos já estabelecidos, China e Itália, são mantidos e acompanhados da redução das exportações. “A manutenção e a ampliação do espaço brasileiro nesses mercados têm relação com a evolução da produção paulista de amendoim, dos processos e práticas de garantia da qualidade e de atendimentos das exigências e critérios de exportação dessa mercadoria”, concluiu Renata Sampaio.
Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura, destaca que estudos sobre a evolução do comércio exterior de produtos específicos são importante fonte de conhecimento do setor. “A análise do comportamento das exportações paulistas e brasileiras de amendoim, produzida pelo IEA, permite que a Secretaria de Agricultura formule políticas públicas específicas para a cadeia. Sob orientação do governador Geraldo Alckmin, nossos institutos de pesquisa têm trabalhado para gerar informações e conhecimentos que auxiliem o desenvolvimento do setor produtivo”, afirmou o titular da Pasta.
Fonte: Assessoria de Imprensa IEA