Carrapatos - Muito além da picada
07 Mar 2022
A transmissão de doenças através da picada destes parasitas impacta diretamente os índices produtivos da fazenda
O Rhipicephalus microplus, o carrapato do boi em nosso território, é uma espécie endêmica, responsável por consideráveis prejuízos econômicos à bovinocultura. As infestações são, em sua maioria, diagnosticadas e caracterizadas pela presença dos parasitas no animal durante a fase parasitária do ciclo de vida, caracterizada por evolução dos estágios parasitários e intensa ingestão de sangue (hematofagia), especialmente nos estágios finais desse ciclo.
"Engana-se quem acredita que o problema do carrapato é apenas sua picada e o sangue que ele retira do animal. O que o produtor não imagina, é que através da lesão na pele o animal fica exposto a outros tipos de infecções, como uma porta de entrada para problemas maiores como algumas infecções de pele e miíases, além do carrapato ser carreador de outras importantes enfermidades parasitárias", explica Marcos Malacco, médico veterinário e gerente de serviços veterinários para bovinos da Ceva Saúde Animal.
Além do desconforto da picada, consumo do sangue e as lesões em seu couro, que desvalorizam o produto final e favorecem a penetração de larvas de moscas causadoras de miíases (“bicheiras”), o carrapato é um importante vetor de doenças para os bovinos, tendo um destaque especial para a Tristeza Parasitária Bovina (TPB) um complexo de doenças causada pelos protozoários Babesia bovis e Babesia bigemina, que provocam a Babesiose, e pela bactéria intra-eritrocitária Anaplasma marginale, que provoca a Anaplasmose.
Os prejuízos causados à produção bovina podem diretos e indiretos, sendo os diretos causados primariamente pelo carrapato, como a espoliação sanguínea, irritação, redução de peso e queda nos índices produtivos, enquanto os prejuízos indiretos são compreendidos pelas doenças propriamente ditas, os gastos com medicamento e mão de obra, redução dos índices reprodutivos temporariamente, perda de animais e a diminuição na qualidade do produto vendido.
De acordo com um estudo da Embrapa realizado por Andreotti, Garcia e Koller (2019), o produtor de corte que utiliza o melhoramento genético com raças taurinas e seus cruzamentos em seu rebanho preza pela precocidade na sua produção, mas tem animais mais sensíveis às infestações de carrapato, e acaba sofrendo com uma perda estimada de 1 (um) grama de carne por carrapato no animal ao longo do ano. Já para o produtor de leite a sensibilidade ao carrapato também afeta os índices produtivos, principalmente os rebanhos de raça Holandesa, o que pode provocar uma perda de 95kg leite/animal/ano.
“Os prejuízos vão muito além do que é enxergado. Se colocar na ponta do lápis, o carrapato bovino se destaca como um dos problemas mais relevantes economicamente na cadeia produtiva da bovinocultura nacional”, conta Malacco. “Por isso, o controle estratégico destes parasitas, eliminando-os dos animais e, consequentemente do ambiente (pastagens), precisa ser realizado e se tornar rotineiro na fazenda, sempre levando em conta as características epidemiológicas de cada região do país e a época de melhor eficácia terapêutica”, continua. Malacco ainda conta que “a maior parte do problema se encontra no ambiente, onde as infestações podem representar 95% ou mais do total de parasitos da propriedade”.
Ciente de todos os impactos que o carrapato pode trazer para a pecuária como um todo, a Ceva Saúde Animal traz em seu portfólio dois agentes que ajudam a combater a prevalência do Rhipicephalus microplusno rebanho.
O Fluron® Gold apresenta uma formulação que combina dois carrapaticidas de contato junto a um sinergista que atuam sobre todas as fases parasitárias do carrapato de maneira mais rápida. Também há a presença de um carrapaticida sistêmico que atua mais especificamente nas fases parasitárias juvenis do carrapato, interferindo na formação da carapaça externa de seu corpo, estabelecendo soluções de continuidade, hemorragias, desidratação e a consequente morte destes ectoparasitas. Além disso, caso alguma fêmea do parasito escape ao tratamento, este princípio ativo sistêmico irá interferir na capacidade e viabilidade dos seus ovos, contribuindo para a redução da infestação pelo carrapato no ambiente. O produto apresenta carência de 56 dias para o abate dos animais tratados e não deve ser utilizado nas fêmeas bovinas que produzam leite para o consumo humano.
No gado leiteiro, a utilização de Fluron® Gold é recomendada apenas nas categorias mais jovens (acima dos 4 meses de idade). Estes animais podem ser utilizados de forma estratégica para a eliminação dos ectoparasitas do rebanho, realizando seu tratamento e aguardando entre 7 e 10 dias. Após este período, a rotação de piquetes deve ser feita e os animais tratados podem ser introduzidos ao piquete em que estavam as vacas em lactação, que serão levadas ao piquete onde se encontravam estes animais mais jovens. Este manejo em rodízio, junto a outras práticas integradas, tem efeito positivo sobre o controle de carrapato nas pastagens e, consequentemente, reduz o estresse, a mão de obra, tratamentos excessivos e demais prejuízos determinados pelo parasito.
Já o Eprecis® é um moderno endectocida injetável de baixo volume de dose (1 mL/100 Kg de peso vivo, por via subcutânea) que pode ser utilizado em vacas prenhes durante qualquer fase da gestação. Com o Eprecis® não existe período de carência para o leite, e apenas 12 dias de carência para o abate de bovinos de corte tratados com o fármaco.
Fonte: Ceva Saúde Animal