Cotações da soja recuaram ao longo da semana
04 Jun 2022
O mercado está atento ao desenvolvimento do plantio nos EUA
As cotações da soja, em Chicago, recuaram durante a semana, porém, ajustes técnicos e nova pressão altista no óleo de soja, levou o bushel a fechar a quinta-feira (02/06) em US$ 17,29, contra US$ 17,26 uma semana antes. Efetivamente, a cotação do óleo aumentou 4,3% em apenas um dia (entre 01 e 02 de junho) em Chicago.
O mercado está atento ao desenvolvimento do plantio nos EUA, sendo que o anúncio russo de possível liberação de portos ucranianos para a exportação de produtos, condicionado à retirada das sanções comerciais e econômicas impostas a si pelo Ocidente, pouco efeito fez, já que a soja não está sendo muito atingida pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, salvo indiretamente no caso do óleo. Neste contexto, pesou mais sobre o mercado o fato de que, até o dia 29/05, o plantio da soja nos EUA ter chegado a 66% da área esperada, ficando praticamente dentro da média histórica, que é de 67% para esta data. Além disso, o USDA informou que, no final de maio, 39% das lavouras semeadas já haviam germinado, contra 43% na média histórica. Ou seja, houve recuperação no plantio, que estava atrasado, assim como, por enquanto, o clima se apresenta melhor.
Enquanto isso, na semana encerrada em 26/05 os EUA embarcaram 378.262 toneladas de soja, com o volume ficando dentro do esperado pelo mercado. Esse fato elevou para 49,5 milhões de toneladas o total já exportado neste ano comercial, porém, ainda está abaixo das 56 milhões de toneladas exportadas no mesmo período do ano anterior. Em termos gerais, o início da semana no mercado da soja continuou a indicar um mercado internacional com preços elevados, embora em baixa, enquanto no Brasil os preços se mantinham em recuo devido ao câmbio, que trabalhou entre R$ 4,75 e R$ 4,80 na maior parte da semana. Os prêmios, no Brasil, igualmente recuaram um pouco, ficando ao redor de US$ 1,20/bushel na virada do mês, tomando Paranaguá como referência.
Analistas internacionais consideram que a demanda mundial se encontra em reestruturação, na expectativa de que a China volte com mais força ao mercado, a partir da reabertura em boa parte de Xangai e outras regiões locais, após os últimos lockdowns devido aos novos surtos de Covid. O problema tem sido, também, as margens negativas das indústrias moageiras de soja no país asiático, devido ao péssimo cenário da suinocultura local. Aparentemente, este quadro estaria melhorando.
Especificamente no Brasil, o mercado esteve mais lento, com preços novamente em queda média, devido a pressão da finalização da colheita no país e do Real valorizado. Além disso, a parte final da colheita brasileira apresentou melhorias na produtividade geral, com o volume final sendo elevado, agora, para 124,4 milhões de toneladas. As mais recentes estimativas dão conta de estoques finais ao redor de 3,57 milhões de toneladas, porém, a relação estoque/uso fica ainda muito apertada, com 2,86%. (cf. StoneX)
A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 179,87/saco, com perda de cerca de 5 reais por saco, enquanto as principais praças de comercialização do Estado trabalharam com R$ 173,00. Nas demais praças do país, a soja ficou cotada entre R$ 160,00 e R$ 175,00/saco. A semana encerrou com o mercado buscando as reações da China diante da reabertura de muitas regiões locais ao comércio normal, e o clima nos EUA, sem esquecer da guerra entre Rússia e Ucrânia, a qual caminha para fechar o seu quarto mês, mesmo que esta influencie pouco o mercado da soja, na comparação com o milho e o trigo.
As informações são da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário - CEEMA
Fonte: Agrolink