Alternativa econômica para áreas degradadas cresce no MS
20 Dec 2010
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, disse na ocasião do lançamento do Anuário AgroAlimento 2010 que a silvicultura era, junto com a cana-de-açúcar, a principal atividade econômica em expansão no MS. E ele estava certo.
Na década de 1970, a plantação de florestas ocupava 500.000 ha no MS. Com o tempo, a atividade foi diminuindo e há alguns anos voltou como ótima opção para quem procurava um negócio rentável e relativamente simples, e hoje ocupa 380.000 ha.
“Em minha opinião, a silvicultura é menos arriscada do que, por exemplo, a agricultura”, comenta Luiz Ramires Júnior, presidente da Reflore-MS (Associação sul-mato-grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas). Para ele, o Brasil tem a melhor produção associada à alta tecnologia e boa adaptação das espécies de árvores no país.
Confusão
Existe o mito de que a plantação de florestas serve somente para reflorestamento, o que não é verdade. A silvicultura é uma atividade econômica como qualquer outra: planta-se árvores, principalmente eucalipto e pinus, na qual se extrai celulose, carvão vegetal, lenha, MDF, essência de eucalipto, resina, entre outros. Todos produtos largamente comercializados.
Ramires Júnior define a silvicultura como “agricultura de madeira”. “Sempre houve essa confusão entre a atividade econômica e o trabalho de ONGs de reflorestamento”, completa. Ele diz ainda que plantar florestas protege o solo ao invés de degradá-lo, pois todas as florestas são feitas em áreas de recuperação de solo de pastagem, além de o eucalipto ter um ciclo de sete anos até que possa ser cortado, o que não exige que o solo seja constantemente mexido.
Concorrência
Como disse Riedel, a cana-de-açúcar também está entre as atividades emergentes no estado. Houve um aumento na produção de 377% entre as safras de 1990/91 e 2008/09, passando de 3,7 milhões de toneladas para 18 milhões de toneladas no MS, com informações do anuário AgroAlimento 2010, lançado este ano pela Famasul.
O presidente da Reflore-MS não vê concorrência entre a cana-de-açúcar e a produção de florestas. Segundo ele, a cana precisa de terras muito férteis para a plantação, fato que não se aplica à silvicultura, já que sua plantação ocorre em áreas degradadas. “Essa concorrência não existe. As florestas plantadas são apenas uma alternativa completamente viável”, explica.
Fonte: Mariana Bianchi - Rural Centro