Presença da soja louca 2 tem preocupado produtores no PR

19 Apr 2011
O fim da colheita de soja evidenciou um cenário ainda preocupante para os produtores de soja da região Oeste. Ainda sem dispor de fórmulas eficazes de combate, a soja louca 2 vem causando prejuízos nas plantações nos municípios da região Oeste. O caso mais sério foi registrado em uma lavoura no município de Santa Terezinha de Itaipu. As perdas ocasionadas pela anomalia na planta geraram prejuízos consideráveis para o agricultor. Casos foram registrados em várias cidades do Oeste. A maior temeridade dos agricultores é com a ausência de mecanismos capazes de conter a anormalidade. A soja louca 1 é caracterizada pelo ataque intenso de percevejos.
A tipo 2 evolui para a anomalia na planta. Quando atinge o ciclo ideal para a colheita, a planta insiste em apresentar uma coloração verde e grãos pouco desenvolvidos. Outro sintoma evidente é a formação de brotos. Pesquisadores ainda trabalham no sentido de encontrar fórmulas eficientes de combate à anomalia. Os primeiros estados brasileiros a registrar a presença da soja louca foram o Mato Grosso e Rondônia. Para Vitor Hugo, responsável pela área técnica da Cooperativa Agroindustrial Lar, com sede em Medianeira, a soja louca depende de uma mescla de fatores para causar danos à plantação.
Nesse aspecto, requer a junção da genética, clima e nutrição. De acordo com Vitor Hugo, a planta alvo da soja louca fica verde e não seca, ocasionando ainda a falta de desenvolvimento dos grãos. "Para o pé de soja madurar, precisa secar e esse processo só é possível com uma quantidade considerável de grãos bons, sem a presença de predadores ou ação agressiva do clima", comenta Anacleto Perondi, gerente da unidade da Lar de Céu Azul. Em algumas lavouras situadas às margens do Parque Nacional do Iguaçu, em Picada Benjamin, cujo plantio de soja transgênica é proibido, era fácil detectar a presença de percevejos em grande escala, dando a conotação da soja louca.
"Se caso a quantidade de grãos for pequena, por conta do ataque de insetos ou dano por algum agente vivo, ou até mesmo por ação do clima, o pé de soja fica brotando, ainda verde, não atingindo o estágio de secagem para posterior colheita". Segundo Vitor Hugo, nessa safra a presença da soja louca foi "mais sutil", em relação a anos anteriores. "Mas isso não afasta nossa preocupação com o problema", admite. A Copacol, de Cafelândia, em parceria com a Embrapa Soja, de Londrina, já vem realizando estudos no sentido de desenvolver um inoculante para a planta. Os experimentos ocorrem na Estação Experimental da cooperativa. A soja louca 2 altera o metabolismo da planta, não emitindo a vagem e perdendo o sentido do ciclo de vida. "Daí o nome soja louca", descreve Vitor Hugo. "Agora se a lavoura não apresentar ataque de pragas, raramente é registrado o problema". Os fatores propícios para a ocorrência da soja louca são ocasionados pela genética, por meio da suscetibilidade para a anomalia; condições climáticas que favoreçam o surgimento de pragas e a nutrição, por conta da deficiência de algum ingrediente na semente.
Fonte: O Paraná