Produção de etanol de milho compensa queda da cana de açúcar

04 Feb 2022

A produção de etanol no Centro-Sul do Brasil cresceu 15pc na primeira quinzena de janeiro em relação ao ano anterior, com a maior produção de biocombustível à base de milho ajudando a compensar a queda já prevista da cana-de-açúcar disponível para processamento.

 

Os produtores do Centro-Sul entregaram 145.000m³ de etanol entre 1 e 16 de janeiro, de acordo com dados compilados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Isso se compara com 126.000m³ no mesmo período do ano anterior.

 

A produção de etanol hidratado foi a principal força por trás do aumento na comparação anual. A produção de etanol hidratado representou 111.000m³ do total, uma alta de 16pc em relação ao ano anterior. A produção de etanol anidro – usado na mistura da gasolina – totalizou 34.000m³ na quinzena, avanço de 10pc em comparação com o ano anterior.

 

A produção de etanol desde o início da safra 2021-22 no Centro-Sul, de 1 de abril de 2021 a 16 de janeiro de 2022, totalizou 26,71 milhões de m³, uma queda de 9pc em relação ao mesmo período do ano anterior.

 

Além do aumento da participação do hidratado, a produção do biocombustível à base de milho compensou em grande parte a queda esperada na oferta de etanol de cana-de-açúcar devido à contínua escassez de matéria-prima disponível para processamento, assim como a finalização da moagem em dezenas de usinas muito mais cedo do que o normal.

 

A safra 2022-21 de cana-de-açúcar do Centro-Sul está provando ser uma das mais desafiadoras já registrada. Além da pior seca em quase um século, o cultivo foi prejudicado por três ondas de geadas em julho, que limitaram a moagem da cana em grande parte dos principais estados produtores do país.

 

A maioria das usinas na principal região produtora de etanol do país já havia terminado as atividades de moagem no fim de outubro, devido à safra menor.

 

Embora algumas unidades ainda estivessem ativas no início de janeiro, nenhum processamento de cana-de-açúcar ocorreu durante o período, com as usinas produzindo o biocombustível principalmente a partir do milho. Isso se compara com o processamento de 213.000t processadas na mesma quinzena do ano anterior.

 

O processamento de matéria-prima desde 1º de abril atingiu 521,67 milhões de t, uma queda de 12pc em relação ao mesmo período em 2020.

 

VENDAS DE ETANOL

 

As usinas do Centro-Sul venderam 886.250m³ na primeira quinzena de janeiro, uma baixa de 29pc na comparação anual. Dessas vendas, 24.430m³ foram exportados, 43pc abaixo do ano anterior. A arbitragem de exportação para os Estados Unidos encerrou em janeiro com a diminuição da diferença entre os créditos RIN D5 e D6, o que prejudicou a competitividade do etanol brasileiro.

 

No mercado interno, as vendas de etanol hidratado atingiram 448.340m³ na primeira quinzena de janeiro, uma queda de 45pc em relação ao mesmo período de 2021, enquanto as vendas de etanol anidro aumentaram 6,8pc, para 414.480m³.

 

As vendas acumuladas de etanol pelos produtores do Centro-Sul desde o início do ciclo chegaram a 22,05 milhões de m³, 10pc abaixo do mesmo período do ano passado, de acordo com a Unica. Dessas vendas, 1,32 milhão de m³ foi exportado, queda de 41pc em comparação com o mesmo período do ano passado.

 

O Brasil é um dos principais fornecedores mundiais de etanol.

 

 

Fonte: Portal do Agronegócio



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