04 Jan 2011

O agronegócio brasileiro prossegue surpreendendo positivamente. Exemplo disso é o Projeto Biomas, lançado na Conferência das Partes sobre o Clima (COP-16), da Organização das Nações Unidas (ONU), em Cancun, no México, em seis de dezembro.

 

 

Trata-se de iniciativa da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A entidade representativa do agronegócio uniu-se à empresa estatal de pesquisa agropecuária, para a implantação de proposta preservacionista que mereceu anúncio oficial em evento mundial de meio ambiente.

 

Por mais contraditório que possa parecer a ambientalistas mais radicais, o projeto mostra o País avançando ao unir os setores produtivo, governamental e científico, no desafio de duplicar a produção de alimentos e biocombustíveis sem derrubar uma árvore para abrir espaços às lavouras e pastagens.

 

O Brasil, vale lembrar, possui 851 milhões de hectares de área e alcançou a condição de celeiro do planeta preservando 56% das florestas originais.

 

Para desenvolver a iniciativa inédita, ao longo de diversos anos, serão realizadas pesquisas nos seis biomas, que são Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa, visando conciliar agropecuária e preservação ambiental.

 

Assim, a classe rural e a comunidade científica enfrentarão o desafio de atender a demanda crescente por alimentos, produzindo com sustentabilidade. Em 2050, a população mundial será de nove bilhões, o que exigirá aumento de 70% na produção de alimentos. No Brasil, em 2009, o agronegócio representou 23,4% do PIB, 42,5% das exportações e gerou 37% dos empregos.

 

O projeto terá 40 milhões de reais para o estudo do cultivo de árvores na atividade rural, como alternativa para diversificação de sistemas produtivos e composição de áreas de preservação permanente e reservas legais.

 

Cerca de 200 pesquisadores trabalharão em parceria com cooperativas, empresas estaduais e municipais de assistência técnica rural, meio ambiente e pesquisa agrícola. Serão instalados módulos em cerca de cinco mil propriedades, com áreas entre dois e cinco hectares de plantio simples ou consorciado de espécies florestais.

 

A proposta reforça nossa pregação de que o agricultor é o maior interessado na preservação ambiental, por exercer atividades a céu aberto e sujeitas às intempéries climáticas, além das variações de mercado.

 

Como destacam pesquisas da Embrapa Florestas, a mata é um elemento vital para a viabilização e manutenção da propriedade rural, devido aos seus benefícios econômicos e socioambientais. Além disso, o estudo do cultivo e preservação de florestas irá gerar subsídios científicos para embasar o aprimoramento da legislação ambiental.

 

O projeto vai estudar os biomas brasileiros, como vitrines tecnológicas à disposição dos produtores rurais, que poderão optar pelas práticas mais adequadas à cada propriedade, a partir de ações já testadas e aprovadas. O avanço garantirá a produção com a segurança da prática e do embasamento científico da preservação dos recursos naturais.

 

Dessa forma, o projeto permitirá que o Brasil dobre a produção de alimentos e biocobustíveis sem devastar as florestas, além de estimular o cultivo de árvores para a recuperação de áreas degradadas ou impróprias para a agricultura intensiva e ampliar a diversificação das fontes de renda do agricultor.

 

*O autor é deputado federal pelo Paraná.

 

E-mail: dep.dilceusperafico@camara.gov.br 

 

Fonte: Dilceu Sperafico*



Nosso site possui algumas políticas de privacidade. Tudo para tornar sua experiência a mais agradável possível. Para entender quais são, clique em POLÍTICA DE PRIVACIDADE. Ao clicar em Eu concordo, você aceita as nossas políticas de privacidades.