Produtor de Sucesso: Rogério Goulart da Carta Pecuária
06 Jan 2012
Tudo começou em 2003. Um produtor rural preocupado com o seu negócio procura informações especializadas na mídia em geral e também na mídia especializada.
E o que encontra? Informações parciais, incompletas e com pouco significado efetivo.
Dentro disso, Rogério Goulart decidiu escrever sobre os pontos essenciais do agronegócio, de forma única e assumindo uma postura crítica. Este é o primeiro personagem da Série Produtor de Sucesso de 2012.
Rogério pensou em escrever para o produtor ainda quando trabalhava no mercado financeiro em 1997 e sentiu a necessidade de algo mais substancial a respeito do setor pecuário. Algo que já existe com outras commodities como soja, milho, café etc.
Informação em quantidade existia na imprensa, como preço do boi gordo, boi magro, entre outras, mas eram dados soltos e não davam suporte ao produtor.
Por isso, Goulart começou a unir informações de mercado, escala de abates, custo, clima, dólar, inflação, etc. e começou a gerar textos semanais. Assim nasceu a Carta Pecuária, o objetivo era organizar pensamentos, criar um fluxo de raciocínio e ajudar tanto a si mesmo como aos produtores em geral nas tomadas de decisão de compra e de venda.
E o mais importante, em uma linguagem mais próxima do criador de gado.
Para Goulart, o deslanche, o acerto da carta pecuária em todos esses anos foi o aviso da virada do mercado em 2006, que após alguns anos em queda, começou a subir até 2008.
As pessoas gostaram da previsão do cenário positivo e partir daí a base de leitores cresceu consideravelmente, chegando hoje a mais de 100 mil internautas que recebem o material semanalmente.
Rogério é formado em Administração na PUC-SP, já trabalhou no pregão da BM&F e depois em uma corretora de mercados agrícolas que faz negócios na BM&F e no exterior.
Possui cursos de especialização em mercado futuros, matemática financeira, análise gráfica de preços, além de aprofundamento em mercados de milho, soja, boi e dólar; entre outros treinamentos.
A família de Goulart é de pecuaristas, possuindo hoje propriedades em Caarapó e Naviraí, ambas no Mato Grosso do Sul e uma em Gurupi, no Tocantins. São fazendas atualmente produtivas, após uma década de investimentos em melhoria nas pastagens.
Este ponto foi fundamental nas propriedades, uma vez que antes havia muito prejuízo. A grande mudança em todos os anos de empreendimento foi a adequação da quantidade de animais nos pastos, uma vez que em Dourados, por exemplo, as fazendas tinham gado acima do limite e tiveram que reduzir o estoque na metade do que era e a medida surtiu muito efeito.
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Outra medida fundamental que Rogério compartilha é criar um diário para a propriedade, onde se anota todas as informações do dia.
Além do acompanhamento do custo de produção, que já era feito há muito tempo e que é de essencial importância para a evolução do setor.
Por isso, a dica que Goulart deixa ao produtor é para que sempre faça uma planilha com seus custos de produção, ainda mais em 2012, ao que tudo indica será um ano de custos elevados na pecuária.
Rogério explica que hoje é muito importante para o produtor investir na BM&F Bovespa, por ser mais barato, mais tranquilo e mais seguro. Atualmente, o produtor tem uma segurança a mais, que são os contratos de opção, no qual o investidor paga um pouco mais para obter o seguro e não ficar sujeito às oscilações econômicas e nem às especulações.
“O contrato futuro também é um tipo de seguro, porém você não paga nada de imediato, o que à primeira vista é melhor, mas você fica sujeito às variações de preço do próprio contrato na Bolsa. Essa oscilação parece inocente, porém dependendo do tamanho do negocio que o produtor faz, pode quebrá-lo”, argumenta Goulart.
Fonte: Ana Brito / Rural Centro