Marisqueiras ganham equipamentos de proteção individual na Bahia

24 Feb 2011
Material evita cortes nas mãos e nos pés e ajuda na prevenção ao câncer de pele.
A Bahia tem na coleta de mariscos um relevante setor econômico. No estado, as marisqueiras chegam a trabalhar até seis horas por dia catando ostras, sururus e outros animais no mangue ou em praias.
O problema é que as mulheres ficam à mercê de fatores de risco, como cortes e câncer de pele devido à exposição em excesso a raios solares.
Na tentativa de amenizar as condições adversas, a Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia (Seagri-BA), por meio da Bahia Pesca, lança hoje (24) na cidade de Cachoeira, distante cerca de 130 km da capital Salvador, um kit com equipamentos de proteção individual (EPI), feitos para atender as necessidades das trabalhadoras que participam do Programa de Atendimento à Saúde das Marisqueiras.
Por pelo menos um ano o uso do kit será monitorado pelo Ministério do Trabalho que, depois do período de avaliação, poderá ser efetivado como EPI para a atividade de coleta de mariscos.
O kit contém boné, bota ou sapatilha emborrachada, calça, camisa de manga comprida e luvas. A roupa é feita de um tecido confeccionado especialmente para proteger as marisqueiras contra os raios UV (ultravioleta) e, além de rejeitar a luz, refresca a temperatura e evita a ocorrência de desidratação, envelhecimento precoce da pela, ferimentos e neoplasias.
Serão distribuídos hoje 36 conjuntos para a comunidade de Santiago do Iguapé, na cidade de Cachoeira. Posteriormente, mais 120 kits serão destinados às operárias em Salinas da Margarida, Vera Cruz, Nazaré, Valença e Saubara.
Instalações
Para beneficiar o produto vindo da mariscagem, a Bahia Pesca desenvolveu ainda uma bancada para possibilitar melhorias de higiene e trabalho. A instalação contém pia, eco-fogão, jogo de panelas, escorredor e outros materiais que diminuem as dores nos membros e coluna das marisqueiras, consequência da postura destas durante o trabalho.
O foco nas mulheres no desenvolvimento desses aparatos acontece por uma tradição de séculos, quando o homem saía para a pesca no mar e a mulher era a encarregada da atividade, desenvolvida geralmente mais próxima ao local onde residia, conforme explicou Isaac Albagli, presidente da Bahia Pesca. Com informações de Seagri-BA.
Foto destaque: Izamara Gouveia
Fonte: da redação