Pecuária de corte do Brasil é prejudicada por restrições de importadores
28 Mar 2013
Por não adequar sua legislação para permitir o uso de tecnologias já avaliadas pela Codex Alimentarius (programa conjunto da FAO e da OMS para o desenvolvimento de normas alimentares para proteger os consumidores) e pelo JECFA, seu comitê científico que trata de aditivos alimentares, perde-se em competitividade e qualidade na produção de carne bovina no Brasil. Esta é a opinião da médica veterinária e mestre em produção animal, Catarina Lopes. Ela será palestrante do CONFINAR 2013, simpósio de confinamento de gado de corte que acontecerá nos dias 9 e 10 de maio em Campo Grande, capital sul-mato-grossense.
Segundo Catarina Lopes, a exemplo de outros países produtores mais competitivos, como Austrália e Estados unidos, cabe ao Brasil demonstrar a maturidade e profissionalismo da cadeia produtiva através de sistemas sólidos e confiáveis que atendam aos mais diversos critérios internacionais. “Já fizemos isso com as exportações de frangos. Por que não fazer com a carne bovina?”, questiona a médica veterinária. Ao não ter acesso a essas tecnologias produtivas utilizadas em outros paises, o produtor perde em eficiência e lucratividade.
O tema da palestra de Catarina Lopes, que é consultora técnica em gado de corte da Elanco, será Beta-agonistas - aspectos legais e técnicos aplicados à realidade brasileira. Beta-adrenérgicos agonistas são moléculas orgânicas que não são hormônios e que se ligam a receptores presentes na maioria das células dos mamíferos promovendo o desenvolvimento da massa muscular. No entanto, a ractopamina, substância que faz parte do grupo dos agonistas adrenérgicos, teve sua comercialização suspensa devido à preocupação da cadeia produtiva com as exportações, o que deve perdurar até que seja acordado um sistema de segregação, levando em conta a mitigação de possíveis preocupações com o consumo por parte do gado em confinamento.
No organismo dos animais, a substância aumenta a síntese de proteína na carcaça com baixo impacto na cobertura de gordura. Catarina destaca que os resultados científicos mostram que a utilização de beta-adrenérgicos possibilita melhoria na conversão alimentar. A veterinária explica que os agonistas agem "produzindo mais carne por meio do aumento do peso de carcaça quente e rendimento de carcaça de bovinos de corte confinados quando usados entre 20 a 42 dias antes do abate". Por causa da melhora no desempenho animal, seu uso traz sustentabilidade ao sistema produtivo, diminuindo o tempo de engorda e, consequentemente, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa.
A palestra da médica veterinária Catarina Lopes será a penúltima do simpósio e ocorrerá às 16h30 do dia 10 de maio. CONFINAR 2013 é realizado em parceria entre Rural Centro e Beef Tec. As inscrições podem ser feitas pelo site oficial do evento, www.confinar.net. Profissionais e estudantes têm descontos até o dia 15 de abril.
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CONFINAR 2013
Simpósio de confinamento de gado de corte
9 e 10 de maio em Campo Grande, Mato Grosso do Sul
Inscrições e programação: www.confinar.net
Realização: Rural Centro e Beef Tec.
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Foto: Rafael Camargo / Beef Tec
Fonte: José Luiz Alves Neto / Rural Centro