Importação de etanol acumula alta de 413% no 1º trimestre

07 Apr 2017

A importação de etanol pelo Brasil disparou 268,27% em março na comparação com igual período do ano passado, para 236,66 milhões de kg, ou praticamente 300 milhões de litros, caso seja feita a conversão com base na densidade do produto, de 789 kg por metro cúbico. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, que divulga suas tabelas em quilos.

No primeiro trimestre, as compras externas do biocombustível, vindo principalmente dos Estados Unidos, alcançaram 580,18 milhões de kg, aumento de 413,38% e equivalente a 735,33 milhões de litros.

A importação de etanol totalizou desembolso de US$ 148,78 milhões em março, avanço de 320,57% ante os US$ 35,37 milhões de um ano atrás. No acumulado de 2017, o montante atinge US$ 364,27 milhões, frente US$ 63,06 milhões no primeiro trimestre de 2016, aumento de 477,65%.

Nas últimas semanas, o tema importação de etanol vem movimentando o setor sucroenergético. Sentindo a queda nos preços domésticos, produtores, em especial os do Nordeste, região que mais importa o biocombustível, pediram à Câmara de Comércio Exterior (Camex) uma taxa de 20% sobre as compras internacionais do produto – atualmente a tarifa é zerada. Já a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) solicitou um porcentual menor, de 16%.

O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, chegou a dizer, em nota, que “não faz sentido a associação de São Paulo (a Unica) apresentar essa proposta e menos sentido ainda falar em barreiras ambientais quando há quase quatro anos pratica e estimula importações de etanol de baixa qualidade oriundo do milho”.

A Unica, por sua vez, também em comunicado, destacou que os 16% são resulta de um cálculo que tem como base o valor necessário para corrigir as externalidades ambientais associadas à emissão de gases do efeito estufa entre etanol importado e o nacional (produzido a partir de cana) e o preço médio do álcool importado nos últimos 12 meses pelo Brasil.

O fato é que, dada a importação recorde e o consequente maior volume interno, as cotações do etanol acumularam forte baixa entre janeiro e março, período de entressafra de cana em que geralmente os preços se mantêm firmes. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), o litro do anidro, que é o importado, caiu 14% no trimestre, para R$ 1,6798 – sem impostos e a retirar nas usinas de São Paulo. O preço do hidratado também recuou 14% na entressafra, para R$ 1,48 por litro.

Fonte: Estadão Conteúdo



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