Quem Sabe Responde: Criação de Caprinos em Mato Grosso

29 Feb 2012

O Quem Sabe Responde de hoje atende às dúvidas do sr. Antônio Carlos Rocha, técnico agropecuário da Secretaria de Agricultura da prefeitura de Juína – MT.

Carlos quer saber qual é a raça caprina com melhor aptidão leiteira para a região onde ele se encontra e a disponibilidade de sêmen no mercado.

Quem responde à primeira parte da dúvida é o presidente da Associação dos Criadores de Caprinos de Mato Grosso do Sul (Caprisul)*, Carlos Eduardo A. Guimarães.

Ele aconselha que o primeiro a fazer é verificar a logística da região e a disponibilidade de escoamento da produção, já que o leite de cabra tem que ser retirado no mínimo duas vezes por semana.

Por ser uma cidade inserida no bioma amazônico, com umidade e temperatura elevadas, a resistência da raça escolhida precisa ser alta, para evitar doenças e consequente elevação dos custos com medicamentos. Com essa justificativa, o presidente da Caprisul indica as raças Anglo-Nubiana e Toggenburg. “Apesar de produzirem menos do que outras raças, como a Saanen – considerada melhor raça leiteira – elas possuem alta resistência, aguentam muito mais as intempéries climáticas”, explica Carlos Eduardo.

Ele ainda compara as raças caprinas às raças de gado leiteiro. “A Toggenburg seria uma equivalente à raça bovina Girolanda, enquanto a Sanem seria a raça Holandesa. Mas a Saanen tem baixa resistência à doenças, o que encarece a produção.”

Quanto ao sêmen caprino, a Associação Brasileira de Criadores de Caprinos (ABCC) informa que não existem comercializações do estado de Mato Grosso. Mas é possível encomendar com a Associação Paulista de Criadores de Caprinos (Capripaulo). Basta ligar no telefone (11) 3672-8980.

Sobre as raças

Anglo-Nubiana: Originária da Inglaterra, dos cruzamentos com cabras comuns Inglesas X bodes Nubianos importados da Nubia, India e Arábia. O resultado foi uma raça muita rústica.

Adapta-se muito bem no Brasil, produzindo mestiços com boa aptidão leiteira, precoces e com carne de qualidade. Tem a cabeça pequena, muito bem conformada, levantada e alerta, apresentando perfil convexo. Por essa razão, é conhecida como "a cabra de nariz romano", com uma depressão em sua ligação com o fronte. Orelhas grandes, pesadas, caídas junto à cabeça indo até o focinho, com o pavilhão interno voltado para a face e as extremidades dirigidas para a frente. Essa característica lhe confere um aspecto aristocrático. Olhos grandes e brilhantes. A cabeça da cabra é mais fina e oblicada que a do bode, não chegando a ser fraca. Não possui chifres e tem o perfil, orelhas e olhos semelhantes aos do macho.

De todas as raças de caprinos, a Anglo-Nubiana foi a que mais se multiplicou pelo Brasil.

Produz de 2 a 4 litros por dia, com 4,6% de gordura. Tem aptidão dupla, serve tanto para capricultura de carne quanto de leite.

Toggenburg: Originária da Suíça, do vale do Toggenburg, mediante cruzamento inicial da cabra fulva de Saint-Gall com a branca de Saanen. É uma das mais predominantes na Suíça, mas, também, é bem difundida na Inglaterra, Estados Unidos e outros países, graças à sua aptidão produtiva.

A Toggenburg, por ser uma raça bastante forte e rústica, suporta variadas condições de vida. Embora prefira regiões montanhosas, vive e produz bem em regime de meia ou completa estabulação. Corresponde bem ao trato e à boa alimentação. Sua aparência geral deve revelar vigor e vivacidade, pois é bastante rústica e facilmente aclimatável, sendo uma das raças caprinas mais recomendáveis para o Centro e Sul do Brasil, onde sua adaptação é perfeita, sem perda de suas excelentes qualidades, podendo ser criada a campo ou estabulada. É muito fértil, dando habitualmente gêmeos, algumas vezes triplos e até quadruplos. O parto simples é raro. Os cabritos são fortes e crescem rapidamente. Nos cruzamentos imprime com grande fidelidade suas características raciais e aptidões produtivas. 

No Brasil, a média diária de leite tem variado de 2,0 kg a 4,0 kg para uma lactação com duração de 255 dias a 290 dias. Tem aptidão apenas para leite.

 

*O Estado de Mato Grosso não possui Associação de Criadores de Caprinos de nenhum tipo. Por esse motivo, entramos em contato com a associação mais próxima de MT.

 

 

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Fonte: Heloísa Garcia / Rural Centro



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