05 Jan 2011

O aumento dos números de produção do agronegócio não é apenas capricho dos produtores. É também uma necessidade. Apesar de já conquistar alguns recordes, como a produção de grãos e o rebanho mundial de bovinos para o comércio (a Índia tem o maior, mas não para consumo), o Brasil precisa se firmar como celeiro do mundo para suprir a demanda mundial por comida. 

 

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a área usada pela agropecuária não é tão limitada no Brasil. Apenas para a pecuária de corte, a extensão de 158 milhões de hectares abriga uma unidade animal por hectare. O número pode chegar a até 5 UA/ha, quintuplicando o rebanho.

 

As técnicas para aproveitar melhor o espaço livre variam, desde integração lavoura-pecuária, que torna maior o rendimento da mão-de-obra e dissolve os riscos inerentes às atividades, até o uso da Inseminação Artificial por Tempo Fixo - IATF - que aumenta a eficiência na estação de monta.

 

Além desta situação, há um programa de aproveitamento de vegetações nativas desenvolvido pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e feito em parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), chamado Projeto Biomas, que deve duplicar a produção em reservas da Mata Atlântica, Floresta Amazônica, Cerrado, Pantanal, Caatinga e Pampa, incrementando a produtividade sem destruir árvore alguma.

 

De acordo com o presidente da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul), Eduardo Riedel, o país pode usar 53% do seu território ainda inexplorado e fazer oferta de muito mais produtos sem prejudicar a sustentabilidade. “A demanda por alimento vai dobrar até 2050. A gente pode dobrar a produção sem mexer em nada da área produtiva brasileira”, afirma Riedel.

 

Mas os desafios do produtor rural não esbarram somente na eficiência de sua cultura. Para o presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho, é importante estar atento também ao planejamento de negócio. “O produtor não deve se distrair da questão ambiental, assim como não pode perder o foco no mercado, que não ajuda ninguém”, avisa Ramalho.

Fonte: José Luiz Alves Neto / Rede Rural Centro



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