Quem sabe responde: redução de custos em confinamento de bovinos

30 Nov 2011

Um leitor da Rural Centro, Antônio Rondon Neto, enviou suas dúvidas como reduzir custos em confinamento:

Qual seria a melhor alternativa para reduzir os custos, diminuir a dependência de mão de obra e ao mesmo tempo melhorar o balanceamento da dieta para um confinamento de aproximadamente 1000 cabeças, onde o volumoso é cana?

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O maquinário disponível é uma ensiladeira (corte de cana) de 1 linha e 2 vagões horizontais misturadores sem balança.

Além disso, Rondon deseja saber qual é melhor opção de compra: um misturador estacionário com balança ou um vagão misturador tratador com balança?

O produtor utiliza atualmente o conjunto trator + ensiladeira + vagão misturador tratador sem balança, além disso também corta a cana jogando direto no vagão, depois só coloca a ração farelada comprada pronta.

Rondon reclama que as medidas usadas por ele no momento encarecem os custos.

Quem atende às dúvidas do leitor da Rural Centro no Quem Sabe Responde desta semana é o zootecnista Bruno Andrade, do departamento técnico da Assocon (Associação de Confinadores Brasileiros):

Andrade explica que quanto maior a inclusão de volumoso na dieta dos animais confinados menor tende ser o custo para a composição da dieta, pois o volumoso (silagens, cana, capins) tem, em geral, um menor custo de produção por tonelada.

A maior inclusão de grãos e farelos tende a encarecer mais as dietas do confinamento. Se por um lado a maior inclusão de volumoso torna mais barato parte do custo do confinamento, por outro lado alguns índices pioram, como: GMD (Ganho Médio Diário), conversão alimentar, eficiência biológica e tempo de confinamento.

O oposto acontece quando aumentamos a inclusão de concentrado (grãos e farelos), que, por serem alimentos mais energéticos e protéicos, potencializam os índices zootécnicos, entretanto, somam maiores custos de produção.

Escolher uma ou outra opção é uma questão estratégica.

Dentro da opção escolhida, para que o custo possa ser reduzido, é importante trabalhar a melhoria dos índices zootécnicos dentro da estratégia escolhida. Entretanto é necessário ponderar seus resultados, por exemplo, um confinamento que utilize alta inclusão de grãos e farelos na dieta dos animais não pode se dar por satisfeito com GMD abaixo de 1,4 kg / dia.

Da mesma forma, um confinamento que trabalhe com alta inclusão de volumoso, não pode esperar que seus animais tenham ganhos superiores a 1,5 kg / animal / dia.

É preciso considerar na decisão do confinador o tipo de animal, os ganhos com os dois tipos de dieta (dentro do confinamento e rendimento de carcaça), custo das dietas / animal, dias de confinamento para as duas estratégias e custo total por @ engordada.

Em relação ao maquinário a ser utilizado, ele somará um custo de operação, manutenção e depreciação. A primeira mudança que sugiro é a implantação da balança.

É necessário que o confinador tenha a real noção de uso do equipamento, se ele possui alta ociosidade ou se é plenamente utilizado. Para esse volume de animais um misturador com balança para ser acoplado ao trator é uma boa opção. Entretanto o confinador deve pensar no longo prazo também, se pretende realizar expansão da atividade, em que período e para quantos animais, para que seu equipamento não se torne obsoleto ou insuficiente para tratar a quantidade de animais desejados.

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Fonte: Ana Brito / Rural Centro