Quem Sabe Responde: Cultivo de mandioca e mexerica

11 Feb 2013

“Gostaria que me indicassem fertilizantes apropriados para mandioca e mexerica ponkan e saber como manuseio essas culturas.” Essa questão foi enviada pelo produtor Fábio Souto, de Minas Gerais, e quem responde é o engenheiro agrônomo da Embrapa Mandioca e Fruticultura, localizada na Bahia, Osvaldo da Paz.

De acordo com o agrônomo, antes de qualquer processo de calagem e adubação é importante que sejam feitas as análises químicas do solo, com pelo menos 60 dias de antecedência ao plantio, para que a aquisição de insumos e as aplicações sejam feitas no tempo e da forma correta.

É importante ressaltar que a mandioca é cultivada em todos os estados brasileiros e, portanto, é de fácil adaptação. No caso das plantas cítricas, elas necessitam de solos com teores consideráveis de carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, zinco, cobre, boro, manganês, cloro e ferro, retirados da água, do ar e do próprio solo.

Osvaldo da Paz aponta que os adubos químicos mais comuns são a ureia, sulfato de amônia, fosfato diamônico, fosfato monoamônico, superfosfatos simples e triplo, cloreto e sulfato de potássio. Os adubos orgânicos também são uma alternativa, pois fornecem os nutrientes necessários para planta e melhoram a capacidade de retenção da água no solo.

Segundo o engenheiro agrônomo é possível consorciar a produção de mandioca no primeiro ano de plantio do citros, porque a mandioca é colhida entre 10 e 12 meses e a mexerica entrará na escala comercial a partir do terceiro ano de plantio.  O produtor deve fazer o plantio da mandioca nas “ruas” (espaçamentos) do plantio dos citros e além disso, escolher uma variedade que apresente pouca formação na parte aérea – corresponde as folhagens da planta – para que não haja sombreamento nos citros.

Sobre a mandioca – Também conhecida como macaxeira e aipim em algumas regiões brasileiras, essa tuberosa pertence a família Euphorbiaceae e é originária da América do Sul.

Dados de 2010 da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO – sigla em inglês), apontam que a produção mundial de mandioca foi de 229.540.896 toneladas e o Brasil produziu cerca de 24.354 toneladas, números que correspondem ao patamar de 10,6% da produção global. 

VARIEDADES DA MANDIOCA 
MESA  INDÚSTRIA
Sacura, Maragogipe, Casca Roxa, Manteiga, Paraguai, Aipim Brasil, Gema de Ovo, Dourada e Jari Jussara, Valença, Caetité, Catulina e Bibiana

Plantio da mandioca - Ocorre no início das estações chuvosas com índices pluviométricos entre 1.000 e 1.500 mm/ano e temperaturas entre 20º a 27º graus, fatores fundamentais para a brotação e enraizamento. A falta de umidade durante o começo do plantio prejudica a brotação e já o excesso de água, ocasionada por solos mal drenados, favorece a podridão das raízes.

No que diz respeito à escolha das mudas de mandioca, também conhecidas como manivas ou ramas, o engenheiro agrônomo recomenda as manivas maduras provenientes de plantas com 10 a 14 meses e utilizar apenas o terço médio. Para as manivas – sementes é indicado que tenham cerca de 20 cm de comprimento, diâmetro em torno de 2,5 cm e tenham de 5 a 7 gemas. Outro detalhe: é importante checar a umidade na haste e para isto, basta observar o fluxo de látex imediatamente após o corte.

A mandioca absorve grandes quantidades de nutrientes e quase nada se transforma em resíduo, ou seja, é uma cultura de alto aproveitamento. A parte tuberosa vira farinha, fécula e outros produtos utilizados principalmente na alimentação humana e animal; além da parte aérea (manivas e folhas) ser utilizada em novos plantios e na nutrição animal

Pragas da mandioca

Mandarová, pragas da mandioca, produção de mandioca, cultivo de mandioca

Mandarová

 

 

 

ácaros, ácaros na mandioca, produção de mandioca, pragas da mandiocaÁcaros

 

 

 

Percevejo de renda, praga da mandioca, produção de mandioca Percevejos de renda

 


Mosca- branca, pragas da mandioca, produção de mandiocaMosca- branca

 

 


Brocas do caule, pragas da mandioca, produção de mandioca Brocas do caule
 

 

 

Doenças da mandioca

Podridão radicular, doenças da mandioca, produção de mandioca Podridão radicular – Ocasionada pelos fungos Phytophthora sp e Fusarium e os sintomas são podridões nas raízes, odores fortes – semelhantes aos de matérias orgânicas em decomposição –, coloração acinzentada constituídas através de esporos ou micélios dos fungos nas partes afetadas. Algumas medidas para o controle da podridão radicular envolvem o uso de variedades de mandioca mais resistentes, rotação de culturas e manejo físico e químico do solo.

Bacteriose, doenças da mandioca, cultivo de mandioca, produção de mandiocaBacteriose – É causada pela bactéria Xanthomonas campestris PV manihotis e causa manchas angulares – de aparência aquosa –, as folhas murchamm além da morte da planta. A forma de combater a bacteriose é a adoção de variedades mais resistentes e mudas sadias, juntamente com o plantio nas épocas corretas.

