Falta mão de obra para colheita de café em São Paulo
28 Jul 2010
Produtores de café de São Paulo estão encontrando dificuldade para contratar mão de obra para a colheita da safra. Em muitas propriedades, sobram vagas.
O dia é de pagamento na fazenda em São Sebastião da Grama, em São Paulo. Com o cheque em mãos, os trabalhadores fazem planos. “Eu guardo para aplicar no dinheiro da casa. Eu comprei a casa e agora pago a prestação”, contou o trabalhador rural Nerciso Soares.
O salário é fruto do trabalho pesado na lavoura. O valor recebido por cada catador de café depende da produtividade. “Quem trabalha mais, ganha mais. Quem trabalha menos, ganha menos. Isso varia conforme o esforço da pessoa”, explicou o trabalhador rural Joaquim Roque.
O salário varia de R$ 800 a R$ 1,3 mil. São 25% a mais do que na safra passada. Mas nem o valor mais alto tem ajudado o administrador da fazenda a encontrar trabalhadores para a colheita. Foram contratados 280 e ainda faltam 80.
“Tivemos que rodar toda a região. Esse ano está sendo muito difícil todas as fazendas estão com uma produção alta, contratando bastante gente”, esclareceu Juliano Melo, administrador da fazenda.
Em uma das fazendas da região os funcionários temporários foram contratados em abril. Dois meses antes da época da colheita. A solução encontrada foi antecipar um pouco a safra e colher o café ainda verde. Tudo para não sofrer com a falta de mão de obra. “Hoje, não tem mão de obra disponível no mercado”, alertou Melo.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Pedro Marçal explicou que a falta de mão de obra é resultado da riqueza agrícola da região. “Coincidem as safras da laranja, da cana, da batata, da beterraba, da cenoura e do café. São todas na mesma época”, disse.
Em outra fazenda, em Caconde, na divisa com Minas Gerais, o agricultor Roberto Bazilli enfrentou dificuldade para contratar 16 funcionários temporários. “É 100% de mão de obra. Não podem entrar máquinas pesadas porque o terreno é em declive. Isso significa um aumento grande de mão de obra. Se de um lado é bom, que a população tem serviço; de outro lado é complicado. Em um ano que dá bastante café, os trabalhadores não vencem atender todo o município”, esclareceu.
Fonte: Globo Rural