02 Nov 2021

O produto beneficiado, que antes era enviado ao exterior via contêineres, agora é transportado em porões de navios devido à alta do frete

A crise logística que provocou escassez de contêineres a nível mundial também atinge a cadeia do arroz brasileiro. Para atender a demanda externa, exportadores do Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, têm buscado alternativas que sejam compatíveis com a sua realidade financeira, considerando os custos de produção. A dificuldade é maior para exportar o arroz beneficiado, devido às características do produto.

 

“Atuo há 23 anos com comércio exterior e não tinha visto um cenário como este, em que temos uma inviabilidade da exportação via contêineres, onde a circulação de mercadorias foi prejudicada”, destaca Carolina Machado, trader da Expoente Agronegócios.

 

Ela conta que a oferta reduzida de contêineres, elevou o preço do frete para o arroz beneficiado, que pulou de US$ 2 mil para até US$ 11 mil neste último ano. Diante desses preços, o arroz beneficiado, que antes era embarcado via contêiner, agora está sendo vendido via navios graneleiros. “É um movimento que aconteceu mais pela necessidade do momento do que por opção dos exportadores”, revela Carolina.

 

Assim como em outros setores do agro, o ‘efeito dominó’ provocado pela falta contêineres, somado às complicações logísticas, forçam produtoras e empresas a buscarem novas alterativas para o escoamento de produtos.

 

“Além da alta no preço do frete, o tempo de booking (reserva de espaço no navio) passou para até 45 dias. Isso é um tempo gigante dentro do processo de compra de produtos, especialmente quando se trata de alimentos”, ressalta a trader.

 

Carolina ressalta que atores do setor logístico têm buscado soluções para amenizar os problemas enfrentados por produtores na hora de escoar seus produtos. No entanto, ela menciona que os armadores dizem que o cenário não é tão simples, uma vez que seria necessário aumentar a frota de navios, o que demanda um longo tempo de espera. “Essa escassez de navios e contêineres é algo que pode se estender até 2025”.

 

 

Fonte: Canal Rural



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