 

Superalongamento, doenças na mandioca, cultivo de mandioca Superalongamento – O agente causador é o fungo Sphaceloma manihoticola e provoca um alongamento exagerado das hastes, formando ramas finas com longos entrenós. Nos casos mais severos as plantas apresentam verrugoses nas hastes, retorcimento das folhas, desfolhamento e morte dos tecidos. O fungo prolifera rapidamente nas estações chuvosas. Para controlar o superalongamento é recomendado selecionar manivas sadias para o plantio, eliminar as plantas infectadas, praticar a rotação de culturas e utilizar variedades mais resistentes.

 

Superbrotamento, doenças da mandioca, produção de mandioca Super brotamento – Ocasionada por fitoplasma, a doença provoca amarelamento e raquitismo nas plantas afetadas, emissão exagerada de hastes (envassouramento ou flocos). Ela é transmitida por insetos sugadores ou através de manivas-semente contaminadas utilizadas no plantio. É importante que o produtor selecione rigorosamente o material de plantio e elimine as plantas doentes.

 

Produtividade da mandioca - É possível que haja uma variação de 12 a 40 toneladas por hectare em uma lavoura comercial, ocasionada por fatores climáticos e também pela variedade plantada.

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Sobre a mexerica – Primeiramente, existe uma dúvida bastante comum: “A mexerica e a ponkan são a mesma coisa?”, o engenheiro agrônomo Osvaldo da Paz afirma que ambas são cultivares de tangerinas, mas dependendo da região elas se tornam sinônimos apenas na nomenclatura. A ponkan é a mais difundida no Brasil e sua produtividade pode chegar a 250 frutos por planta e ela tem a tendência de produção alternada, ou seja, de produzir muito em um ano e pouco no ano seguinte. Por isso, recomenda-se uma adubação equilibrada todos os anos.

 A mexerica é uma fruta de origem asiática – Indochina e sul da China - e a produção mundial que também enquadra no levantamento cultivares como laranja, limão e entre outras variedades, de acordo com dados da FAO de 2010, é estimada em 21.311.892 toneladas, sendo a China o maior produtor mundial com cerca de 10.121.000 toneladas. O Brasil ocupa a 3ª colocação no ranking mundial, com a produção estimada em 1.122.730 toneladas e a região Sudeste é responsável por 55,65% desses números.

Plantio da mexerica – Segundo Oswaldo da Paz, os fatores climáticos interferem diretamente na quantidade e na qualidade dos frutos. Para os pomares comerciais é indicado plantar no período chuvoso (índice pluviométrico em torno de 1.200 mm anual) ou em lugares bem irrigados e os solos devem ser areno-argilosos, evitando-se solos rasos ou que encharcam com facilidade. Em lugares de clima frio os frutos apresentam melhor coloração com teores mais altos de açúcar e ácidos, diferentemente nos locais de clima quente, onde os frutos costumam ser menos coloridos e mais doces.

Sobre a escolha das mudas de citros, elas devem ser bem formadas, vigorosas e não apresentar sintomas de pragas e doenças. Deste modo, é fundamental que o produtor rural selecione mudas certificadas.

Nos dois primeiros anos de implementação do pomar é indicado retirar os frutos, pois atrasam o crescimento das safras futuras e não possuem valor comercial. Neste caso, uma vez que o retorno do capital é demorado, é aconselhado ao produtor cultivar culturas intercalares nos três primeiros anos, com uma distancia mínima de 1,5 dos citros.

Pragas da mexerica

Ortézia dos citros, proução de citros, mexerica, pragas Ortézia dos citros

 

 

 

Broca do tronco, pragas dos citros, doenças dos citros Broca do tronco 

 

 


Pulgão preto, pragas dos citros Pulgão preto
 

 

 

Moscas-das-frutas, pragas dos citrosMoscas-das-frutas

 

 

Doenças da mexerica

Estiolamento Damping-Off, pragas dos citros Estiolamento (Damping-Off) – As sementes apodrecem e não germinam, as plantas ficam amareladas, o colo fica apodrecido e leva ao tombamento da planta, que por fim a morte.

 

 

 

estiolamento, damping-off, doenças dos citros Tristeza – Os ramos apresentam canelura, ocorre uma paralisação no desenvolvimento da planta, as folhas apresentam deficiência na coloração e os frutos permanecem pequenos e endurecidos.

 

 

Verrugose, doenças dos citros, produção de citrosVerrugose – São lesões salientes e corticosas irregulares que encobrem as folhas e os brotos.

 

 

 

Gomose, doenças dos citros, produção de citros Gomose – É uma goma de coloração marrom que afeta a casca e parte externa das raízes, tronco e até os ramos mais altos, as folhas ficam amareladas.

 

 

Rubelose, doenças dos citros, produção de citros Rubelose – Ocasionada por um fungo que, no estágio inicial, deixa as folhas brancas, tornando-as amareladas com o avanço da doença. Os galhos ficam secos e a casca se levanta.

 

 

Melanose, doenças do citros, produção de citrosMelanose – São pequenas lesões arredondadas, de coloração escura, que recobrem grandes áreas dos frutos, folhas e ramos.

Fonte: Thaiany Regina/Rural Centro



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