16 May 2017

Impulsionada pelo desempenho nos EUA a JBS conseguiu compensar as adversidades no Brasil e fechou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 422,3 milhões, bem acima do registrado no mesmo período de 2016, quando as despesas com derivativos levaram a empresa a um prejuízo de R$ 2,7 bilhões.

Assim como aconteceu no segundo semestre de 2016, o negócio de carne bovina nos EUA foi determinante, com recuperação das margens, embora em menor intensidade que a vista nos trimestres anteriores. Em contrapartida, os negócios na América do Sul foram bastante afetados pela apreciação do real no trimestre.

"Iniciamos 2017 mantendo a boa performance nas unidades de negócio das nossas operações internacionais. Nossas operações na América do Sul, por sua vez, continuaram enfrentando um cenário desafiador", disse o CEO da JBS, Wesley Batista, em nota que acompanha o balanço.

Devido ao real apreciado, a receita líquida da JBS, que tem a maior parte das vendas atreladas ao dólar – seja via exportação ou operações no exterior -, caiu 14,3% no trimestre, para R$ 37,6 bilhões. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o real se valorizou mais de 20%, notou a JBS.

Também por isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado registrou um crescimento modesto de 0,2% na comparação anual, a R$ 2,140 bilhões. A margem Ebitda ajustada avançou 0,8 ponto percentual, para 5,7%.

De maneira geral, a melhora da margem da JBS se deve, sobretudo, aos negócios de carne bovina nos EUA, que representaram em torno de 40% da receita líquida e pouco mais de 25% do Ebitda. Na comparação com o primeiro trimestre de 2016, o Ebitda ajustado da JBS USA Carne Bovina teve sensível melhora, de US$ 214,8 milhões negativos para US$ 183,4 milhões positivos. Assim, a margem Ebitda ajustada saiu de 4,6% negativos para 3,7%.

Segundo a JBS, a maior disponibilidade de boi aliviou o custo da indústria de carne bovina americana. Do outro lado, a queda do preço do produto estimulou o consumo e, como essa redução foi inferior à vista no preço do gado bovino, os frigoríficos ganharam margens.

A JBS apresentou resultados piores na América do Sul, sobretudo no Brasil. A Seara, que reúne as operações de aves, suínos e alimentos processados, teve um Ebitda ajustado de R$ 215,8 milhões, queda de 62,8% na comparação anual. Segundo a JBS, a Seara foi afetada pela valorização do real, o que diminuiu a rentabilidade das exportações de carne de frango, e também pela crise brasileira, onde a migração para produtos mais baratos resultou em preço médio menor. Na JBS Mercosul, que reúne as operações de carne bovina, o Ebitda ajustado caiu 92%, para R$ 59,4 milhões.

Na área financeira, a JBS aumentou o índice de alavancagem, de 4,16 vezes em março para 4,2 vezes.

Fonte: Valor Economico



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