Apesar da crise, setores do agronegócio continuam contratando
10 May 2017
O agronegócio vem demonstrando recuperação na crise que envolve o desemprego no país. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho, de Abril de 2016 à Março de 2017, a agricultura apresentou 2.756 novas vagas.
Apesar de o número ser considerado pequeno pelo período, o setor se destaca por ser o único com uma evolução positiva nos últimos 12 meses, em meio a 7 setores de atividade econômica do Brasil, conforme mostra a figura abaixo.
No Estado de Mato Grosso do Sul a geração de empregos formais na agropecuária contribuiu para o saldo positivo do país, com 326 novos postos de trabalho no primeiro trimestre de 2017, em comparação ao mesmo período de 2016.
Apesar da crise, o mercado do agronegócio permanece em expansão. Isso é o que afirma o zootecnista e especialista em gestão e administração rural Rodrigo Patussi. “A agropecuária como um todo, mesmo com a crise está em processo de desenvolvimento. Com isso, novas funções estão sendo construídas por exigência do mercado. Então o que eu sinto é que, ao contrário dos outros setores, que pararam nas contratações, o agronegócio permaneceu procurando por profissionais para atender as demandas de crescimento”.
Um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), confirma que, alguns setores como o do agronegócio e da tecnologia de informação, têm crescido as oportunidades de carreira mesmo em momentos de crise financeira do país. A pesquisa aponta que a dificuldade que o empregador pode encontrar nessas áreas, não é exclusivamente a falta de oportunidade e sim a exigência de qualificação.
“É natural que nós sofremos com a crise, como todos por pressão dos preços do mercado, mas o agronegócio é um segmento que não pode parar. Então, para continuar tendo o lucro que gostaríamos de ter, procuramos por um profissional muito mais qualificado, no sentido de que, ele consiga entender o todo de uma fazenda e não enxergar só sua função”.
O Superintendente do Senar/MS, instituição responsável por qualificar o profissional rural, Rogério Beretta afirma que um fator que contribuiu para que exista essa cobrança do mercado é a utilização da tecnologia no campo. “O que vemos hoje é que a mão de obra, que está sendo buscada pelos produtores rurais, está carente de qualificação, de uma maior especialização, porque um dos fatores que fez com que o agronegócio não sentisse tanto a crise foi a utilização da tecnologia. A realidade é que o setor do agronegócio não está sentido a crise como o setor da indústria, do comércio e do transporte”.
Fonte: Adrielle Santana