Beta-agonistas demonstram ganhos expressivos em animais confinados
10 May 2013
Penúltima palestra para o Confinar 2013, os beta-agonistas foram assunto da médica veterinária e mestre em produção animal, Catarina Lopes, que mostrou os efeitos da ractopamina no desenvolvimento bovino.
De acordo com a consultora, tais substâncias existem há mais de 50 anos e eram originalmente utilizados para tratamento de asma. Hoje em dia são voltados para aumentar a síntese de proteína na carcaça, melhorar a eficiência alimentar, que pode chegar a 20%, ganho de peso, alcançando até 11 Kg e aumento da carcaça quente em 8 Kg. Além disso, possui flexibilidade no seu uso e pode ser aplicada em qualquer animal, contribuindo na mitigação da degradação de proteínas.
“Quanto mais usado for, melhor será a resposta, desde que aplicado no período de 28 a 42 dias, onde tem seu pico de ação em 35 dias. Após isso, ele começa a perder o efeito”, aponta Catarina. Àqueles que pretendem usar em maior quantidade, a substância tem um efeito maior, ganhando mais peso e carcaça sem gordura, “porém altera a maciez da carne”, pondera.
O produto tem suas vendas suspensas no Brasil, mesmo sendo seguro para o ser humano e inclusive para outros animais, não afetando inclusive ambientes aquáticos. Nos Estados Unidos, estima-se que aproximadamente 85% dos confinamentos utilizem algum tipo de beta-agonista.
Beta-adrenérgicos agonistas
São moléculas orgânicas que não são hormônios e que se ligam a receptores presentes na maioria das células dos mamíferos promovendo o desenvolvimento da massa muscular. No entanto, a ractopamina, substância que faz parte do grupo dos agonistas adrenérgicos, teve sua comercialização suspensa devido à preocupação da cadeia produtiva com as exportações, o que deve perdurar até que seja acordado um sistema de segregação, levando em conta a mitigação de possíveis preocupações com o consumo por parte do gado em confinamento.
No organismo dos animais, a substância aumenta a síntese de proteína na carcaça com baixo impacto na cobertura de gordura. Catarina destaca que os resultados científicos mostram que a utilização de beta-adrenérgicos possibilita melhoria na conversão alimentar. A veterinária explica que os agonistas agem "produzindo mais carne por meio do aumento do peso de carcaça quente e rendimento de carcaça de bovinos de corte confinados quando usados entre 20 a 42 dias antes do abate". Por causa da melhora no desempenho animal, seu uso traz sustentabilidade ao sistema produtivo, diminuindo o tempo de engorda e, consequentemente, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa.
Confinar 2013 – Realizada através da parceria da Rural Centro com a Beef Tec, a segunda edição do evento acontece no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande, nos dias 9 e 10 de maio, a partir das 8 horas. Em 2013 serão tratados aspectos específicos do uso estratégico do confinamento bovino, como as novas tendências de consumo, mercado e tecnologias que melhoram a produtividade da fazenda. Entre no site oficial do CONFINAR 2013, www.confinar.net e veja a programação do simpósio. Se preferir, entre em contato pelo e-mail ruralcentro@ruralcentro.com.br ou pelo telefone (67) 3326 4004.
Fonte: Ângelo Smaniotto/Rural Centro