Quem Sabe Responde: Pacu Manteiga em açudes

23 May 2012

A Série Quem Sabe Responde desta quarta-feira responde à dúvida do leitor José Ferreira de Brito sobre procedimentos para criação de peixe em açude, principalmente Pacu Manteiga.

A resposta é da bióloga, com pós-graduação em Economia, gestão em agronegócio, Aline Brun, que atualmente trabalha no Projeto Pacu:

Pacu Manteiga, Exemplar, amazonian-fish.co.ukO "pacu manteiga" ou  Mylossoma aureum  é uma espécie encontrada na bacia amazônica, apreciada na culinária e bastante procurada como animal ornamental

É apreciado também por ser um peixe de pesca fácil, já que não tem dentes capazes de provocar acidentes, caem razoavelmente fácil na isca e ainda assim são fortes e oferecem resistência no anzol, capazes de provocar uma certa emoção aos pescadores menos experientes. 

A família Characidae, a qual esse peixe pertence, contempla uma série de outras espécies conhecidas como peixes redondos (tambaquis, pirapitingas, caranhas) e todas têm fácil cultivo. Apesar de ter sua reprodução facilmente conseguida em laboratório e manejo de engorda bastante simples, não é muito comum encontrar alevinos de "pacu manteiga" no mercado, pois trata-se de um peixe que não apresenta um bom potencial de crescimento, capaz de atender ao mercado de carnes.

Assim, a produção nacional acabou voltando seus esforços para a produção do tambaqui e tambacu, pois ambas têm maior crescimento e apresentam características que atendem o mercado, como maior rendimento de carcaça (tambaqui) e tolerância ao frio (tambacu). 

Mas apesar de o pacu manteiga não ter um protocolo específico de produção, pode ser utilizada  como base a experiência com outros peixes da mesma família.

No caso de açudes, onde existem outros peixes e não é possível secar e proteger a entrada contra peixes predadores, se o cultivo for extensivo o ideal é que seja feita uma recria com auxílio de tanques redes e berçários até um tamanho de 200-250 gramas, obedecendo a uma estocagem de 1 peixe a cada 10m². Para estes peixes redondos existem algumas experiências de cultivo em gaiolas ou tanque redes de grande porte, mas não me parece adequado indicar o mesmo para açudes de pequeno porte e para piscicultores com pouca experiência.

Já em viveiros escavados, específicos para piscicultura, deve ser realizado todo o procedimento de secagem, desinfecção, proteção contra predadores e estocagem dos peixes por fases, até chegar em uma densidade final de 750g por m² (sem uso de aeração). A alimentação destes peixes é realizada com "rações extrusadas para peixes onívoros", de tamanho adequado ao tamanho da boca do peixe em cada fase de crescimento. Inicia-se a alimentação oferecendo 10% de seu peso vivo em rações, divididos em 4 tratos diários, diminuindo gradualmente até 1% de seu peso em 2 tratos diários, ao final de 12 meses de cultivo.

O produtor deve também buscar conhecimento relacionado à qualidade de água, controles e bem estar animal. Mais informações sobre piscicultura podem ser encontradas na sessão de downloads de nossa página da web https://projetopacu.com.br/view/arquivos/ entretanto para este assunto especifico não deixe de ler https://projetopacu.com.br/public/paginas/200-informativo-projeto-pacu-criacao-peixes-onivoros.pdf e outros artigos sobre peixes redondos.

 

 

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Fonte: Rodrigo Corrêa



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