Balanço do Mercado de Milho: Se não fosse o clima no Sul ....
Os produtores de milho do Brasil não podem reclamar do mercado e nem da lavoura no atual ano comercial, com os preços em alta e com a demanda aquecida, se não fosse o clima prejudicando a lavoura no Sul, seguramente a comemoração seria ampla.
Números do IBGE, Conab, USDA e uma análise do desempenho das exportações de milho em fevereiro deste ano são destaques do balanço do mercado de milho de hoje.
O objetivo é mostrar em apenas uma página as principais informações e notícias apresentadas nos últimos dias e assim auxiliar o produtor nas negociações diárias.
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Nesta última quinta-feira (8), a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento)apresentou a 6ª estimativa de produção de grãos da temporada 2011/12 e mais uma vez a redução foi mais sentida nos Estados da Região Sul.
Para a 1ª safra, na área foi projetada uma expansão de 9,2% em relação ao relatório anterior, passando de 7,9 milhões de hectares para 8,64 milhões de hectares. A grande maioria dos Estados produtores optaram pelo aumento na área destinada ao plantio. Destaque para o Mato Grosso, onde a estimativa é de um aumento de quase 65%, saindo de 62,1 mil hec para 102,4 mil hectares.
Apenas RJ, ES, BA e TO pretendem diminuir a área de plantio do milho safrona, mas esses locais são representativos no cenário nacional no cultivo do grão.
Área ampliada, produtividade reduzida. A estimativa é que em cada hectare seja possível colher 4.153 quilos de milho, 8% a menos do resultado anterior, quando era possível colher 4.538 quilos do grão em cada hectare.
Queda ocasionada principalmente porque a estiagem prolongada prejudicou as lavouras da Região Sul. No Paraná, o recuo é de 19% (produtividade prevista em 6.351 quilos), em Santa Catarina a diminuição é de 16% (5.491 quilos). Mas o problema mesmo é visto no Rio Grande do Sul, uma baixa de 47%, estimando agora que os produtores conseguirão colher de cada hectare apenas 2.765 quilos, menos de 46 sacas.
Apesar da queda na produtividade, o desempenho positivo em outras praças vão segurar a produção, que ao fim da colheita deve totalizar quase 36 milhões de toneladas, praticamente o mesmo volume colhida em 2010/11.
Mas o setor estava aguardando mesmo eram os dados referentes à safrinha. A área prevista agora é de 6,7 milhões de hectares, a mesma projeção do quinto relatório, 13,5% a mais que na safra precedente, de 5,9 milhões de hectares.
Mais uma vez, a empolgação é percebida em MT, onde os produtores vão ampliar ao todo a área em 28,5%, expandindo para 2,6 milhões de hectares.
A produtividade agora é esperada em 3.838 quilos por hectare, mesmo estando um pouquinho abaixo do previsto em fevereiro, é 5,3% maior que a rentabilidade da safra anterior, de 3.645 quilos.
Com isso, a produção deve atingir 25,8 milhões de toneladas, contra 21,6 milhões de toneladas verificadas em 2010/11, um aumento de quase 20%.
Ao todo, as duas safras juntas projetam uma área total 15,4 milhões de hectares, 11% maior que em 2010/11, de 13,8 milhões de hectares. A produtividade esperada é de 4.016 quilos/hec, 3% a menos que anteriormente (4.156 quilos). Enquanto isso, a produção está projetada em 61,7 milhões de toneladas.
Um pouco menos otimista com a produção da 1ª safra de milho e bem mais empolgado com o milho safrinha, assim foram os números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) em comparação ao relatório da Conab.
Segundo os técnicos do IBGE, a produção da 1ª safra 2011/12 de milho é de 34,7 milhões de toneladas, 1,5% superior em relação ao último levantamento.
Na reavaliação da produtividade houve acréscimo de 4,4%, apesar da diminuição de 2,8% na área a ser colhida em relação ao levantamento de janeiro.
Detalhe: as quatro maiores regiões produtoras são: Sul (37,7%), Sudeste (30,1%), Nordeste (15,0%) e Centro-Oeste (13,3%).
