Plantio de Acácia em áreas do sistema agroflorestal do dendê nativo

18 Nov 2011
O plantio de Acácia Mangium em área de dendê subespontâneo no sistema agroflorestal (SAF) visando à recuperação de plantação desta palmácea com a limpeza de área, aumento da produção de óleo e elevação da renda do produtor, com a exploração de madeira, a partir do terceiro ano, está sendo incentivada pela Secretaria de Agricultura da Prefeitura Municipal de Valença, no Baixo Sul baiano e tem o apoio da Ceplac.
A experiência vem sendo conduzida pelo escritório da Ceplac de Taperoá desde 2009, sob a coordenação do extensionista Waldo Brito, que se diz satisfeito com os resultados alcançados e demonstrados através de excursão técnica realizada durante a segunda Expo Agroflorestal de Valença realizada recentemente.
Brito explica que a Acácia é uma leguminosa que incorpora nitrogênio ao solo e recupera solos degradados. Além disso, tem crescimento rápido e produz madeira de qualidade de múltiplos usos, e irá reduzir a retirada de madeira nativa da Mata Atlântica. “A planta já é usada na região há mais de 20 anos, depois de introduzida pelos produtores estrangeiros Ian Walker, Max Emil e Maekawa. É espécie florestal exótica, nativa da Austrália, que pode ser plantada e explorada economicamente”, sustenta.
Há dois anos se deu a realização da primeira Expo Acácia, no povoado de Bonfim, na zona rural do município, situado a 119 quilômetros de Salvador, quando foram plantadas um milhão de mudas em pastagens degradadas, em áreas de dendê nativo e em áreas de outras plantações abandonadas ou decadentes.
Durante a 2ª Feira Expo Agroflorestal de Valença, em Guaibim, em outubro passado, se lançou projeto para o plantio de dois milhões de mudas de Acácia em sistemas agroflorestais em dendezeiros subespontâneos não explorados. Atualmente há 400 hectares de SAF de Acácia Mangium e dendê subespontâneo implantados com recursos próprios dos agricultores envolvidos em vários imóveis da Costa do Dendê, segundo estimativas feitas por Waldo Brito.
Na oportunidade, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) liberou financiamento, no valor de R$ 1 milhão no primeiro ano do programa, para o plantio de 180 hectares de Acácia, sendo parte na forma de sistema agroflorestal com dendê e também em área de pastagens degradadas, atendendo a cinco empresários rurais de Valença, com destaque para Laert Ribeiro, proprietário da Fazenda Faléia, e Simon Narbal, com propriedade na zona rural do Orobó.
O extensionista da Ceplac informa que o Núcleo Regional de Valença e o escritório de Taperoá foram responsáveis pela coordenação técnica da segunda Expo Agroflorestal de Valença, que teve realização de palestras, excursão, seminários, orientações técnicas aos empresários rurais e elaboração de projetos de financiamento. O prazo do investimento é de 12 anos, com oito de carência, e o custo orçado de implantação por hectare gira em torno de R$ 6 mil com recursos para três anos, quando se dá o retorno do investimento com a venda de madeira de árvores desbastadas na propriedade em função do plano de manejo da plantação, com alta rentabilidade e suficiente para quitar ou, pelo menos, amortizar significativamente o investimento.
Brito informa que com o plantio no espaçamento 3 x 2 m são implantadas 1.666 árvores/hectare, com início do desbaste no início do terceiro ano, quando se pode desbastar até 50% das plantas. Já no espaçamento 5 x 4 m no hectare se implanta 500 plantas. O corte pode ser feito com oito, 10 ou mais anos e cada árvore pode valer até R$ 1 mil. As folhas da planta têm 41% de proteína bruta podendo ser usada na alimentação do gado, de suínos, peixes e aves.
Fonte: Seagri/BA