Comunicação rural e o desafio de aumentar a produção agrícola
20 Jul 2012
A missão imposta pela explosão demográfica mundial (nove bilhões de pessoas até 2050) aponta para desafios de gestão da inovação no agronegócio, mas não somente do produtor rural. O auxílio ao homem do campo para o aumento de sua produtividade por área exige unificação dos agentes da cadeia, que também carregam suas parcelas de responsabilidade, seja dentro ou fora da porteira.
Deste modo, não causa estranheza que todos os elos tenham buscado cada vez mais conhecimento e informação para cumprir a proposta de alimentar, vestir e até mesmo bioenergizar o mundo. A última pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócio (ABMR&A) notou que o produtor rural brasileiro aumentou a freqüência de uso dos cinco principais meios de comunicação, televisão, rádio, internet, jornal e revista. Atender esse mercado crescente, então, é uma atividade que também vai ajudar no aumento da produtividade do agronegócio.
"Aumento da frequência de uso dos principais meios de comunicação: tevê, rádio, internet, jornal e revista"
Os dados divulgados pela pesquisam sugerem que cada vez mais é necessário facilitar o consumo das informações veiculadas para o agropecuarista, agindo diretamente nas pontas das cadeias e valorizando o campo e o que acontece de fato no mundo real do agronegócio. “Informações de aspectos macroeconômicos, regionais ou nacionais, refletem no produtor rural e isso deve ser levado em consideração”, explica Régis Borges, diretor de marketing da Rural Centro.
A empresa, que funciona pelo site ruralcentro.com.br, completou dia 07 de julho cinco anos de atividades e posiciona-se como um canal de comunicação que valoriza o que acontece nas pontas das cadeias produtivas. “Acho que a Rural Centro rompeu a barreira de ser um site ou um portal. Estamos inseridos nas atividades e conceitos práticos dos agentes do agronegócio e por acaso funcionamos pela internet”, revela Borges.
Projeto: inovação
"Nós temos como desafio a inovação para trazer valor ao que fazemos"
O projeto da empresa começou a ser desenhado em 2000, quando um dos sócios proprietários, Edgar Sperb Justus, teve a ideia de fazer a “Central do Pecuarista”. Sperb afirma que a intenção era facilitar negócios entre produtores rurais para conseguir melhores oportunidades de preços pelas compras em grupo. “Pelas características do meio, optamos pela internet”, lembra Edgar.
Para atrair fluxo de usuários, a empresa investiu na produção de conteúdos através de um núcleo de jornalismo. “Nós precisamos moldar a Rural Centro conforme o mercado. O exemplo é que um dos objetivos do projeto inicial de cinco anos atrás vai ser cumprido só agora”, diz Edgar, referindo-se à plataforma de negociação.
A empresa, de fato, transformou-se para atender características inerentes ao meio rural. Além do abastecimento de seu site com conteúdos relevantes ao agronegócio, como notícias, eventos, cotações agropecuárias, artigos e análises de mercado, a Rural Centro tornou-se uma rede de relacionamentos.
Ao efetivar cadastro, cada usuário ganha um perfil na rede social +Rural, onde pode estabelecer contatos, comentar notícias e divulgar o que é pertinente à sua atividade diária. “Nós temos como desafio a inovação para trazer valor ao que fazemos. Não existe um período maior que um semestre sem que a gente estabeleça novos projetos ou lance ferramentas que sirvam para nossa proposta de trabalho”, reforça Régis Borges, que também é sócio-proprietário da empresa.
O posicionamento de mostrar o mundo real do agronegócio e funcionar como um modelo de rede de relacionamentos proporcionou à Rural Centro ganhar credibilidade e respeito dentro de seu nicho de mercado. “Nós pagamos o preço da inovação, mas hoje colhemos os frutos dela. Agora estamos em um processo constante de aprimoramento de métodos e métricas”, revela Borges.
Aproveitando o aumento de usuários, a empresa desenvolveu projetos especiais no primeiro semestre de 2012, tais como o REPRODUZIR, uma editoria sobre reprodução animal que ganhou uma versão em revista impressa, e o CONFINAR 2012, simpósio sobre confinamento bovino que reuniu em Campo Grande-MS 600 pessoas de todo o Brasil e do exterior, dentre as quais 452 congressistas, nos dias 8 e 9 de junho.
O produtor rural e a internet
"Ponto comum entre internet e produção agrícola: crescimento evidente"
O meio de comunicação escolhido pela Rural Centro tem uma característica em comum com o agronegócio brasileiro – o crescimento. Se no setor rural o Brasil atinge recordes de produção e produtividade de uma gama de culturas, como grãos e proteína animal, a internet também avança a passos largos no sertão brasileiro.
Estatísticas da já citada pesquisa da ABMR&A de 2010 apontam que o número de produtores rurais que acessam a internet subiu de 3% na temporada de 1998-99 para 30% em 2008-09. “Parece que as pessoas que têm relação com o agronegócio não têm destreza com a internet, mas isso é meramente folclórico. Qualquer setor produtivo depende de velocidade de circulação da informação e também de rápida tomada de decisão. A internet é um grande recurso onde qualquer pessoa consegue fazer isso”, reforça Régis Borges.
As empresas relacionadas ao setor também partilham esse raciocínio. A empresa Leilogrande, que transmite ofertas de gado pela internet, aprova a mídia. “A experiência foi positiva demais”, afirma o titular da Leilogrande, Murilo Borges. A leiloeira foi criada em 2007, mesmo ano de fundação da Rural Centro. “A empresa faz um excelente trabalho de suporte e esclarecimento, divulga muito bem as cotações agropecuárias e apresenta sempre novas tecnologias para o produtor rural. Além disso, funciona muito bem na divulgação de empresas e marcas porque tem a atenção do agronegócio brasileiro como um todo”, diz Murilo Borges. “A Rural Centro, nestes cinco anos, soube conquistar considerável espaço nos diferentes setores do agronegócio e se transformou em uma importante ferramenta de consulta e divulgação de produtos, serviços e muita informação. Isso ocorreu devido ao caráter das pessoas que compõem a equipe de profissionais de diferentes setores em suas expertises. Sinto-me honrado em conhecer estas pessoas”, elogia o médico veterinário Mário Luiz Pompeo, titular da Consultoria PEC2, especializada em reprodução bovina.
Ciente do crescimento do mercado de internet para o agronegócio, o diretor de marketing da Rural Centro, Régis Borges, reforça: “A web é um lugar para a gente organizar as ideias e colocá-las em prática. A gente não tem sempre a solução, mas ajuda quem tem a dúvida a encontrar a resposta”.
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Fotos: divulgação CNA/Senar
Fonte: José Luiz Alves Neto / Rural Centro