Potro Prematuro

24 Oct 2011
O potro é prematuro quando não atingiu seu completo desenvolvimento no útero da égua. O neonato pode ser classificado como prematuro ou pequeno para idade gestacional. Esta expressão implica que algum tipo de perturbação crônica durante a gestação interrompeu os processos de crescimento normal.
Tanto o aspecto clínico quanto a duração da gestação no neonato prematuro devem ser avaliados em conjunto. No potrinho, definiram prematuridade como a idade gestacional inferior a 320 dias. Contudo, estes autores enfatizaram que a gestação normal da gestação de determinada égua pode variar consideravelmente, e que a idade gestacional deve ser apenas um dos diversos critérios empregados para a avaliação da viabilidade do feto.
Dessa maneira, na prática, é muito útil anotar para cada égua prenhe a duração da gestação precedente. Isso porque elas têm a tendência de repetir essa duração. E, naturalmente, é indispensável anotar as datas de cobertura. Ao contrário do que ocorre nas mulheres, o parto das éguas não está ligado a fenômenos de maturação fetal. Duas semanas antes do prazo normal, mulher, pode-se fazer a indução do parto, na certeza de que o feto estará desenvolvido normalmente. Em éguas, a duração da gestação pode ser muito variável. Não se pode afirmar, mesmo aos 11 meses de gestação, que o potro será viável.
Dessa maneira, a prematuridade não pode ser definida como um nascimento antes do tempo. O correto é dizer que o potro é prematuro quando não atingiu seu completo desenvolvimento no útero da égua. Há casos de potros prematuros nascidos aos 340 dias de gestação e outros normais nascidos aos 330. Em síntese, não existem números definitivos para qualificar a duração normal da gestação das éguas. Por exemplo, um feto de 335 dias de idade pode estar totalmente despreparado para o nascimento, se sua duração normal da gestação for realmente de 365 dias. A indução do parto aos 335 dias pode fácil e desastrosamente resultar num indivíduo muito imaturo, e inviável.
Sistemas acometidos:
· Respiratório: o surfactante, um fosfolipídio pulmonar que diminui a tensão da superfície, começa a amadurecer no final da prenhes. Os potros prematuros podem nascer sem surfactante, o que leva à insuficiência respiratória e morte, ou eles podem ter surfactante imaturo, que se apresenta com hipoxemia.
· Musculoesquelético: os potros prematuros frequentemente não possuem os ossos carpais e tarsais calcificados, que pode levar a deformidade angulares dos membros e má formação óssea.
· Comportamental: os potros prematuros podem ser mais lentos para ficar em estação e mamar do que potros normais e podem ter pouca coordenação e resposta fraca de sucção.
· Endócrino/metabólico: os potros prematuros induzidos possuem baixos níveis de cortisol sérico ao nascimento, estes também demonstram hipoglicemia e baixa resposta da insulina à glicose IV.
· GI: o trato intestinal pode não estar pronto para qualquer dieta oral.
· Hêmico/linfático: estes potros podem ter contagem de leucócitos persistentes baixas, com relação N:L <2:1.
Durante uma anamnese as éguas podem demonstrar sinais de parto precoce, com desenvolvimento do úbere. As éguas com placentite podem ter febre e corrimento vulvar. O potro prematuro é um animal com pouco peso
ao nascer e que tem dificuldade em se manter em pé. Um potro normal deve se levantar e mamar em duas horas seguintes ao seu nascimento. Este tem geralmente a pelagem suave e sedosa, suas cartilagens são moles e as orelhas tendem a cair. Possuem frequência e esforço respiratório aumentado, tendões superestendidos ou frouxos e deformidade angulares dos membros.Os principais fatores das causas de prematuridade são naturalmente a égua, o potro e seus anexos fetais. Podendo ocorrer por placentite, indução de parto mal sincronizado, gestação gemelar, infecção viral por herpes, infecção por Ehrlichia equi. Na avaliação da viabilidade do potro, o prognóstico para manutenção da vida depende em grande parte da causa do parto prematuro, dos eventos do período perinatal do grau de imaturidade

O tratamento do potro prematuro, normalmente requer cuidados intensivos. É necessária a administração de colostro por via oral dentro de duas horas do nascimento, oxigênio suplementar nos potros hipóxicos através de sonda nasofaríngea ou cateter intratraqueal, tala e atadura de gesso para permitir desenvolvimento normal das patas e repouso. As complicações possíveis sofridas pelos potros são as deformidades angulares dos membros associadas com a ossificação incompleta dos ossos cubóides. Os potros nascidos por causa de placentite bacteriana estão em alto risco da septicemia, isso também torna-se problema naqueles que ficam em estação e ingerem colostro.
Decidir tratar um potro prematuro é sempre um desafio. O prognóstico deste depende de fatores econômicos com cuidados intensivos que custam caro e demandam grande disponibilidade de tempo. Um animal tratado durante semanas pode morrer a qualquer momento, quando parece que vai sobreviver. Se o potro prematuro escapar de todas as complicações existentes, seu crescimento e desenvolvimento deve ser acompanhado com muito cuidado, para uma correta avaliação de sua qualidade de vida.
Fonte: Ouro Fino