Recria de gado de corte e sua influência na fase da engorda
23 Apr 2013
Uma das fases críticas na criação de gado de corte, principalmente na pecuária intensiva, é a mudança da dieta dos animais. A transição entre recria e aengorda requer observação porque o animal sai de uma dieta fibrosa, a pasto, para uma alimentação rica em amido, como no confinamento. A dificuldade está em diminuir o tempo para o animal atingir seu potencial máximo de ingestão de matéria seca (MS) e evitar os transtornos digestivos e metabólicos.
A saída para esta situação estará na palestra “Como potencializar o ganho em carcaça na recria e terminação de bovinos de corte?”, a ser proferida pelo zootecnista e doutor em produção de ruminantes pela Universidade Federal de Viçosa/MG Flávio Dutra Resende durante o Confinar 2013 (www.confinar.net), segunda edição do Simpósio de Confinamento de Gado de Corte. A apresentação de Resende acontecerá no primeiro dia de evento, 9 de maio, às 15 horas.
O zootecnista avisa que é comum o pecuarista confinar animais que ainda precisam recuperar suas vísceras para depois potencializar o ganho em carcaça. “O problema nesta situação é que estamos utilizando uma dieta mais cara para recuperar o bovino quando, na realidade, o animal deveria entrar no confinamento com o seu potencial máximo para ganhar carcaça. É o que interessa ao produtor, pois ele será remunerado por isso”, esclarece Dutra Resende, que também é pesquisador da APTA Regional Alta Mogiana (Colina-SP) nas áreas de nutrição e qualidade de carne e professor do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UNESP de Jaboticabal.
Para o doutor em produção de ruminantes, o rendimento de carcaça gera polêmica porque varia muito de animal para animal. “Ao pesarmos o bovino, estamos medindo o todo, ou seja, a carcaça e os componentes que não fazem parte dela, tais como couro, cabeça, patas e, principalmente, as vísceras bovinas, que modificam de tamanho conforme a condição nutricional do animal. Além disso, mesmo com jejum antes da pesagem, há uma considerável quantidade de conteúdo no trato gastrintestinal do animal. Assim, o rendimento de carcaça depende do peso da carcaça, mas também da variação na proporção de vísceras e conteúdo”, explica Resende.
A palestra “Como potencializar o ganho em carcaça na recria e terminação de bovinos de corte?” irá listar os componentes do peso do animal (carcaça bovina, vísceras e conteúdo), como esses componentes se modificam ao longo da recria dos animais e qual o impacto desta modificação na produção de carcaça do boi confinado. “Este é o cerne da questão, pois o pecuarista vende carcaça e temos que nos preocupar se efetivamente a produção da mesma é eficiente. Temos que utilizar métricas adequadas para avaliar isso”, pede o zootecnista.
O simpósio CONFINAR 2013, realizado em parceria entre a Rural Centro e a Beef Tec, acontecerá nos dias 9 e 10 de maio em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. A programação completa e o formulário para inscrições podem ser acessados pelo site www.confinar.net.
Abre aspas para Flávio Dutra Resende
“O comportamento dos pecuaristas tem mudado nos últimos anos, porém há ainda muitos que se preocupam com o ganho de peso vivo e não com o ganho em carcaça. Quando o pecuarista não enxerga o ganho em carcaça e faz as suas contas somente na tradicional conversão alimentar, calculada pela relação entre o consumo de matéria seca e o ganho médio diário de peso vivo, ele não avalia adequadamente a sua atividade, pois ele será remunerado pela carcaça. Neste caso, o que importa é quanto de MS o animal está consumindo para ganhar uma arroba de carcaça”.
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CONFINAR 2013
Simpósio de confinamento de gado de corte
9 e 10 de maio em Campo Grande, Mato Grosso do Sul
Inscrições e programação: www.confinar.net
Realização: Rural Centro e Beef Tec.
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Foto: Rafael Camargo / Beef Tec
Fonte: José Luiz Alves Neto / Rural Centro