Balança comercial fechou 2010 com saldo de US$20 bi
03 Jan 2011
Importação foi recorde e superávit, o menor do governo Lula
A balança comercial brasileira fechou 2010 com um saldo positivo de US$20,3 bilhões. Fortemente puxadas pelas commodities, as exportações chegaram a US$201,9 bilhões, batendo o recorde de 2008, de US$198 bilhões, e superando em quase US$7 bilhões a meta fixada pelo governo para o ano, de US$195 bilhões. As importações também foram recorde, de US$181,6 bilhões, graças ao dólar baixo e ao mercado interno aquecido.
O superávit de 2010, que será anunciado hoje pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), é o menor do governo Lula, mas ainda assim foi comemorado nos bastidores do governo, já que ao longo do ano alguns analistas chegaram a prever déficit na balança de até US$15 bilhões.
— Trata-se de um superávit expressivo, que derruba as previsões pessimistas sobre a balança comercial — avaliou uma fonte.
O resultado mostra que as importações cresceram mais de 40%. Por outro lado, as exportações tiveram alta menor, de 32%, frente a 2009.
A demanda crescente da China e de outros países emergentes e a cotação elevada das commodities nas bolsas internacionais sustentaram o saldo positivo da balança comercial brasileira em 2010.
Só em dezembro, houve alta de 97,9% nos embarques de produtos básicos, com destaque para minério de ferro, petróleo em bruto, café em grão, soja em grão, milho em grão, farelo de soja e carnes.
No caso de semimanufaturados, as exportações subiram 35,9% até a penúltima semana de dezembro, graças à contribuição de ferro fundido, óleo de soja em bruto, semimanufaturados de ferro e aço, alumínio em bruto e ouro em forma semimanufaturada e celulose. Aviões, óxidos e hidróxidos de alumínio, autopeças, laminados planos, veículos de carga, açúcar refinado e automóveis de passageiros foram os principais destaques na alta das vendas de manufaturados — de 10,2% até a penúltima semana de dezembro.
Ao longo do ano, as importações mais frequentes foram de adubos e fertilizantes, devido à grande dependência do Brasil de fornecedores estrangeiros desses produtos. Siderúrgicos, borracha e obras, equipamentos mecânicos e instrumentos de óptica e precisão, além de combustíveis e lubrificantes, químicos e plásticos, também se destacaram na pauta de importados.
Fonte: O Globo