Percevejo castanho virou uma tremenda dor de cabeça para os pecuaristas do MS

26 Jan 2011

O percevejo castanho é uma praga que pode atacar a soja, o algodão e outras culturas. O inseto destrói as pastagens e causa muitos prejuízos. 

O gerente de fazenda Luís Carlos Tavares é responsável pela administração da fazenda no município de Rio Verde de Mato Grosso, na região norte de Mato Grosso do Sul. A oferta de alimento para o gado na propriedade caiu cerca de 80% nos últimos seis meses.

“Está difícil. O tempo seco e tudo perdido. É um trabalho a mais. Vai ter que recuperar tudo”, disse Tavares.

Segundo técnicos e pesquisadores que atuam na região, o problema está debaixo da superfície da terra, na raiz da braquiaria.

O causador de tanto prejuízo não pode ser visto facilmente. São os percevejos do tipo castanho. Rápidos, eles roubam os nutrientes que estão na raiz da planta, a seiva. Então, a braquiaria fica sem alimento e seca. Vira palha e não recupera.

“Nós detectamos em 13 municípios da região norte impactados com a infestação de percevejo castanho. A pecuária está sofrendo. Estamos perdendo uma redução do rebanho da região norte. Não sabemos para onde vai”, disse Severino da Fonseca, presidente do Sindicato Rural de Rio Verde de Mato Grosso.

“Não vemos outra alternativa a não ser rotação de cultura, mudança de variedades mais resistentes”, explicou João Batista Antunes, técnico agrícola.

Em Campo Grande, os agrônomos da Embrapa Gado de Corte estão começando pesquisas sobre a infestação de percevejos nos pastos. Os insetos estão sendo coletados e a ação deles será testada no capim.

“Algumas espécies são mais resistentes ao percevejo. Por tanto, elas poderia, numa formação nova, numa recuperação da pastagem, conferir um grau maior de resistência”, esclareceu Alexandre Agiova, agrônomo da Embrapa.

O agrônomo Alexandre Agiova acrescenta que um dos métodos mais eficientes de controle é revolver o solo usando uma gradagem. Com isso, acaba o alimento e os insetos mais jovens morrem porque ficam expostos aos raios solares.
 

Fonte: Globo Rural