Já para o milho safrinha, a produção deve alcançar 28,5 milhões de toneladas, o que representa 0,9% a mais que a produção estimada em janeiro. São Paulo reajustou sua produção em 26,6%. Mato Grosso, maior produtor, não alterou os seus dados, enquanto o Paraná, segundo maior produtor, reavaliou positivamente sua produção em 0,1%.
Nesta última sexta-feira (10), foi a vez do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apresentar o relatório mais esperado pelo setor, o Supply Demand, que mostra o quadro de oferta e demanda do setor.
Ao todo, o mundo deverá produzir 865 milhões de toneladas métricas de milho, 4,3% acima do total produzido na safra precedente, de 829,2 milhões de toneladas.
O maior produtor continua sendo o Estados Unidos, mas o USDA acredita que na safra atual o volume será bem menor, uma redução de quase 1%, saindo de 316,2 para 314 milhões de toneladas.
Mas do total produzido, 89% é consumido internamente e grande parte deste total é direcionado para o biocombustível.
Em segundo lugar, estão os chineses, que com produção de 191,8 milhões de toneladas, projeta um consumo interno de 191 milhões de toneladas, abrindo espaço para importação de 4 milhões de toneladas.
Na terceira posição, a União Européia, com total de 64,5 milhões de toneladas, volume totalmente insuficiente para suprir uma demanda prevista em quase 66 milhões de toneladas.
E os brasileiros em quarta posição geral, mas como terceiro maior país produtor, deverá produzir 62 milhões de toneladas.
Veja aqui o quadro completo com os dados de oferta e demanda do USDA:
Como mostramos na semana passada, entre janeiro e fevereiro deste ano, os embarques internacionais de milho somaram 1,132 milhão de toneladas líquidas, um volume que mesmo estando abaixo dos anos anteriores, não afetou nos números da receita, de 325 milhões de dólares, o terceiro maior de toda a história, acima da receita de 2011 (565 milhões de dólares) e de 2009 (361 milhões de dólares).
Isso porque o milho foi vendido a 287 dólares cada tonelada no primeiro bimestre, maior preço de toda a história para este período.
Entre os principais compradores do grão , o destaque é o Taiwan que ampliou as negociações em 308% entre jan/fev de 2011 e jan/fev de 2012, passando de 59,9 para 244,5 mil toneladas, ocupando agora a primeira posição no ranking entre os países importadores do grão brasileiro.
O Irã, mesmo com o suposto bloqueio às importações brasileiras, continua na segunda posição, com 179 mil toneladas, mas 58,6% a menos que as 431,8 mil toneladas que haviam sido negociadas entre jan/fev de 2011.
A Malásia, em terceiro lugar, comprou 172,3 mil toneladas e logo em seguida ficaram os marroquinos com 113 mil toneladas.
Dados do Cepea (Centro de Estudos e Pesquisas em Economia Aplicada) disponibilizados pela Rural Centro revelam que nesta última segunda-feira (12) mostram que a saca da soja estava avaliada em R$ 29,56, pouquíssimo abaixo do preço contabilizado anteriormente, de R$ 29,57/sc.
A saca atual é 2,2% maior que o valor praticado no primeiro dia de março, de R$ 28,92. Em contrapartida, apresenta retrocesso de 5,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a saca de soja estava operando a R$ 31,37/sc.
Clima
Atenção produtores! Informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) revelam que o dia será chuvoso, com trovoadas e com possibilidade de queda de granizo no Sudeste.
No pregão noturno desta última terça-feira, na Bolsa de Chicago, os preços encerraram em alta, com o vencimento mai/12 valendo 6,62dólares/bushel.
Nesta última segunda-feira, a BM&FBovespa finalizou os trabalhos com resultados positivos, com o mais curto prazo subindo 0,55%, valendo R$ 29,29/sc.
No pregão diurno da CBOT, as cotações finalizaram em alta, com a posição mai/12 na casa dos 6,71 dólares/bushel.
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