Boi gordo: arroba segue estável no País, mas especulação altista se mantém nas praças pecuárias
13 Aug 2021
Frigoríficos continuam cadenciando as compras de boiadas, mas escalas de abate estão cada vez mais curtas, o que pode forçar a busca mais intensa pela matéria-prima; em SP, macho terminado vale R$ 317/@, a prazo
Nesta quinta-feira, 12 de agosto, os preços do boi gordo registraram mais um dia de estabilidade na principais praças do Brasil, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.
Na regiões de São Paulo, o boi gordo segue negociado a R$ 317/@ enquanto a vaca e a novilha pronta para abater valem R$ 293/@ e R$ 312/@ (preços brutos e a prazo), respectivamente, de acordo com levantamento da Scot Consultoria.
Do lado de dentro das porteiras, os produtores procuram alternativas para driblar os elevados custos de nutrição, especialmente do milho, cujos preços dispararam depois da confirmação da quebra da safrinha (temporada de inverno), fortemente afetada pelos registros recentes de geadas.
Segundo a IHS Markit, propriedades de pequeno e médio porte evitam adquirir animais de qualquer categoria, alegando que os patamares de preços atuais não remuneram a operação de recria e engorda frente aos custos de produção vigentes.
Nos contratos futuros do boi negociados na B3, há registro de novas variações positivas em quase todos os vencimentos.
Os contratos com vencimento em outubro/21 e novembro/21 avançaram para R$ 323,75/@ e R$ 329,95/@, respectivamente.
O contrato de vencimento mais curto (agosto/21) também subiu, permanecendo em linha com os preços praticados no mercado físico de São Paulo, relata a IHS.
Entre as principais praças pecuárias do Brasil, informa a consultoria, foram registradas variações positivas da arroba no Estado da Bahia, em função da dificuldade de aquisição de animais terminados a pasto.
Em relação às fêmeas, as cotações variam de acordo com a procura por reposição de estoque de carne em cada Estado. No Sudeste, a tendência é de fraco consumo, apesar do escoamento satisfatório da mercadoria durante a semana.
No mercado atacadista, os preços dos principais cortes bovinos, assim como do couro e sebo industrial, permaneceram estáveis nesta quinta-feira.
O consumo no varejo segue dentro das expectativas do setor.
Porém, a procura por reposição ainda não apresenta a reação aguardada, evidenciando os excessos de estoques de carne bovina no varejo.
Segundo previsão da Scot Consultoria, no curto prazo, a segunda quinzena deve arrefecer o consumo doméstico (devido ao baixo poder aquisitivo da população), mas as atenções se voltam aos embarques de carne bovina, que começaram agosto em ritmo forte.
As boiadas com padrão-exportação, abatidas mais jovens (com até 30 meses de idade), são vendidas a R$ 320/@ no mercado paulista.
Segundo a IHS Markit, as indústrias frigoríficas brasileiras seguem registrando escalas de abate cada vez menores – ao redor de 5 dias úteis, ou 7 dias corridos.
Na avaliação dos analistas da IHS, as expectativas de novos avanços nos preços da arroba em agosto não se consolidaram por conta do movimento de maior cautela das plantas abatedouras, que buscam saídas estratégicas para preservar as margens operacionais, bastante prejudicadas pelo baixo consumo da carne bovina no mercado interno e pelo altos preços da matéria-prima (boiada gorda).
Apesar da retração dos negócios entre indústrias e pecuaristas, os relatos de escassez de animais ganham cada vez mais força no mercado, especialmente na região Sul do País, informa a IHS.
Ainda de acordo com a Scot, no curto prazo, o mercado do boi deve seguir calmo.
Análise Cepea – Os elevados preços do boi gordo no mercado brasileiro vêm sendo repassados aos valores da carne exportada.
Entre julho/20 e julho/21, a média mensal do boi gordo (Indicador CEPEA/B3) subiu 44%, em termos nominais (sem considerar os efeitos da inflação).
Para a carne exportada, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, entre junho e julho, houve valorização de 33% nos preços da carne bovina, fechando o último mês com valor médio recorde de US$ 5.427,72/tonelada.No caso específico da China, informa o Cepea, o valor médio foi de US$ 5,77/kg em julho/21, aumento de 33,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo pesquisadores do Cepea, esse incremento nos valores da carne exportada vem sendo observado mesmo com o dólar em elevado patamar (acima dos R$ 5).
De janeiro a julho de 2021, a China foi responsável pela compra de 490,17 mil toneladas da carne bovina brasileira (correspondendo a 46% de todo o volume embarcado pelo Brasil no período), quantidade 8,5% superior à do mesmo período do ano passado, quando somava o até então recorde de 451,77 mil toneladas.
Cotações máximas desta quinta-feira, 12 de agosto, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 320/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 310/@ (à vista)
vaca a R$ 300/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 312/@ (prazo)
vaca a R$ 302/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 313/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 306/@ (prazo)
vaca a R$ 294/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 306/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 296/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 303/@ (à vista)
vaca a R$ 291/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 303/@ (à vista)
vaca a R$ 293/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 302/@ (prazo)
vaca R$ 292/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 295/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 312/@ (à vista)
vaca a R$ 296/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 312/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 311/@ (prazo)
vaca a R$ 300/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 295/@ (à vista)
vaca a R$ 287/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 315/@ (à vista)
vaca a R$ 302/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 315/@ (à vista)
vaca a R$ 302/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 295/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 294/@ (prazo)
vaca a R$ 288/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 298/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 297/@ (prazo)
vaca a R$ 287/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 295/@ (à vista)
vaca a R$ 288/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 300/@ (à vista)
vaca a R$ 293/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 297/@ (prazo)
vaca a R$ 285/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 287/@ (à vista)
vaca a R$ 259/@ (à vista)
Fonte: Portal DBO