História da Raça: Patos
24 May 2012
A Série História da Raça desta quinta-feira faz uma abordagem sobre a origem e também sobre as características do Pato. Conheça também um pouco da história de um produtor paulista: João Germano.
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Origem e chegada ao Brasil | Tipos de patos | Características |
Curiosidades | Entrevista com criador | Fotos |
Origem e chegada ao Brasil
É importante salientar que uma raça tão primitiva não tem uma origem real definida, estudos divulgados por João Felix Vieira – Técnico em Agropecuária, no trabalho intitulado “Uma Abordagem Sobre a Origem do Pato e do Marreco” mostram que o Pato doméstico descende do tipo selvagem, visto em várias regiões da América meridional. O tradicional pato branco especificamente vem da China, da parte continental, sendo que foi introduzido na Europa em 1550 aproximadamente, pela França, em cativeiro, sendo domesticado logo em seguida. Já o pato denominado comum é também asiático, importado pela África.
Brasil
Na verdade, patos selvagens são encontrados em todo o mundo, há relatos de que antes mesmo dos portugueses colonizarem efetivamente o Brasil, índios já domesticavam a ave, mas assim como a vaca, o cavalo, a galinha e outros animais domésticos, alguns exemplares de patos foram trazidos ao Brasil pelos portugueses nas primeiras embarcações.
Alguns tipos de patos
Pato-do-Labrador (Camptorhynchus labradorius) – Extinto desde a costa leste da América do Norte, principalmente por causa do sabor da carne.
Pato-corredor (Neochen jubata - Spix, 1825) – Originário da Venezuela, Bolívia, Paraguai ou Argentina e da região amazônica central.
Pato-de-rabo-alçado-americano (Oxyura jamaicensis - Gmelin, 1789) – Europeu, com poluçãoes selvagens no Reino Unido e Irlanda.
Pato-de-rabo-alçado (Oxyura leucocephala - Scopoli, 1769) – Espécie ameaçada de extinção, com importantes populações na Espanha e Turquia.
Pato-real (Anas platyrhynchos - Linnaeus, 1758) - Habita áreas temperadas e sub-tropicais das Américas, Europa e Ásia.
Pato-ferrão (Plectropterus gambensis) – Característica dominante: Mansidão.
Pato-arlequim (Histrionicus histrionicus – Linnaeus 1758) – Ampla distribuição geográfica, com reprodução e habitat em áreas frias.
Pato-carolino (Aix spon – Linnaeus 1758) - Encontrado na costa leste da América do Norte a partir de Nova Escócia, Flórida e o Golfo do México.
Pato-casarca ou Ferrugineo (Tadorna ferruginea - Pallas 1764) - Ásia Central e Norte da África.
Pato-colhereiro (Anas clypeata) – Encontrando em regiões setentrionais da Europa e Ásia também migra para a Austrália.
Pato-de-bico-vermelho (Netta rufina - Pallas, 1773) – Distribui-se pelo centro e sul da Europa e são facilmente confundidos como Marrecos.
Pato-escuro-americano (Anas rubripes - Brewster , 1902) – Alguns estudiosos afirmam ser uma especie híbrida entre Marrecos e Patas.
Curiosidades
O pato é a única ave capaz de voar, nadar e andar razoavelmente. Além disso, o pato é o único animal que consegue dormir com metade do cérebro e manter a outra em alerta. Possui perfeito senso de direção e comunidade.
Características
O pato tem uma boa longevidade, podendo viver até 15 anos, é um animal de dupla aptidão, ou seja, usado na produção de ovos e carnes.
A pata chega a pôr 100 ovos ao ano e são maiores que os ovos de galinha, além disso vivem em regime de semi liberdade e não tem uma alimentação restrita, comendo caracóis, rações, ervas etc.
Chegam a pesar 6 quilos.
Entrevista com João Germano, da ABCAves
João Germano se dedica à criação de patos desde 1985 e, além disso, é presidente da Associação Brasileira de Criadores de Aves.
Em entrevista à Rural Centro, Germano começa aconselhando ao avicultor que queria iniciar na criação de patos para que não tenha pressa e para que começa aos poucos, adquirindo, por exemplo, 3 fêmeas e 1 macho, que é o plantel mínimo. Além disso, o conselho de Germano é procurar uma matriz de origem conhecida.
Este investimento inicial custará em torno de R$ 130 na aquisição das aves - considerando a fêmea a uma média de R$ 30 e o macho a R$ 40 - é pequeno em relação a um mercado cada vez mais aquecido. No Brasil, a criação de patos tem aumentado consideravelmente, entre 40% e 50% ao ano.
Germano explica que o setor tem ganhado força com o aumento dos imigrantes no Brasil que têm o pato em sua culinária, principalmente os bolivianos.
João começou a criar patos simplesmente por gostar do animal, que é uma ave rústica e não adoece, não exige nenhum cuidado especial e durante esses 27 anos a maior dificuldade encontrada foi o comércio, que não tinha canais de venda quando ele iniciou na atividade, uma realidade totalmente diferente da atual.
O criador deve ficar atento apenas aos cuidados com o pato jovem que não pode ficar em uma área úmida em excesso, porque estão desprotegidos e precisam de um ambiente seco até atingir a maturidade.
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Fonte: Ana Brito / Rural Centro