Novo inseticida elimina praga antes das perdas
21 May 2022
Nova molécula e um novo modo de ação por contato e ingestão sobre lagartas
O inseticida Ohkami (Tolfenpirade), da Sipcam Nichino, teve seu registro estendido para mais 11 culturas no Brasil para manejo de uma praga de difícil controle: a traça-das-crucíferas (Plutella xylostella). De acordo com a fabricante, o produto já alcançava índices representativos de comercialização e mostrava eficácia comprovada no controle da traça-do-tomateiro (Tuta absoluta).
De acordo com o engenheiro agrônomo Eric Ono, pesquisador da Sipcam Nichino, a traça-das-crucíferas se alimenta das folhas ‘brássicas’, tais como brócolis, repolho, couve-flor, couve e outras. “Causa deterioração na qualidade visual e gera assim a rejeição do consumidor às hortaliças no varejo”, afirma Ono.
Segundo ele, a traça-das-crucíferas “é capaz de se reproduzir rapidamente, em grande quantidade. Tentativas de manejá-la por meio de frequentes aplicações de inseticidas levam à seleção de populações resistentes aos produtos. Falhas no controle da praga resultam em aumento no custo de produção e, potencialmente, elevam riscos de haver acúmulo de resíduos de inseticidas nos alimentos, em níveis acima dos padrões permitidos.”
O pesquisador acrescenta que o desenvolvimento do inseticida Ohkami, pela Nichino do Japão, teve como objetivo o manejo de pragas de alta complexidade, a exemplo da traça-do-tomateiro e da traça-das-crucíferas.
“Ohkami conta com uma nova molécula e um novo modo de ação. O inseticida age por contato e ingestão sobre lagartas. Adicionalmente, controla ovos (ação ovicida) e evita a oviposição de ovos férteis por mariposas (ação transovariana). Trata-se de produto diferenciado, que auxilia nas estratégias de manejo integrado ao conseguir quebrar o ciclo de desenvolvimento da traça.”
“Nos trabalhos de pesquisa constatamos que Ohkami é um eliminador de traças por excelência”, continua Eric Ono: “A tecnologia de base do inseticida pode eliminar a praga antes de a mesma ocasionar danos aos cultivos.”
Conforme o pesquisador, como o ingrediente ativo de Ohkami ainda não foi exposto nas lavouras para as quais o produto está registrado, a possibilidade de encontrar populações resistentes ao inseticida é baixa. “Temos expectativa de que a aceitação do produto para os novos cultivos será tão representativa quanto à que obtivemos junto aos tomaticultores, logo no lançamento”, explica.
Ainda de acordo com Eric Ono, Ohkami entrega curto intervalo de carência ao produtor. “Esse diferencial, relevante, permite aplicações até sete dias antes da colheita de brócolis, couve-flor, couve e repolho, por exemplo”, conclui ele.
Fonte: Agrolink