22 Jul 2021

Números oficiais ainda estão sendo levantados por cooperativas e produtores, mas cenário preocupa para 2022

Um dia pós a geada no parque cafeeiro, cooperativas e produtores ainda estão indo a campo para tentar entender o real impacto do frio na produção do ano que vem. O mercado, nesta quarta-feira (21), mais uma vez reagiu às geadas e finalizou o pregão na Bolsa de Nova York com mais de 900 pontos de valorização, o equivalente a 5,52%. + Café: Cotação no BR chega a R$ 1000,00/saca nas principais praças de comercialização

Diferente do que era esperado, a geada foi mais intensa do que a registrada na última semana de junho e sua extensão também atingiu mais áreas do parque cafeeiro, passando pela Alta Mogiana/SP, sul de Minas Gerais e chegou até o Cerrado Mineiro, com as temperaturas chegando perto de 0ºC em várias áreas. 

Na primeira ronda pós geada, a Cocapec, cooperativa que atua na Alta Mogiana, estima que, pelo menos, cinco mil hectares foram atingidos pelo evento climático, o que corresponde a cerca de 5% da área total de atuação da cooperativa.

"O que nós podemos afirmar com certeza hoje, é que de fato ela foi mais intensa e muito mais abrangente. Muitos produtores foram afetados, a geada cresceu das duas formas, mas precisamos aguardar para saber os impactos, ver a resposta da planta", comenta Saulo Faleiros, diretor comercial da Cocapec. 

De acordo com Saulo, ainda não é possível saber os impactos para a produção de 2022, principalmente porque o frio atingiu com intensidade entre fraca e moderada, e de forma muito individual cada produtor. "Nós sobrevoamos a área hoje e pudemos observar que o impacto é significativo, mas atingiu de diversas formas. Infelizmente alguns produtores podem ter quase 100% de área atingida, enquanto alguns podem ter cerca de 10,20%", comenta. 

 

Para o professor José Donizeti Alves as informações também não param de chegar e o primeiro dia pós evento climático mostra que todas as lavouras abaixo de 870m foram atingidas pelo frio. "Só desespero por parte dos cafeicultores nas muitas áreas que foram afetadas. As lavouras que visitei e os muitos relatos e fotos que estou recebendo apenas comprovam que esta geada veio com o pacote completo: queima de folhas, ramos, frutos e possivelmente caule", relata ao Notícias Agrícolas. 

O especialista destaca, no entanto, que ainda não é possível saber com profundidade o que vai acontecer daqui pra frente, mas alerta mais uma vez que o produtor deve estar atento aos sinais que a planta deve apresentar nos próximos dias, sendo três possibilidades: Não fazer nada, já que normalmente as plantas se recuperam, fazer um desponte ou esqueletamente nas lavouras que tiveram os ramos queimados e fazer a recepa das plantas que a queima pegou também o caule. "Qualquer ação hoje é precipitada, ainda está em levantamento a área atingida. O que se sabe é que essa geada pode ser classificada como severa e pegou uma área maior", acrescenta.  

 

Fonte: Notícias Agrícolas



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